Autoria de Marcella Chaddad
Um dia, assim,
Os olhos brilhavam
E brilhavam no infinito da solidão
Solidão da alma
Alma dos olhos
Olhos que diziam.
No dia, diziam,
E diziam mais do que palavras
Diziam sentimentos
Da angústia do dia,
Daquele dia, em que os olhos ainda brilhavam
Em que o infinito da solidão dizia
E dizia
Deixa ir
Deixar o dia ir
Ir o dia
Ir…
Para que a alma pudesse se libertar
Libertar do que ainda nos prendia
E nos prendia ao dia
Ao dia em que os olhos ainda brilhavam.
E do brilho
Do brilho desse dia
Fizeram-se as palavras
Palavras de poesia
Poesia de dormir
Dormir o dia.
Querida filha
Sua poesia fez-me lembrar de seu bisavô, João Baptista Pimentel, o J.Triste, poeta rioclarense, que ficou eternizado em meu coração. Ele faz parte de meu íntimo, de meu viver, a cada dia. Suas palavras pessoalmente, seus textos, suas poesias sempre me trouxeram alento e o desejo de viver a plenitude da vida. Vivê-la com a maior intensidade possível. O olhos sempre brilham, depende de cada um de nós. Sempre brilharão. A solidão é uma prisão que criamos em nossos pensamentos. Ela não existe. Nunca estamos sós. Há um mundo imenso em nosso redor. O dia irá ser sempre de luta e de muitos pensamentos voltados para as cores que o sol nos lega, o prazer de poder ver as maravilhas da natureza, ouvir o cantar dos pássaros, sentir o prazer de viver intensamente este dia, cada um deles.
Seus versos são subjetivos, mas cabem, é claro, no íntimo de cada uma das pessoas que os lê, interpretando-os a sua maneira. Todos nós, na vida, tivemos um dia que não gostamos de recordar. Mas ele existiu, embora possamos dele lembrar, há um caminho imenso a enfrentar e descobrir que a melhor parte da vida está em nossa jornada. Enfrentando os desafios e, dentro de nossas limitações, vencendo-os, principalmente com a grandeza de nossa alma e de nossos sentimentos escondidos no coração. Deixo aqui um texto de seu bisavô, J. Triste, que diz tudo:
“A NOSSA VIDA…
Autor – J.Triste ( João Baptista Pimentel )
Eu sei que você sofre. Eu sei que há, dentro de você, do seu íntimo, ferindo impiedosamente o seu coração, um pungente espinho. É o espinho da dor, da desilusão, da mágoa, da tristeza e da saudade!
Ele fere o seu coração quando você chora pelo seu ingrato amor; quando você sente dentro d´alma o desespero da desilusão sofrida; quando os seus lindos olhos, cheios de melancolia, vertem lágrimas de saudades!
E ele fere cruelmente, pungentemente, o seu coração, porque encontra em você um espírito desalentado, fraco, sem forças, sem ânimos para uma reação!
E por isso é que você não deve chorar, não deve entregar-se ao capricho inconsciente desse espinho mau e cruel.
Repila-o. Procure sorrir, ficar alegre e você verá que ele não mais a atormentará.
Procure buscar novas ilusões, novas quimeras, novas fantasias, sentir novos anseios, e, então, você sentir-se-á outra: bem conformada, bem disposta, bem contente e, até mesmo, bem feliz!
O que é a felicidade? Não é nada mais do que um viver cheio de paz e de alegria!
O mundo é tão grande, tão esplêndido, tão maravilhoso!
E a nossa vida é tão curta…tão curta…
Publicado em 1952/ Livro “No Meu Silêncio”
Lindo, pai!
No meu silêncio
Agradeço
Beijos
Prezada Marcela
Esquecer o dia,
apagar a mente,
dormir, sorria,
ser diferente,
pensar a vida,
olhar pra frente,
suportar sorrir,
como um dormente,
seguir em frente,
focar no horizonte,
“malandramente”
Abração
Mário Mendonça
Mário,
Lindo poema!
E vamos para vida!
Abraços fraternos
Marcela
Marcela
Há momentos em nossa vida em que é preciso deixar que o dia, que lhes serve de apoio, passe, para que nasça um novo dia cheio de esperança e paz. E possamos reafirmar a nossa crença de que, dias melhores estarão por vir…
Beijos,
Lu
Lu
Lindas palavras
Deixar dormir
Dormir o dia…
Saudações fraternas
Marcela