Recontada por LuDiasBH
O rato da cidade e o rato do campo encontraram-se, certo dia, durante uma viagem que faziam na carroceria de um velho caminhão. Conversa vai, conversa vem, o rato urbano, um tipo bem tagarela, convidou seu novo amigo para um passeio a sua casa na cidade, prometendo-lhe uma rica e farta mesa. No dia marcado, o rato caipira bateu na porta de seu amigo citadino, sendo prontamente atendido. Conforme prometera, sobre o tapete de uma sala suntuosa estendia-se uma rica refeição, composta por inúmeras iguarias. Puseram-se os dois a regalar-se com a lauta refeição. Mas eis que, repentinamente, o hospedeiro põe-se a correr, e o hóspede atrás, pois pressentira que um grande perigo pairava no ar.
Acalmados os ânimos, suspirou aliviado o rato da cidade, enquanto se explicava:
– Amigo, foi apenas um rebate falso. Tudo agora transcorre na mais perfeita normalidade. Passemos à sobremesa, que está um manjar dos deuses.
Mas o rato da roça, já não tendo mais apetite depois de tamanho susto, desculpa-se dizendo que está satisfeito e agradece a deferência que lhe foi feita pelo amigo da cidade. Ao despedir-se, deixa o seu convite:
– Companheiro, gostaria de gozar de sua companhia na minha humilde casa. A comida é simples, mas em compensação pode-se comer sossegado e sem correria.
Reflexão
A paz de espírito é sem dúvida uma das maiores dádivas da existência humana. É preferível uma vida simples, onde é possível apreciar as pequenas coisas, do que a opulência atormentada. Existem pessoas que correm tanto em busca de riqueza, que mal possuem tempo para apreciar o belo à sua frente, exposto nas pequenas coisas. Outras, endinheiradas, não conseguem pegar no sono, a não ser às custas de remédios, com medo de que os negócios possam desandar no dia seguinte. Isso que é vida desgraçada!
O sossego é uma condição importante para a saúde humana, contrapondo-se à agitação, que vem causando inúmeras doenças, numa época em que o “ter” vem desbancando o “ser”. Tudo está se tornando cada vez mais rápido e, consequentemente, mais agitado, numa competição tacanha entre as pessoas. Prazeres simples, mas importantes para a saúde mental, estão sendo colocados de lado, em prol da desmedida ambição.
O ratinho da roça deixou bem claro que não adianta uma refeição suntuosa, se não há tempo e nem prazer para saboreá-la. Sendo bem melhor a comidinha simples e caseira, mas abundante em tranquilidade, podendo ser saboreada com tranquilidade. Podemos aplicar esta sábia lição a vários aspectos de nossa existência, se quisermos ser felizes nesta nossa curta passagem por este planeta chamado Terra. Todo o resto é a mais tola ilusão.
Nota: imagem copiada de cadernodepoesiaseafins.blogspot.com
Que crítica essa fábula fez à Grécia Antiga?
Queria saber… 😀
Breno
Imagino que seja uma crítica direcionada ao citadino, em relação ao camponês. O segundo, em todos os tempos, sempre foi visto como mais ingênuo, fácil de ser passado para trás.
Esopo (que para alguns não existiu) também poderia estar destacando a paz de espírito, quando se tem uma vida simples, em contraponto à vida de suntuosidade.
Grande abraço,
Lu
Obrigado mesmo! Estava curioso demais!
Queria saber, pois o criador desta fábula (Esopo) morava na Grécia, e as fábulas dele geralmente faziam uma crítica à Grécia.
Obrigado! Abraços!
Breno
Breno
Sou eu quem agradece a sua presença no blog.
Volte sempre.
Abraços,
Lu
Olá Lu
Eu sou um pouco como o ratinho do campo, procuro paz de espírito e tento fugir das turbulências.
Abraços
Rui Sofia
Pedro Rui
Eu também sou assim.
Não gosto de muito tumulto.
Gosto do meu cantinho e de apreciar a natureza.
Abraços,
Lu
A paz de espírito realmente não se pode comprar e devemos sempre procurar; encontro-a na Bíblia e aconselho-a, pois faz bem ao corpo e a alma, e assim vemos a vida doutra forma. A Bíblia, devemos ler e entender em espírito senão entendemos nada do que está lá escrito.
Abraços
Rui Sofia
Pedro
Você é uma pessoa muito espiritualizada.
E por isso terá sempre paz de espírito em sua vida.
Será sempre muito abençoado.
Abraços,
Lu
A paz de espírito e tranquilidade é saúde para o nosso corpo, para a nossa mente.
É verdade quando a perdemos sentimos sua falta, temos que nos cuidar.
Comprimentos Lu.
Rui Sofia
Pedro
O maior tesouro da vida é a paz de espírito.
Não há dinheiro que a compre.
Temos que cuidar para que ela nunca nos falte.
Abraços,
Lu
Lu Dias
A tranquilidade tem que ser buscada e não encarada como objetivo.
Abração
Mário Mendonça
Mário
A tranquilidade é de suma importância para todos nós.
Quando a perdemos é que vemos o quanto é importante.
Abraços,
Lu