CORONAVÍRUS E CIÊNCIA DO FUTURO (V)

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Átila Iamarino

Temos duas ferramentas que estavam em descrédito. É bom renovar a confiança. A imprensa, que vem sendo atacada, é de extrema importância, é confiável ter gente competente que apura informação. A outra é a ciência. Seja histórica, para reconstruir e construir cenários, ou para prever, como a biologia. (Átila Iamarino)

Um amigo meu, aluno de doutorado, super qualificado para fazer pesquisa, descobriu que sua bolsa foi cortada recentemente. A pessoa mais qualificada agora para fazer testes perdeu a bolsa. Estamos reféns de agentes de fora. (Átila Iamarino)

Vemos um desprezo pelas ciências humanas. Elas que poderiam mostrar aonde ações deveriam ser aplicadas. O melhor cenário é renovar o respeito. (Átila Iamarino)

Gabriel Valery, RBA O atual cenário de pandemia de covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus restabelece a importância da ciência e da informação responsável como principais ferramentas para reduzir ao máximo os danos sociais e econômicos que ela causará. A conclusão é do biólogo e pós-doutor em microbiologia Átila Iamarino.

Átila fez grandes críticas aos investimentos públicos em ciência e tecnologia. Para o cientista, para além do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), verbas neste setor são essenciais para a manutenção da vida. Entretanto, são fáceis de ser ignoradas. “É fácil descartar a ciência e não ver os efeitos a longo prazo”, disse.

Cenários de grandes pandemias foram previstas por cientistas. “Não foi por falta de aviso”, provocou Atila. E, especialmente para o Brasil, o acadêmico lembra que “não falta material humano. Falta infraestrutura”. “Um amigo meu, aluno de doutorado, super qualificado para fazer pesquisa, descobriu que sua bolsa foi cortada recentemente. A pessoa mais qualificada agora para fazer testes perdeu a bolsa. Estamos reféns de agentes de fora”, completou.

“China, Alemanha, Coreia do Sul produzem reagentes para fazer testes. Agora pagamos o preço”, disse, ao citar países que adotaram estratégias eficazes de combate ao vírus. Tal estratégia não é segredo: “testes, testes e mais testes”, nas palavras do diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.

Atila reforça o alerta: “Faltam ações. Quem trabalha com epidemiologia já fala que são possíveis epidemias sérias. Torço para que este seja um preparo. Não é a pior epidemia possível. Podemos ter epidemias que cheguem aos números de hoje em um mês. É uma possibilidade concreta”.

Para evitar tragédias futuras, investimento pesado em ciência e tecnologia. Mas também reconhecimento e verbas para amplos setores, defende Átila. “Vemos um desprezo pelas ciências humanas. Elas que poderiam mostrar aonde ações deveriam ser aplicadas. O melhor cenário é renovar o respeito”, completou.

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