Belmiro de Almeida – ARRUFOS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

arrufos

O artista atirou-se ao modernismo, deixando as convenções antigas para abraçar corajosamente o realismo. (Revista Ilustrada/1887)

 Ainda no Rio de Janeiro não se fez um quadro tão importante como este. (Gonzaga Duque)

A composição Arrufos é uma obra do pintor, caricaturista, escultor, jornalista e professor brasileiro Belmiro de Almeida, e também uma de suas telas mais conhecidas, ainda que tenha sido feita no início de sua carreira. Foi comprada pela ENBA (Escola Nacional de Belas Artes), três anos após a recusa da Academia em adquiri-la.

À primeira vista, a cena parece levar o observador a imaginar que se trata de uma briga de casal, na sala de estar de uma casa rica, onde se observa enormes almofadas, tecidos caros e um abano, sobre as costas do sofá, à esquerda, pintado com motivos japoneses. A parede, atrás do homem, está coberta com um papel de parede com listras verticais. Vê-se também um abajour de estilo antigo.

A mulher, bem iluminada, encontra-se de joelhos no tapete, com cabeça, braços e parte do tronco apoiados na beira do sofá, o que leva a crer que esteja chorando. A rosa despetalada a seu lado, no tapete, reforça a suposição de que os dois estejam em atrito. Seu chapéu encontra-se abaixo da mão esquerda do moço, o que leva a crer que acabaram de chegar de algum lugar.

Um jovem homem encontra-se assentado numa cadeira. Parte de seu rosto está oculta pela sombra. Ele está elegantemente trajado, usando calças cinzas, camisa vermelha e colete debaixo do paletó, o que denota sua boa posição social. Não usa gravata, mas uma gola branca alta, que se encontra presa à camisa por um ostentoso botão branco. Um relógio dourado desponta debaixo de seu colete. Na mão esquerda usa uma luva marrom de couro de dois tons e segura a da mão despida. Traz as pernas cruzadas e inclina levemente a cabeça para acompanhar a fumaça do charuto, como se estivesse perdido em pensamentos.

A aparente calma do moço leva a crer que seja ele o responsável pela desolação da mulher, levando-a a jogar a rosa no chão. A mão esquerda enluvada pode significar que ele não permanecerá muito tempo no local. E, segundo disse Gonzaga Duque, historiador e crítico da arte, pode ser que ela tenha levado um “pé na bunda”, como indica a posição do traseiro da mulher e, próximo a ele, o pé erguido do homem. Será mesmo?

O personagem masculino retratado nesta obra é o escritor e crítico de arte Gonzaga Duque, nos seus 24 anos de idade.

Fonte de pesquisa
Belmiro de Almeida/ Coleção Folha

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