Klimt – JUDITH I

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Autoria de Lu Dias Carvalho

JUDITI
A composição Judith I, do pintor austríaco Gustav Klimt, é sem dúvida a sua obra mais conhecida. Nela, o artista usa como tema o mito de Judith, a bela viúva judia, que, revoltada com as ameaças do general assírio, Holofernes, a seu povo, tentando obrigá-lo a adorar o rei assírio Nabucodonosor em vez de Javé, aproveita-se do estado de embriaguez do tirano, depois de seduzi-lo, decapitando-o.

Na tela de Klimt, além de bela, Judith não faz o papel de uma viúva recatada, mas de uma mulher exuberante e fatal, vista a meio corpo, usando uma blusa transparente, que deixa um dos seios à vista. Tampouco ela se mostra como uma ameaça apenas para o general assírio Holofernes, mas sim para todos os homens, pois no fim do século passado, os impulsos sexuais femininos eram vistos como insensatos e perigosos.

Os trabalhos de Klimt sempre causavam polêmicas e este não foi exceção. O rosto de sua Judith é um convite ao prazer, ou remete ao estado de embriaguez da mulher, após o ato sexual, quando deixa seu amante prostrado. Seus lábios entreabertos e os olhos fechados, são indicativos de sua excitação após ter matado Holofernes.

Judith, seminua, traz na mão direita a cabeça de Holofernes, mas em vez de sentir repugnância, ela parece acariciá-la com prazer, ponto que escandalizou os espectadores da época.

É para o rosto de Judith que o artista converge toda a força da composição. Seus olhos entreabertos e lânguidos, a boca carnuda entreaberta, as narinas aumentadas, as bochechas avermelhadas e a cabeça meio inclinada e indolente, dão ao observador a impressão de que a mulher acabou de usufruir do clímax do ato sexual. E o colar dourado, que toma todo o seu pescoço, chama a atenção, como se fosse o único elemento indispensável a seu corpo. Seus cabelos negros misturam-se com o negro da tela, repassando ao observador a sensação de que a cena deu-se à noite.

Judith não se mostra tímida, mas consciente de seu poder, não passando a cabeça de Holofernes de um mero complemento, quase que imperceptível. Ao pintar os relevos por trás dela, as figueiras e as parreiras douradas, Klimt quis dar um pouco de veracidade histórica ao fato, simbolizando os relevos assírios do palácio de Nínev e a época assíria.

Acima de Judith, sobre uma lâmina dourada, está o título da obra, mas mesmo assim, muitos confundiram-na com a sensual dançarina Salomé, responsável pela morte de João Batista.

Segundo a lenda, Judith era uma viúva próspera e de boa conduta. Era bela nas formas e de presença encantadora. Para seduzir Holofernes, retirou os trajes de luto e botou uma vestimenta de festa e se introduziu no seu acampamento e bebeu com ele. O momento para assassinar o tirano era único, já que os judeus estavam prestes a se render diante das forças do inimigo, que, após o crime, saíram em debandada. Depois, ela regressou à Betulia com a cabeça do general e os judeus venceram o inimigo. Judith voltou da tenda do herege tão pura quanto ali chegara, sendo honrada por seu povo, e foi tida como uma heroína que deveria ser imitada. Esta passagem é narrada no Antigo Testamento, no Livro de Judith.

Ficha técnica
Ano: 1901
Técnica: óleo e folha de ouro sobre tela
Dimensões: 84 x 42 cm
Localização: Österreichische Galerie Belvedere, Viena, Áustria

Fonte de pesquisa
Gustav Klimt/ Coleção Folha
Arte/ Publifolha

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