DALVA DE OLIVEIRA – A VOZ DE OURO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Embora seus pais, Alice do Espírito Santo e Mário Antônio de Oliveira, esperassem a chegada de um menino, foi a menina Vicentina de Paula Oliveira quem chegou à cidade de Rio Claro/SP, em 5 de maio de 1917. Após a chegada de Vicentina de Paula, vieram mais três filhos para o casal: as três meninas: Nair, Margarida e Lila, e um menino que morreu ainda criança.

Filha de um pai músico, nas horas vagas, a garota Vicentina sempre o acompanhava nas serenatas. A família levava uma vida muito simples, até que, aos oito anos de idade, a futura cantora perdeu o pai. Sua mãe ficou com quatro filhos para serem criados. Dona Alice, com responsabilidade dobrada, optou por se mudar para S. Paulo para criar os filhos. Lá, foi trabalhar como governanta e colocou suas três filhas em um internato de irmãs de caridade, onde Vicentina teve aulas de piano, órgão e canto. A futura artista ficou três anos no internato, tendo que abandonar o lugar, em razão de uma infecção nos olhos.

A saída de Vicentina do internato levou a mãe a perder o emprego, pois, os patrões não aceitaram que ela levasse a filha para o trabalho. Mas, para a felicidade das duas, dona Alice arranjou emprego de copeira em um hotel, onde a filha podia ajudá-la. Primeiro, como arrumadeira, depois como babá e ajudante de cozinha em restaurantes. A seguir, conseguiu um emprego como faxineira em uma escola de dança, onde havia um piano. A música parecia perseguir a menina Vicentina.

Dalva iniciou sua carreira em São Paulo. Depois, que terminava o serviço de faxina do salão de danças em que trabalhava, costumava cantar algumas músicas, tentando tirar melodias ao piano. Certo dia, foi ouvida pelo maestro pianista que a convidou para cantar numa trupe  que correu várias cidades de São Paulo, até chegar a Belo Horizonte (MG). Sua participação acontecia nos intervalos dos espetáculos, quando era anunciada como “A menina prodígio da voz de ouro”.

Em Belo Horizonte, aconselharam-na a fazer um teste na Rádio Mineira, no qual foi aprovada. Com a dissolução do Circo Damasco, ela e a mãe voltaram a São Paulo. O maestro aconselhou sua mãe a ir para o Rio de Janeiro, onde a menina teria mais chances. Lá, empregou-se como costureira numa fábrica de chinelos, onde um dos proprietários, Milton Guita, (conhecido como Milonguita) era diretor da Rádio Ipanema (atual Mauá). Nessa mesma época, Vicentina foi trabalhar no teatro com Jayme Costa, fazendo pontas em operetas no Teatro Glória, trabalhando ao lado de grandes artistas como Jararaca e Ratinho, Alvarenga e Ranchinho, Ema D`Ávila, entre outros.

No mesmo período Vicentina trabalhou na Cancela, em São Cristóvão, num teatro regional, onde apresentava números imitando a atriz Dorothy Lamour, período em que conheceu Herivelto Martins, que tinha como parceiro Nilo Chagas, formando a Dupla Preto e Branco. Dalva (nome artístico sugerido pela mãe) começou a trabalhar com a dupla. Logo depois, Herivelto foi contratado para trabalhar no Teatro Fênix e pediu-lhe que viesse cantar com ele e Nilo, formando então um trio. Foi quando começaram a namorar. No início, o trio chamava-se Dalva de Oliveira e a Dupla Preto e Branco, mudando, depois, para Trio de Ouro.

Herivelto e Dalva foram contratados pela Rádio Mayrink Veiga e gravaram o primeiro disco em 1937, onde se encontravam as músicas Itaguaí e Ceci e Peri. Na época em que gravaram o disco, Dalva esperava seu primeiro filho. O público torcia para que, se viesse um menino, ele fosse chamado de Pery e, se viesse uma menina, ela fosse chamada de Ceci. Dalva acabou atendendo a seu público.

Na época do Trio de Ouro, os sambas Praça Onze (Herivelto Martins e Grande Otelo) e Ave-Maria no Morro (Herivelto Martins) foram os grandes sucessos de Dalva de Oliveira, que também acabou imortalizando outros sucessos como: Tico-tico no Fubá, Aquarela do Brasil, Bem-te-vi, Atrevido e Na Baixa do Sapateiro, dentre outros.

Alguns críticos diziam que Dalva estilizava os sambas e choros, num ritmo bem próximo ao mambo ou a outros ritmos latinos. Mas seu elepê com Roberto Inglês foi visto como difusor da MPB no mundo. Ela também participou de alguns filmes, como Maria da Praia, de Paulo Wanderley; Milagre de Amor e Tudo Azul, ambos de Moacir Fenelon.

Fatos marcantes na última década de vida de Dalva de Oliveira

1934 – Vai com a família morar no Rio de Janeiro.
1937 – Casa-se com Herivelto Martins, com quem teve dois filhos: Pery e Ubiratã.
1963 – Separa-se de Tito Clemente e se casa com Manuel Nuno.
1965 – Sofre grave acidente automobilístico e é obrigada a abandonar a carreira por alguns anos.
1970 – Retoma a carreira, lançando um dos seus grandes sucessos (e também último):
Bandeira Branca, marcha-rancho.
1971 – Apresenta-se no Teatro Tereza Raquel no Rio de Janeiro e em vários programas de televisão e shows.
1972 – Falece vítima de hemorragia no esôfago.

Dalva de Oliveira foi uma das grandes estrelas dos anos 40 e 50. Dona de uma poderosa voz, cuja extensão ia do contralto ao soprano. O maestro Gambardella, apesar de achar que ela possuía potencial para tornar-se uma cantora lírica, aconselhou-a a se manter como cantora popular. Ele sabia que uma moça pobre dificilmente poderia seguir uma carreira que, além de exigir muitos recursos, ainda não tinha muito futuro no Brasil. Por isso, sugeriu que ela utilizasse sua voz para o canto popular.

Fonte de pesquisa: http://www.tvalenha.jex.com.br/nas+ondas+do+radio

(*) Imagem copiada de www.elianebonotto.com

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