Autoria de LuDiasBH
Na entrada da cidade existe um poste.
Desse nasce um feio galho de cimento,
na sua ponta há uma flor esverdeada,
feita de alumínio e vidro cinzento.
Pousado ali, no escurecido concreto,
ua mancha negra e elegante espreita
o infinito – paleta anilada de Matisse.
O ponto negro no poste está quieto.
O bicho parece um observador feliz,
talvez perdido em seus pensamentos,
ou mirando as reviravoltas do mundo,
quiçá de olho no próximo alimento.
A obra realista nem mesmo desconfia
que, além das molduras do duro poste,
o homem decompõe sua própria sorte
com as tintas do poder e da cobiça.
Lu
Sua poesia é um quadro vivo, cujas cores são as palavras.
Abraços
Nel
Nel
Essa foi a minha intenção: compor um quadro vivo.
Beijos,
Lu