MONGÓLIA – O PODER DOS XAMÃS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

mongolia

Oh, meu espírito, eu cavalgaria dez vacas mongólicas para vê-lo. Consinta, por favor, que o cuco dourado guie-me ao espírito. (Invocação dos praticantes do xamanismo)

Quando alguém se torna xamã, tem a responsabilidade de cuidar das pessoas a sua volta. (Explicação de um xamã).

O espírito entra, a consciência vai embora para algum lugar bonito. E o espírito apossa do corpo. Quando termina, ele parte e a consciência retorna. E vem um cansaço imenso. A gente demora muito para se recuperar. (Revelação de um xamã)

O xamã é uma espécie de sacerdote, pajé ou médico feiticeiro, muito comum entre os povos asiáticos, que exerce a função de adivinho e curandeiro, e é dono de uma posição de destaque na sociedade em que vive. Diz possuir o poder de entrar em contato com forças ou entidades sobrenaturais, através das quais realiza curas, faz adivinhações, pratica o exorcismo e encantamento, entre outras coisas. Acredita que é usado pelos espíritos e, por isso, possui o poder de curar tanto o corpo quanto a alma. Ele se considera uma espécie de canal entre o mundo real, onde habitam os homens, e o invisível, habitado por espíritos e deuses.

Na Mongólia, a etnia indígena Darhad, presente no norte do país, é responsável por manter o xamanismo em evidência, preservando parte das tradições de seu antigo estilo de vida nômade. Como a região em que vive essa etnia, situada na fronteira da Mongólia com a Rússia, é muito distante, tem sido mais fácil conservar tais tradições, diante das mudanças culturais que vêm ocorrendo em outras partes do país.

O transe é a ocasião em que o corpo do xamã recebe o espírito do mundo invisível. Acontece através da meditação e dos cânticos que começam lentos e vão tendo o ritmo acelerado, até o momento em que o homem cai no chão, quando se diz incorporado pelo espírito. O ar fica cheio de fumaça, pois o xamanismo crê que ela chama os espíritos. Vários talismãs são dispostos no local em que o xamã recebe as entidades espirituais. Durante o transe, ele se põe a receber as pessoas que o procuram, falando-lhes sobre a vida passada, respondendo perguntas e dando conselhos.

O xamanismo, conjunto de crenças e práticas associadas às atividades dos xamãs e também a sistemas religiosos análogos de outros povos, especialmente indígenas das Américas, muitas vezes está associado à religião praticada no país. Na Mongólia, por exemplo, incorporou as tradições locais do budismo. No período soviético, seu exercício foi proibido juntamente com outras religiões, mas mesmo assim era praticado ocultamente. O xamanismo possui um profundo respeito pela natureza e uma grande ligação com o passado. Mas também existe a prática de muita charlatanice.

Os adeptos do  xamanismo explicam que o indivíduo já nasce xamã, pois é escolhido pelos espíritos, função que passa de geração para geração, numa mesma família. Mas aquele que exerce tal prática, sente-se na obrigação de zelar por sua comunidade e acaba arcando com uma gama de problemas e sofrendo uma grande pressão psicológica. Talvez seja por isso que o alcoolismo é muito comum entre os xamãs. Em grandes ocasiões, os xamãs atuam em conjunto, num ritual mais complexo, quando são feitas oferendas aos espíritos.

Segundo a crença, jamais se deve olhar para os olhos de um xamã, quando ele está possuído por uma entidade, para que coisas ruins não aconteçam ao observador. Os espíritos que descem, também fazem exigências: bebidas, cigarros, etc., de modo que o xamã-espírito tem que atender seus pedidos. Se uma pessoa é chamada para o xamanismo e não obedece, ela passa a sofrer de muitos problemas físicos e psicológicos, até que venha a aceitar o manto xamanista.

Segundo dizem, um xamã jamais deve receber dinheiro, mas não é o que sempre acontece. Muitos são criticados por cobrar caro por seus trabalhos e por buscar fama, quando deveriam viver de doações. Não pode haver mulher xamã e nem todos os ritos podem ser presenciados por ela, que pode ser impura. Mas algumas mulheres não aceitam tal proibição e se tornam xamãs.

Fonte de pesquisa:
National Geographic/ Dezembro/ 2012

Nota: Imagem copiada de g1.globo.com

8 comentaram em “MONGÓLIA – O PODER DOS XAMÃS

    1. LuDiasBH Autor do post

      Pat

      As tradições com seus xamãs, curandeiros, cartomantes e charlatães…
      Tudo isso originado da falta de médicos.

      Abraços,

      Lu

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  1. Julmar M. Barbosa

    XAMÃ é também o terceiro livro da trilogia de Noah Gordon – O FÍSICO, XAMÃ e A ESCOLHA DA DOUTORA COLE.
    A trilogia fala exatamente sobre a crença indígena na cura das doenças do corpo e da alma através da atuação dos Xamãs, que se valiam desse suposto poder, para obterem benefícios próprios, tal qual acontece hoje com os charlatães de plantão.
    Preciso citar algum nome?

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Ju
      Não, não precisa citar.
      Eles estão principalmente dentro de certas religiões… risos.
      Essa trilogia deve ser ótima.
      Será que é só ficção ou se baseia em pesquisas?

      Abraços,

      Lu

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