Pierre Verger – SUA FAMÍLIA E SUA ARTE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O francês Pierre Verger (1902-1996) era filho de uma rica família de origem alemã e belga. Seu pai, Léopold Verger, ainda solteiro, mudou-se para a França, ali instalando uma pequena gráfica. Casou-se depois e teve três filhos, sendo Pierre o mais jovem deles. Na foto à direita, o nosso garotinho, com seis anos, encontra-se sentado à direita da mãe, com seu bonequinho de estimação. Atrás, de pé, estão seus dois irmãos. A segunda mostra-o na sua velhice.

A sorte nem sempre sorriu para o jovem Pierre que, antes dos 30 anos, já havia perdido seu pai e os dois irmãos, vindo a mãe a falecer mais tarde, quando ele tinha 32 anos de idade. Sobraram-lhe apenas os parentes distantes, sobre os quais não nutria simpatia alguma, em razão da vida superficial que levavam. Talvez tenha sido por isso que buscou sempre a simplicidade, em toda a sua vida.

Pierre Verger travou amizade com artistas e intelectuais de sua época, em Paris. Dentre esses, tornou-se íntimo do fotógrafo Pierre Boucher, com quem aprendeu as primeiras lições da arte que viria a ser o motivo central de sua vida: a fotografia, responsável por levá-lo a vários cantos do mundo. No início, sem dinheiro, chegou a trocar suas fotografias por alimentação, hospedagens e passagens. Mas, à medida que se firmava como um excelente fotógrafo jornalístico, especializado na fotografia em branco e preto (ainda não havia a colorida na época), passou a vender sua arte para jornais e revistas. Onde quer que fosse, não se apartava de sua amada companheira: uma máquina Rolleiflex (presente hoje na Fundação Pierre Verger), cujo visor era olhado de cima para baixo. Ele mesmo revelava suas fotos.

O fotógrafo deu volta ao mundo, documentando as mais diversas culturas, muitas delas hoje inexistentes, em razão da ocidentalização mundial. Agradava-lhe, sobretudo, as religiões afro-brasileiras, encontrando em Salvador/BA, um celeiro inimaginável para ser fotografado, além da beleza da cidade, suas tradições e hospitalidade das pessoas. E foi essa cidade que escolheu para viver, recebendo influências de Jorge Amado, Mãe Menininha, Mário Cravo, entre outros, e do povo baiano. Ali, ele escolheu um bairro pobre para morar, denominado Engenho Velho de Brotas, numa casa onde não havia luz e água encanada.

O trabalho etnológico de Pierre Verger deu-lhe o título de Doutor em Etnologia pela Universidade de Sorbonne (Paris/França). Recebeu também o título de Babalaô pelo Candomblé. O trabalho de Verger como fotógrafo continua dando frutos, ao influenciar grandes nomes da fotografia brasileira, como Mário Cravo, Sebastião Salgado, Vitória Régia Sampaio, Adenor Godim, Jahbson Borges (que trabalhou como seu assistente), entre outros.

Pierre Verger, cuja fotografia primava por captar o espontâneo e o mais natural possível, deixou um acervo fotográfico que contabiliza cerca de 65 mil negativos, de grande importância, sobretudo para o Brasil. Ali estão fotos dos mais inusitados lugares do mundo, mostrando pessoas no dia a dia, em seus diferentes afazeres e locais.

Fontes de pesquisa
http://www.unicamp.br/~everaldo/bahia/verger/verger.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Verger
Fotografando Verger/ Editora Companhia das Letrinhas

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