LITERATURA DE CORDEL

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Autoria de Lu Dias Carvalho

cordel

A poesia de cordel é uma das manifestações mais puras do espírito inventivo, do senso de humor e da capacidade crítica do povo brasileiro, em suas camadas modestas do interior. O poeta cordelista exprime com felicidade aquilo que seus companheiros de vida e de classe econômica sentem realmente. A espontaneidade e graça dessas criações fazem com que o leitor urbano, mais sofisticado, lhes dedique interesse, despertando ainda a pesquisa e análise de eruditos universitários. É esta, pois, uma poesia de confraternização social que alcança uma grande área de sensibilidade. (Carlos Drummond de Andrade)

A invenção da imprensa foi de grande valia para os travadores medievais, pois, além das apresentações que faziam, ainda podiam ganhar mais dinheiro ao final, vendendo o texto impresso de seus poemas (cantigas). Inicialmente, os impressos tratavam apenas de folhas soltas e, por isso, eram chamadas de “folhas volantes”, em Portugal.

Quando os colonizadores portugueses aportaram em nossas terras, trouxeram consigo aquilo que passara a ser tradição no país de origem: a tradição de seus poetas cantores e os vendedores de folhetos. Logo a moda começou a se espalhar pelo interior de nosso país, encontrando maior difusão no sertão nordestino. E, a partir do século 19, as histórias em verso deixaram de ser apresentada em folhas soltas, para se transformarem em livretos encadernados. Três grandes nomes da Literatura de Cordel destacaram-se naquela época: Ugolino Nunes da Costa, Germano da Lagoa e Leandro Gomes de Barros, o grande mestre de Pombal, que, inclusive, possui livros publicados por editoras, ao lado de João Martins de Atahyde.

Embora seja conhecida em todo o país, a Literatura de Cordel tem sua maior produção e aceitação no Nordeste brasileiro, especialmente nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará, estando também presente nos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo, onde vivem muitos imigrantes nordestinos. No Brasil ela aportou, vinda do país lusitano, primeiro na Bahia, em Salvador, primeira capital da nova nação e ponto de convergência natural de todas as culturas que aqui chegavam, e dali se irradiou pelo Nordeste.

A Literatura de Cordel é, portanto, um gênero literário popular que se originou a partir de relatos orais e depois escritos, que vem desde o Renascimento, século XVI, quando foi popularizada a impressão, chegando até nossos dias. No início, eram também apresentadas peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente.

A Academia Brasileira de Literatura de Cordel foi fundada em Setembro de 1988 no Rio de Janeiro. Poetas brasileiros famosos no gênero: Apolônio Alves dos Santos, Firmino Teixeira do Amaral, João Ferreira de Lima, João Martins de Athayde, Leandro Gomes de Barros e Manoel Monteiro. Poetas mais recentes, podemos citar: José Alves Sobrinho, Homero do Rego Barros, Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva), Téo Azevedo, Zé Melancia, Zé Vicente, José Pacheco da Rosa, Gonçalo Ferreira da Silva, Chico Traíra, João de Cristo Rei e Ignácio da Catingueira. Um dos poetas da Literatura de Cordel e que mais sucesso fez até os dias de hoje foi o inesquecível Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Supõe-se que ele tenha escrito mais de mil folhetos. Vários escritores nordestinos foram influenciados pela literatura de cordel. Dentre eles estão João Cabral de Melo, Ariano Suassuna, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.

Fontes de pesquisa:
Cordel e Viola/ Fábio Sombra
http://www.suapesquisa.com/cordel/
Wikipédia

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