Pintores Brasileiros – ALMEIDA JÚNIOR

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Autoria de Lu Dias Carvalho

ALMJUN

Era o mais autêntico e genuíno representante do tradicional tipo paulista. Mas sem nenhum traquejo de homem de cidade. Falava como os primitivos provincianos e tal qual estes vestia-se, andava, retraía-se. Mas isso não impediria que fizesse um curso brilhantíssimo, durante o qual recebeu diversas premiações em desenho figurado, pintura histórica e modelo vivo, inclusive, em 1874, a grande medalha de ouro com o quadro Ressurreição do Senhor. (Gastão Pereira da Silva)

Aos poucos, por uma confluência de valores pessoais com circunstanciais favoráveis, Almeida Júnior virou uma espécie de símbolo da brasilidade an arte de sua época. (Rafael Cardoso)

O pintor José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899), filho do funcionário público José Ferraz de Almeida e de Anna Cândida de Amaral e Souza, nasceu na cidade de Itu, São Paulo. Tinha duas irmãs, Maria Amélia e Francisca Amália. Ainda criança, a família já notava o talento do garoto para a pintura. E, com a ajuda do padre Miguel Correa Pacheco, não tardou a ser mandado para o Rio de Janeiro, a fim de refinar seu talento,  matriculando-se na Academia Imperial de Belas Artes.

Almeida Júnior, na Academia, iniciou seus estudos aperfeiçoando-se no desenho, começando pela estatuária e pelo modelo-vivo, e a partir daí tiveram início as aulas de pintura. Teve como principais mestres Jules le Chevrel, que tinha formação francesa e era professor de desenho, e o famoso pintor brasileiro Victor Meirelles, professor de pintura. Como era comum à época em todo o mundo, Almeida Júnior fazia cópia dos trabalhos dos mestres europeus.

Por sua pintura Belizário Esmolando, ele ganhou a Medalha de Ouro, prêmio principal da Academia onde estudava. Contudo, não se dispôs a concorrer ao Prêmio de Viagem, que poderia levá-lo a estudar na Europa, por timidez, segundo dizem alguns historiadores.

Ao retornar a Itu, o pintor abriu seu ateliê, onde dava aulas de desenho e fazia as encomendas recebidas, sendo, em sua maioria, pertencentes aos políticos e à elite cafeeira. Mas tudo mudaria para o artista, ao encontrar-se com o imperador dom Pedro II, quando esse esteve no interior paulista para inaugurar um ramal da estrada de ferro Mogiana. Já conhecendo a aptidão do artista em outras exposições, ofereceu-lhe uma bolsa de estudos na Europa.

Quando chegou ao Velho Mundo, Almeida Júnior estava com 26 anos, na época em que os impressionistas continuavam envolvidos com seus trabalhos. O artista também foi testemunha do escândalo provocado pela escultura A Idade do Bronze, obra de Auguste Rodin, acusado de ter usado gesso sobre o modelo e amigo Auguste Neyt, algo condenável à época.

Em Paris, Almeida Júnior foi estudar na École Nationale Supérieure des Beuax-Arts, tendo como orientador o mestre Alexandre Cabanel. Ele tanto aprendia sobre as escolas artísticas tradicionais quanto as modernas. Ali ficou durante seis anos, retornando posteriormente àquele país por três vezes. Também esteve na Itália.

Ao retornar ao Brasil, o artista abriu seu ateliê na cidade de São Paulo. Ali recusou a solicitação para ser professor da Academia Imperial de Belas Artes, para a qual foi nomeado como membro honorário. Na cidade paulistana, o pintor trabalhou intensamente, fazendo exposições individuais e coletivas, participando de mostras internacionais, executando encomendas e depois retornando à Europa.

Dentre as encomendas feitas ao pintor, a maior procura era por retratos. O artista abria mão das poses cansativas para executá-los pela observação da fotografia, o que originou algumas críticas em relação a tal método. Também trabalhava com outras temáticas: religiosa, naturezas-mortas, cenas de gênero, paisagens urbanas e rurais, pintura alegórica, tendo feito uma única pintura histórica (A Partida da Monção). Em suma, era um artista completo. Na última década de sua vida, o pintor dedicou-se muito ao universo caipira, criando inúmeras obras.

Almeida Júnior, um dos maiores nomes da pintura brasileira, foi assassinado em 1899, aos 49 anos de idade, no auge de sua carreira, por seu primo José de Almeida Sampaio, um fazendeiro, que se casara com Maria Laura do Amaral Sampaio, com quem o artista mantinha um relacionamento secreto e por quem era apaixonado. Segundo pesquisas, o casal chegou a ter um filho, tendo sua amada servido de modelo para vários de seus quadros, tais como: A Pintura, Leitura, O Importuno e Saudades.

José Ferraz de Almeida Júnior é tido como o pintor que mais apreendeu o realismo dos pintores franceses Gustave Courbet e Jean-Fraçois Millet. Até hoje, a obra do artista é revista pelos mais diferentes estudiosos.

Fonte de pesquisa
Almeida Júnior/ Coleção Folha
http://www.aprovincia.com.br/memorial-piracicaba/especial/vida-e-tragica-morte-de-almeida-jr/

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