O épico sempre esteve presente na história do cinema, desenvolvendo-se nas mais diferentes vertentes; ora personagens políticos e patrióticos (Julio César, Alexander Nevski, Napoleão, Cleópatra), ora personagens mitológicos ou literários (Hércules, Ulysses, Os três Mosqueteiros, Robin Hood, Ben-Hur, Jivago), ou ainda personagens carismáticos que promoveram mudanças profundas em seus tempos (Gandhi, Excalibur, Amadeus, Lawrence da Arábia, El Cid). Somente de Joana D´Arc há pelo menos 10 versões até a década de 70 (Méliès em 1900, DeMille em 1917, Gastine e Dreyer ambos em 1928, Ucicky em 1935, Fleming em 1948, Rossellini em 1954, Preminger em 1957, e Bresson em 1962, sem contar as versões modernas). (Filipe Sales)
Os filmes épicos destacam-se por seus cenários suntuosos, orçamentos astronômicos, muitos efeitos especiais, um grande número de atores e grande quantidade de figurantes. O tempo de duração é sempre maior do que o das películas de outros gêneros. Normalmente tratam de relatos históricos ou bíblicos.
A origem do gênero épico está na Itália, inspirado no passado clássico do país. Só para se ter uma ideia, o diretor Cecil B. de Mille sofreu grande influência dos épicos italianos, que o inspiraram na sua primeira versão de Os Dez Mandamentos (1923), um dos primeiros filmes coloridos do cinema. Quatro anos depois, o mesmo cineasta dirigiu o épico bíblico Rei dos Reis (1927).
Cabiria (1914), filme italiano, é tido como o primeiro filme épico do cinema. Narra as aventuras de Cabiria, uma jovem romana que se torna prisioneira dos fenícios e posteriormente dos cartagineses, grandes inimigos do povo romano, durante a II Guerra Púnica, lá pelos idos de 200 a.C.
Com o sucesso de épicos como Os Dez Mandamentos, Rei dos Reis, Ben-Hur, dentre outros, muitas pessoas ficaram com a ideia de que os épicos só estavam relacionados com os temas religiosos, o que não é verdade. Este gênero também aborda temas históricos e atuais, como foi o caso de Alexander Nevksky (1938), do diretor Sergei Einsenstein, feito quando a antiga URSS encontrava-se sob ameaça nazista. Por sua vez, Henrique V (1944), obra de Laurence Olivier, foi feito quando o Reino Unido preparava-se para tirar a França das mãos da Alemanha de Hitler. Anterior a esses, O Nascimento de uma Nação (1915), obra do cineasta D. W. Griffith, também se trata de um filme épico histórico, que apresenta uma saga sobre a Guerra Civil Americana.
O Manto Sagrado (1953), obra do diretor Henry Koster, foi o primeiro longa metragem em Cinemascope. O épico Cleópatra (1963), de Joseph L. Mankiewicz, gastou tanto dinheiro que quase faliu a 20th Century Fox. O Portal do Paraíso (1980), de Michael Cimino, foi também outro retumbante fracasso, apesar de ter consumido 44 milhões.
O computador entrou em cena, trazendo para o gênero épico grandes efeitos especiais, como foi o caso de Coração Valente (0995), dirigido por Mel Gibson, Gladiador (2000), de Ridley Scott e Troia (2004), de Wolfgang Petersen.
O gênero épico teve o seu apogeu nas décadas de 50 e 60.
Épicos Imperdíveis
- O Nascer de uma Nação (1915)
- Alexander Nevsky (1938)
- O Manto Sagrado (1953)
- Lawrence da Arábia (1962)
- Os Dez Mandamentos (1956)
- Guerra e Paz (1956)
- Ben-Hur (1959
- Spartacus (1960)
- Exodus (1960)
- El Cid (1961)
- Doutor Jivago (1965)
- Genghis Khan (1965)
- 2001 – Uma Odisseia no Espaço (1968)
- Kagemuscha – A Sombra de um Samurai (1980)
- Coração Valente (1995)
- Gladiador (2000)
Fontes de pesquisa
Tudo sobre Cinema/ Editora Sextante
Cinama Zahar
http://www.mnemocine.com.br
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