ÍNDIA – GANDHI EM LONDRES E A VOLTA À ÍNDIA (IV)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Com o objetivo de estudar mais para obter um emprego que lhe permitisse ajudar sua família, Gandhi resolveu partir para Londres, pois, com a morte do pai, a situação da família não era boa.

Além das barreiras financeiras que impediam a ida de Gandhi para Londres, havia também a religiosa. Segundo a crença hinduísta ortodoxa, um hindu jamais poderia atravessar o mar, em razão da poluição ritualística, ou seja, era impossível viver entre os europeus, sem macular o hinduísmo. Por sua vez, sua mãe preocupava-se com o fato de que o filho pudesse se envolver com mulheres, bebidas alcoólicas e viesse a comer carne. Mas Gandhi não arredou pé de seus propósitos.

O fato é que, com a ajuda dos familiares e dos amigos, Gandhi conseguiu o necessário para a viagem. À mãe fez a promessa de que jamais infringiria qualquer um de seus pedidos. Quanto à religião, ficou decidido que a partir do momento que ele se decidisse a partir, não mais seria aceito como fiel. Assim se pronunciou o chefe religioso:

– A partir deste momento, este garoto será tratado como um pária (dalit). Quem o ajudar ou o acompanhar ao porto para se despedir, será punido com uma multa.

Gandhi partiu para Londres, onde permaneceu por um período de 3 anos, de lá voltando, aos 22 anos, com o diploma de advogado, para alegria da família. Mas ao voltar, sua maior tristeza foi não reencontrar sua mãe viva. Seus irmãos preferiram esconder-lhe tal informação, enquanto estava em Londres. Mas ele se sentiu feliz por ter cumprido a promessa que lhe fizera.

A casta a que pertencia Gandhi, Modh Bania, provavelmente pelo orgulho de ter em seu seio um advogado formado na Inglaterra, resolveu readmitir o filho pródigo, caso ele se submetesse a uma purificação. E assim foi feito. Contudo, uma parte da casta recusou a aceitá-lo de volta. Assim, ele continuou proibido de visitar os cunhados, fato que parece não ter causado nenhum transtorno ao novo advogado.

Um ano após retornar à Índia, Kasturba deu-lhe o segundo filho – Manital. Contudo, Gandhi não conseguia trabalho como advogado. Não se saindo bem no tribunal, ao apresentar um caso avulso, e consciente de sua inabilidade para a profissão, acabou indo trabalhar com o irmão, preenchendo formulários e outros documentos. Assim, ao surgir a oportunidade de trabalhar numa empresa comercial na África do Sul, como advogado, não pensou duas vezes antes de aceitar o cargo.

Gandhi partiu deixando sua esposa Kasturba e os dois filhos: Halarial, com cinco anos de idade, e Manilal com seis meses de vida.

Fontes de pesquisa:
Gandhi, Ambição Nua/ Jad Adams
Gandhi/ Louis Fischer
Blog Indiagestão
Líderes que Mudaram o Mundo/ Gordon Kerr

(*) Imagem copiada de daliteratura.blogspot.com

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