Lucas Cranach, o Velho – O FINAL DA IDADE DA PRATA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição O Final da Idade da Prata é uma obra do artista alemão Lucas Cranach, o Velho, que fez uma série de pinturas relativas a este tema. Segundo a mitologia grega, a Terra passou por quatro idades: Idade do Ouro, Idade da Prata, Idade do Bronze e a Idade do Ferro. A pintura refere-se ao final da Idade da Prata, quando a humanidade continuava decaindo.

Em meio a um bosque florido são vistos sete adultos, em posições diferenciadas, sendo três mulheres e quatro homens, e três crianças, todos nus. Os homens brigam entre si, usando galhos, tendo um deles, o sangue a escorrer-lhe pelo pescoço. Duas mulheres observam a cena. Uma delas, situada à esquerda, traz um galho na mão, como se fosse tomar partido na confusão. A cena gira em torno da mulher que se encontra de pé, no meio do grupo, segurando o braço de duas crianças. Em primeiro plano, à direita, uma mulher deitada com seu filhinho, parece distante do acontecimento.

Acima do local, onde se desenrola o desentendimento, estão rochas de formas aduncas, templos e casas. O céu apresenta-se límpido. A relva mostra seus reflexos dourados. O fato de as mulheres mostrarem a púbis desnuda, enquanto os homens apresentam-nas cobertas com folhas ou com as mãos, chama a atenção.

Segundo a mitologia, os deuses criaram a Terra, os animais e a humanidade. Tudo transcorria na mais perfeita paz e harmonia. Embora não houvesse leis determinadas, reinava a inocência, a verdade e a justiça. O homem era tido como animal superior, zelando pela flora, fauna, águas e tudo que fazia parte do novo mundo. Em troca, a Terra, que vivia numa eterna primavera, acumulava-o de bens, suprindo todas as suas necessidades, sem que tivesse que trabalhar. Ela era tão dadivosa, que nem era preciso plantar sementes para obter a produção de alimentos. Os rios, em vez de água, eram cheios de leite e de vinho. As árvores vertiam mel abundantemente. Vivia-se a Idade de Ouro.

Transformações aconteceram com a humanidade que passou a desviar-se da retidão. O poderoso deus Júpiter optou por fazer mudanças na organização terrena, mas a humanidade não melhorou. Não aprendeu que era preciso retomar a vida de inocência, verdade e justiça. Ao contrário, piorava cada vez mais. Os deuses então a abandonaram a Terra, ficando apenas Astreia, a deusa da justiça, da inocência e da pureza, talvez por acreditar, inocentemente, que ainda poderia salvar a humanidade. Ela ficou na Terra até o final da Idade do Bronze. Desiludida, deixou-a assim que começou a Idade de Ferro, e foi habitar o firmamento na forma da constelação Virgem.

Ficha técnica
Ano: c. 1530
Técnica: óleo sobre painel de carvalho
Dimensões: 51,4 x 35,6 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.wga.hu/html_m/c/cranach/lucas_e/10/3silver.html

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