Monet – EFEITO DO OUTONO EM ARGENTEUIL

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Monet é só um olho, mas, Deus, que olho! (Paul Cézanne)

O pintor Claude-Oscar Monet (1840 – 1926) nasceu em Paris, mas viveu a sua infância e adolescência em Le Havre, cidade portuária francesa, para onde seus pais se mudaram, crescendo num ambiente burguês. Na sua casa, apenas a mãe, Louise, mostrava interesse pela pintura. O pai, Adolphe, não aceitava as inclinações do filho por tal arte, de modo que o relacionamento entre os dois começou a gerar conflitos. E piorou mais quando o filho deixou a escola, pouco tempo antes de concluir os estudos. Após perder a mãe, quando tinha apenas 17 anos, Monet ficou sob os cuidados de sua tia Marie-Jeanne, pintora criativa e ligada ao meio artístico, que compreendia suas inclinações artísticas. Ela passou a supervisionar a educação do sobrinho que terminou sendo o mais importante pintor do Impressionismo.

A composição intitulada Efeito do Outono em Argenteuil é uma obra-prima do pintor e também a expressão máxima do movimento impressionista do qual ele foi o pai. Apresenta uma pequena paisagem de outono, criada com a única finalidade de transmitir os efeitos atmosféricos da mudança outonal, ou seja, a preocupação do artista é mostrar as impressões e sensações sentidas pelo olho. O local reproduzido é a famosa povoação de Argenteuil, situada às margens do rio Sena, próxima a Paris, onde o pintor morou por cerca de sete anos.

A pintura impressionista deve ser vista sempre à distância, pois de perto perde o efeito da luminosidade natural e das cores captadas pelo artista – como é possível observar nesta composição –, embora as ricas texturas e as pinceladas fiquem bem visíveis, impregnando os sentidos. O artista usou em sua tela tons dourados quentes para repassar ao observador a impressão de que se trata de folhas outonais. Na parte esquerda, ele contrapõe os tons rosados e amarelos com toques de verde aqui e ali. Nesta composição, o pintor impressionista usa as cores do arco-íris, o que veio a ser uma característica do estilo impressionista.

No centro da composição, a água com seu delicado azul, passando por entre as árvores douradas, leva os olhos do observador para dentro do quadro, direcionando-o à listra de azul mais escuro, entre o rio Sena e a cidade de Argenteuil, e depois às suas edificações, refletidas na água. Além disto, esta faixa serve também como ligação entre as duas massas de árvores. Na parte inferior da tela, o artista trabalha com pinceladas mais longas e ousadas, diminuindo à medida que o olhar distancia-se da base da pintura.

Monet amava tanto as texturas da pintura quanto as da natureza. Era um estudioso das cores. A representação das nuvens e do rio é um exemplo. As primeiras são criadas com pinceladas delicadas e curvas, enquanto o segundo é criado com pinceladas horizontais e curtas, repassando a sensação de uma superfície tranquila, embora se mostre um pouco encrespada. No grupo de árvores presentes à direita é possível notar que o artista fez uma raspagem na superfície da pintura com a finalidade de tornar menos densa a tinta e repassar a ilusão de vento ondulando a folhagem de outono.

Ficha técnica
Ano: 1873
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 55 x 74,5 cm           
Localização: Courtauld Institute Galleries, Londres, Grá-Bretanha

Fontes de pesquisa
A arte em detalhes/ Robert Cumming
1000 obras-primas da pintura europeia/ Köneman

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