Mestres da Pintura – ROY LICHTENSTEIN

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Acho que meu trabalho é diferente das histórias em quadrinhos — mas eu não chamaria isso de transformação; não acho que o que quer que seja significado seja importante para a arte. (Roy Lichtenstein)

O trabalho de Roy foi uma maravilha das fórmulas gráficas e da codificação do sentimento que havia sido trabalhado por outros. Os painéis foram mudados em escala, cor, tratamento e em suas implicações. Não há cópia exata. (Jack Cowart)

Eu estou nominalmente copiando, mas estou realmente reafirmando a coisa copiada em outros termos. Ao fazer isso, o original adquire uma textura totalmente diferente. Não são pinceladas grossas ou finas, mas pontos e cores planas e linhas inflexíveis. (Lichtenstein)

O pintor estadunidense Roy Lichtenstein (1923 – 1997) nasceu numa família de classe média alta. Seu contato informal com a pintura teve início em sua adolescência — em casa —, quando começou a desenhar e pintar a óleo como passatempo. Na mesma época também passou a demonstrar interesse pelo jazz, como mostram os muitos retratos, pintados por ele, de músicos tocando seus instrumentos. Seu contato formal com arte deu-se quando tinha 16 anos de idade, ao frequentar as aulas da Liga dos Estudantes de Arte, sob a direção de Reginald Marsh. Seu objetivo era ser um artista. Foi depois para a School of Fine Arts da Ohio State University — uma das poucas instituições do país que possibilitavam a licenciatura em belas-artes. Ali recebeu influência de seu mestre Hoyt L. Sherman, dando início aos trabalhos expressionistas.

Roy Lichtenstein fez parte do exército de seu país por ocasião da Segunda Guerra Mundial, trabalhando na Inglaterra, Bélgica, França e Alemanha, interrompendo seus estudos por um período de três anos — entre 1943 e 1946.Com o término da guerra ele deixou a Alemanha, indo morar na França, onde continuou estudando. Nesse período fez desenhos com aquarela, lápis e carvão. Retornou depois a Ohio, onde concluiu seus estudos de arte, diplomando-se em 1946. Após frequentar o programa de graduação foi contratado como instrutor. Trabalhava à época com abstrações geométricas, vindo depois a pintar obras semiabstratas de inspiração cubista.

A primeira exposição individual do artista aconteceu na Carlebach Gallery em Nova Iorque. Trabalhou com objetos fundidos e gravados em madeira. Sua pintura fica entre o Expressionismo e o Cubismo. Trabalhou como gráfico, projetista, decorador e desenhador em folha metálica. Foi nomeado professor assistente de arte. Sua pintura tende para os temas relacionados ao seu país. Entre os anos de 1957 e 1960 passou a pintar num estilo Expressionista abstrato não figurativo. Suas pinturas Pop tiveram início em 1961. Usava imagens de publicidade que sugeriam consumismo e trabalhos domésticos. Anos depois passou a inspirar-se nos trabalhos de Picasso e Piet Mondrian.

Lichtenstein foi um artista identificado com a Pop Art. Durante a década de 1960, juntamente com Andy Warhol, Jasper Johns e James Rosenquist, dentre outros, tornou-se uma figura de liderança no novo movimento artístico. Tentava criticar a cultura de massa através de sua obra, valorizando os clichês das histórias em quadrinhos.  Muitas de suas ilustrações eram feitas a partir de desenhos em quadrinhos. Suas obras, portanto, receberam influências da publicidade popular e do estilo de quadrinhos. O artista, ao invés de reproduzir seus temas, preferia abordar a maneira como eles eram retratados pelos meios de comunicação de massa. Usava seus característicos pontos de Ben-Day e formas e linhas geométricas. Seu trabalho chegou a ser objeto da crítica da época que o via como vulgar e vazio. A maior parte das obras mais conhecidas do artista são cópias bem próximas, mas não exatas, de quadrinhos. Em 1965 ele deixou de lado esse tema, mas vez ou outra voltava a incorporar quadrinhos em seu trabalho.

O artista, no início dos anos 1960, reproduziu obras-primas de Mondrian, Cézanne e Picasso, vindo depois a trabalhar com a série “Brushstrokes” em 1965. Continuou  revisitando este tema mais tarde com obras como “Quarto de Arles” originadas do trabalho de Vincent van Gogh. Suas pinturas, esculturas e desenhos de Still Life que datam de 1972 ao início dos anos 80 compreendem uma variedade de temas e motivos, incluindo os mais tradicionais, como frutas, flores e vasos. O nu é um elemento recorrente na obra de Lichtenstein da década de 1990. Além de pinturas e esculturas, o artista também fez mais de 300 impressões, principalmente em serigrafia.

O estilo habitual de Lichtenstein no que diz respeito aos quadrinhos compunha-se de: imagens estereotipadas em cores brilhantes, uso de contornos pretos e imitações de pontos de Benday (inventados por Benjamin Day para simular variações de cor e sombreamento) da impressora mecânica. Sobre sua técnica ele comentou: “Eu tomo um clichê e tento organizar suas formas para torná-lo monumental”. Ele morreu em 1997, aos 74 anos de idade, vitimado pela pneumonia, deixando sua esposa Dorothy Herzka e os filhos David e Mitchell, frutos de seu primeiro casamento com  Isabel Wilson de quem se divorciou em 1965. Apesar de sua ausência, a Pop Art continua a influenciar o século XXI.

Obs.: Nos textos sobre Lichtenstein aparecerá a expressão banda desenhada que é uma forma de arte que conjuga texto e imagens com o objetivo de narrar histórias nos mais variados gêneros e estilos. São em geral publicadas no formato de revistas, livros ou em tiras publicadas em revistas e jornais.

Fontes de pesquisa
Lichtenstein/ Editora Taschen
https://en.wikipedia.org/wiki/Roy_Lichtenstein

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *