Autoria de LuDiasBH
Lamentou ela, entre lágrimas:
“Amor meu, não me deixes!
Como sobreviverei sem ti?
A vida perderá todo o sentido,
ao me deixares aqui tão só.
Extinguir-me-ei a cada dia,
pois és a razão do meu viver.
A consciência há de condenar-te,
ao saberes que de saudade morri”.
Confessou ele, condoído:
“Meu bem, aonde quer que vá,
eu te levarei dentro de mim.
Nada tem poder, neste mundo,
de ao nosso amor dar um fim.
Vou padecer muito a cada dia,
para aguentar as saudades de ti.
Saiba que também morrerei, se
tu não esperares por mim.”
Chorou ele e muito mais chorou ela.
Choraram ambos convulsivamente.
O dia ficou de luto e a dor pungente,
enquanto na estrada o ônibus sumia.
Mas o tempo enfraqueceu a paixão,
cheia de juras e promessas de amor,
transformando tudo num tolo sonho,
duma obsessão amorosa que findou.
Novos amores foram brotando pra ela,
trazendo no seu bojo ua folhagem nova.
Quem partiu, partiu; e quem ficou, ficou.
Morrer de amor? Uma ova!
O moço por longo tempo enfeitiçado,
viu que era hora de tomar jeito e tino,
arranjou uma morena bela e teimosa,
enchendo seu apê de meninos.
A moça amancebou-se com um pintor,
dono de um ardente pincel – feliz sina!
E com ele fez amor noite e dia, dando à
luz seu quarteto de fofas meninas.
O mundo seguiu igual pros ex-amantes,
e o sol na via Láctea como antes brilhou,
e nessa história fatal de lágrimas e morte,
o amor de lugar apenas mudou… hahaha.
Nota: obra de Almeida Júnior