Mestres da Pintura – EDGAR DEGAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O importante para Degas era o jogo de luz e sombra sobre a forma humana, e o modo como podia sugerir movimento ou espaço. Eis porque preferiu extrair os seus personagens do balé, a tirá-los de cenas ao ar-livre. (E. H. Gombrich)

Degas foi, sem dúvida, um dos artistas mais inovadores e originais do século XIX. Seu olhar excepcionalmente agudo permitiu-lhe entrar no coração da vida parisiense moderna – o café conserto, as corridas de cavalo, a vida nos bastidores do teatro Ópera – com uma rapidez e uma liberdade de aproximação sem precedentes. (Ann Dumas)

O pintor impressionista Edgar Degas (1834-1917) nasceu em Paris. Era o primeiro filho de Pierre-Auguste Hyacinth de Gas, banqueiro, e de Celéstine Musson. Tratava-se de uma tradicional família francesa, muito rica e culta. Seu pai era um homem que nutria grande admiração pelas artes, especialmente pela música e pelos pintores italianos do Renascimento. Portanto, não causa surpresa o fato de o garoto ter mostrado sua vocação artística desde cedo.

Aos 11 anos de idade, Degas foi estudar em regime interno, no Liceu Louis­-Le-Grand. Aos 13 anos perdeu a mãe. O sofrimento viria a moldar a vida do futuro pintor¸ encarcerando-o numa armadura para fugir da dor. Tanto é que, ao estudar sua obra posteriormente, o impressionista alemão Max Liebermann surpreendeu-se com a falta de sentimentalismo na obra do artista:

Ele é cruel com a própria natureza. Impregna-se de um frio ceticismo e é dominado pelo orgulho, traço fundamental de seu caráter, oculta os sentimentos mais ternos; teme menos o cinismo do que o sentimento.

Ao terminar os estudos, Degas começou a fazer o curso de direito para agradar o pai. Mas não demorou a abandoná-lo e se dedicar à carreira de pintor. Optou por viver só e estudar pintura com o mestre Félix-Joseph Barrias. No seu ateliê e no museu do Louvre,  ele fazia cópias das obras dos mestres renascentistas. Reconhecendo o talento de seu aprendiz, Barrias enviou-o ao estúdio de Louis Lamoth, pintor de temas históricos, e também a Auguste Dominique Ingres, a quem conheceu numa mostra retrospectiva dele e de Delacroix. Degas tinha grande admiração pelos pintores do Renascimento: Rafael, Michelangelo, Gioto, Botticelli, Mantegna, Ticiano e Tintoretto.

Após voltar a Paris, Degas buscou a temática histórica como meta de sua obra, mas sem a retórica heroica do academicismo. Também ficou conhecendo o pintor Edouard Manet, com quem viria a se desentender, posteriormente, por causa  de um retrato que pintara do casal. É fato que ele possuía um humor ácido, com tiradas mordazes, o que lhe custou muitas inimizades.

Por ocasião da Guerra Franco­-Prussiana, Degas foi voluntário na Guarda Nacional, chegando a defender seu país. Nessa época, descobriu que possuía uma doença ocular muito séria.  Embora houvesse se transformado num pintor de sucesso, apreciado pelos colecionadores, também sofria a rejeição do público ao abraçar uma nova corrente artística ao lado de Monet, Cezánne e Renoir, pois os burgueses não conseguiam entender o novo estilo.

Ao perder o pai, Degas tomou conhecimento de que os negócios da família estavam em crise e, que era necessário vender quadros para sobreviver. Foi quando o artista passou a pintar várias obras sobre bailarinas. A alta burguesia europeia de época via na figura da bailarina um ícone erótico, ao contrário do que pensava o pintor. Para ele, elas eram apenas profissionais que mostravam a beleza da dança, não importando se eram belas ou não. Ele também pintou muitos retratos, nos quais procurava destacar a impressão de espaço e de formas sólidas, captados dos ângulos mais inesperados. Participou de várias exposições do Salão oficial.

À medida que envelhecia, Degas perdia progressivamente a visão, caminhando para a cegueira que o isolava da realidade, diminuindo sua produção artística. Trilhou também os caminhos da escultura, sendo considerado por Renoir como o “primeiro grande escultor da modernidade.”. Acabado e cego, Degas faleceu aos 83 anos, rodeado por parentes e amigos.

Fontes de pesquisa
Degas/ Abril Coleções
Degas/ Coleção Folha
Degas/ Taschen
Tudo sobre arte/ Sextante

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