Giovanni Bellini – PIETÀ (III)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Giovanni Bellini (c.1430-1516) nasceu em Veneza numa família de artistas. Era também conhecido pelo apelido de Giambellino. Seu irmão mais velho, Gentile Bellini, era também pintor.  Teve o pai, o respeitado pintor Jacopo Bellini, responsável por levar o Renascimento a Veneza, como primeiro mestre, que se dedicou intensamente a transformar seus dois filhos em importantes pintores. Giovanni tornou-se depois aluno de Andrea Mantegna, seu cunhado, que influenciaria grandemente sua arte. O foco de seu trabalho foi Veneza, onde teve sua própria oficina, sendo nomeado pintor oficial da cidade. Teve como aluno Ticiano, Giorgione, Lorenzo Lotto, entre outros grandes nomes da pintura.

A composição piramidal intitulada Pietà é uma obra do artista Giovanni Bellini que muito prezava  esta temática. Neste trabalho, criado quando tinha 70 anos, ele enfrenta um grande desafio formal no sentido de conter o corpo adulto de Jesus no colo de sua mãe, sentada, de modo que a composição ficasse convincente. Ao postá-la no chão, com traços envelhecidos, o artista dá ênfase à sua humildade e também ao seu grande sofrimento. Ele concentra a cabeça da Virgem no centro da composição, na parte superior, enquanto na parte inferior a união do manto azul com o vestido roxo divide a parte inferior da tela.

Esta pintura tinha como objetivo a devoção pessoal e privada, relembrando a crueza da crucificação de Jesus, representada por marcas de sangue em suas mãos, pés e torso. Aqui o artista concentra toda intensidade da cena em Maria — a mãe sofredora. Ela se despede de seu filho morto, embalando-o em seu colo, momento antes de ser depositado no sepulcro.

A pintura possui proporções pequenas, mas, ainda assim, os personagens, totalmente solitários na imensa paisagem, parecem grandes. Eles se encontram em primeiro plano, separados por uma cerca viva com flores brancas do resto da paisagem que mostra ao fundo uma cidade murada e colinas que se levantam ao longe, como se delimitassem o divino do terreno.

O artista mostrou-se exímio ao criar a cerca viva atrás da Virgem. As plantas obedecem a uma simbologia específica pela relação que têm com a cura. O amaro dente-de-leão remete ao sofrimento ocasionado pela Paixão de Cristo; as flores brancas de morangueiro simbolizam as virtudes; as violetas a humildade; e os espinhos – vistos à esquerda da cabeça de Jesus – simbolizam a dor física e espiritual. A árvore com os ramos cortados à esquerda diz respeito à Árvore da Vida, cuja madeira serviu para fazer a cruz da crucificação. Mas nela ainda se vê um único galho com folhas, simbolizando a esperança. Nas pedras, situadas abaixo da árvore, está a assinatura do artista: “JOANNES BELLINVS”.

Ficha técnica
Ano:  c. 1505
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 65 cm x 90 cm
Localização: Galeria da Academia, Veneza, Itália

 Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte / Editora Sextante
A história da arte / E.H. Gombrich

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