Autoria de LuDiasBH
Alguns dizem por aí que Viviane brotou,
com sua pele branca e belos olhos azuis,
nas calçadas das ruas centrais de Beagá,
como uma mariposa à procura de luz.
A pequena jamais foi a uma escola oficial,
porém, aprendeu gostar do ápice do coito,
a manipular, com maestria, bundas e falos,
mas sem nunca ter deixado ereto um lápis.
Ainda em botão carregou no ventre virgem
um rebento, debilitado e inocente herdeiro,
herança dos erradios e drogados da cidade,
já bestializados pela cola de sapateiro.
Viviane entregou-se inteira à animalidade,
passando a só ouvir a voz de sua natureza.
Tornou-se bicho sem livre-arbítrio e razão,
e somente à droga obedece com firmeza.
O botão mãe definha-se por ruas e calçadas,
atracada ao vil carrasco – o saquinho de cola.
Desdentada, olhos envidraçados pela droga,
coa vida a exalar-se no desvario e na gosma.