Historiando T. Jobim e V. de Moraes – A FELICIDADE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O professor abandonou seus livros por um instante, naquela noite fria, descansando seus óculos de aros quadrados sobre a mesa, e pôs-se a pensar sobre o que era realmente o sentimento de felicidade, tão buscado pelo homem em sua caminhada sobre a Terra. Depois de uma viagem pelos caminhos da natureza humana, ele chegou à melancólica conclusão de que a “Tristeza não tem fim/ Felicidade sim”.

O mestre perdeu-se em interrogações. Se “A Felicidade é como uma gota/ De orvalho numa pétala de flor/ Brilha tranquila/ Depois de leve osciala/ E cai como uma lágrima de amor”, por que todos os homens, ricos e pobres, buscam-na com sofreguidão? E concluiu que, se o contentamento do rico é passageiro,  “A felicidade do pobre parece/ A grande ilusão do carnaval”, pois “A gente trabalha o ano inteiro/ Por um momento de sonho/ Para fazer a fantasia/ De rei ou de pirata ou jardineira/ Pra tudo se acabar na quarta-feira”. Quanta ironia do destino!

O professor, em seu cismar, mais uma vez compreendeu que “Tristeza não tem fim/ Felicidade sim”, portanto, quando ela bate à porta, é preciso deixá-la entrar e vivê-la intensamente, sem buscar justificações, pois “A felicidade é como uma pluma/ Que o vento vai levando pelo ar/ Voa tão leve/ Mas tam a vida breve/ Precisa que haja vento sem parar”.

O mestre botou-se a pensar, e perguntou-se onde se encontraria a sua felicidade naquele momento. Ele então murmurou para si mesmo: “A minha felicidade está sonhando/ Nos olhos da minha namorada/ É como esta noite/ Passando, passando/ Em busca da madrugada”. E pediu a seus pensamentos: “Falem baixo, por favor/ Pra que ela acorde como o dia/ Oferecendo beijos de amor”, uma vez que “Tristeza não tem fim/ Felicidade sim”, embora sejam verso e reverso de uma mesma moeda.

Obs.: ouça A FELICIDADE

Nota: obra de Leonid Afremov