Ela se foi embora e eu me prostrei,
feito um pássaro ferido no coração,
debatendo nas asas do desaponto,
sem pena, carinho ou afeição.
Meu caso é igual a muitos outros,
faço parte da saga dos penitentes.
Aquela mulher feita de mármore,
a meu penar partiu indiferente.
Fiz mudança nos meus paradigmas,
parvo, rendi-me aos caprichos dela.
Caí no ardil de seus desejos ciganos,
e, por seu amor, caí na esparrela.
Meus acertos eram só tolos enganos
de um intelecto despido de coragem.
Eu poderia tê-la amado loucamente,
mas sem me tornar seu escravo.
Se lágrimas ainda rolam na minha face,
são elas agora grossos pingos de verão,
chuva salobra nas tardes de minh’alma,
trazendo acalento pro meu coração.
Mas, que saudade nesta falsa calma!
Quanto tormento ainda sinto por ela!
O coração bobo chora débil seu pranto,
e a solidão minha vida encerra.
Nota: ilustração – Obra de Leonid Afremov
Belo poema, é dedicado alguém? É um poema de desamor; quando se perde um amor é triste, mas logo se encontrará outro, não será igual, mas preenche aquele vazio.
Abraços Lu,
Rui Sofia
Rui
Não é dedicado a ninguém… risos.
Falo apenas das separações que acontecem pela vida.
Eu cá vou muito bem com a minha cara-metade… risos.
Coisa de poeta.
Abraços,
Lu