Rafael – MADONA DE FOLIGNO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O painel Madona de Foligno, obra do pintor italiano renascentista Rafael Sanzio, mostra o aparecimento da Virgem Maria com seu filho Jesus, sustentados por uma esplendorosa nuvem de anjos alados, aos santos São João Batista, São Francisco, São Jerônimo e ao conde Sigismundo Conti, um humanista.

Esta pintura havia sido encomendada pelo conde Conti para ser doada à Igreja de Santa Maria, de Aracoeli, e se destinava ao altar principal, onde permaneceu por muitos anos. Após a morte do conde, seus herdeiros pediram para que a obra fosse transferida para Foligno, cidade natal de Sigismundo Conti. Mas, após o Tratado de Toledo, o painel foi confiscado pelos franceses, levado para Paris e ali permaneceu até 1815. Depois de ficar certo período em restauração, foi devolvido, em 1816, aos Museus do Vaticano.

É sabido que houve a queda de um meteorito em Foligno, e, que esse deixou incólume a casa do conde. Por isso, existe a possibilidade de que a encomenda da composição tenha origem numa promessa feita, sendo a casa ao fundo da paisagem uma lembrança do acontecimento. Existe também a hipótese de que o meio círculo, que atinge a paisagem, na parte inferior da pintura, refira-se ao cometa da peste ou a um tiro de canhão desferido contra Júlio II, de quem o conde era secretário, que não sofreu nada.

A Virgem com seu Menino encontra-se em meio a uma revoada de querubins azuis. Atrás dela  vê-se um enorme disco solar. Imagina-se que esse se origina de uma passagem do Apocalipse de João (XII, I) ou da Lenda Dourada, de Jacopo da Voragine, em que Sibila narra a Augusto sua visão: “Um círculo de ouro apareceu ao redor do sol e, no meio dele, uma bela senhora com um bebê no colo.”.  Abaixo da Madona, no centro da obra, em meio a neblinas e colinas esverdeadas, a casa do conde encontra-se coroada por um arco-íris.

São Jerônimo, padroeiro dos estudiosos, encontra-se na parte inferior à direita, intercedendo junto à Virgem pelo conde Sigismundo Conti, que se encontra de joelhos e de perfil, com um enorme manto vermelho, em pose de oração, e já bem envelhecido. À esquerda da Virgem está São João Batista, vestido com peles de animais, indicando a Virgem e o Menino ao observador. Ajoelhado diante dele se encontra São Francisco. Abaixo, centralizado na composição, um anjo carrega nas mãos uma tábula sem nenhuma inscrição. Especula-se que a escrita não foi executada em razão da morte do conde.

A paisagem ao fundo é intensamente pictórica e poética. Próximo à rica edificação são vistas algumas figuras humanas, um cavalo e ovelhas pastando em meio à relva verde. A hábil composição, assim como a diferenciação entre os dois planos, celeste e terreno, transformou a obra num marco ocidental. A parte que representa o plano celeste apresenta uma cor mais brilhante e grande modulação.

Os pintores que trabalhavam com a arte figurativa tinham uma enorme preocupação em construir uma composição equilibrada. E Rafael foi perito no manejo de suas figuras. Os personagens da pintura Madona de Foligno encontram-se simetricamente dispostos em volta de um eixo central, conforme o esquema compositivo acima. A simetria era vista pelas artes antigas como uma das qualidades da beleza.

Ficha técnica
Ano: 1511
Tipo: Óleo sobre madeira transferido para tela
Dimensões: 320 cm × 194 cm (130 × 76 na na)
Localização: Pinacoteca Vaticana, Cidade do Vaticano/ Itália

Fontes de pesquisa:
O Livro da Arte/ Publifolha
A História da Arte/ E. H. Gombrich
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
Tudo sobre Arte/ Sextante
Para Entender a Arte/ Maria Carla Prette
A Arte em Detalhe/ Publifolha
Grandes Mestres/ Abril Coleções
Os Pintores mais Influentes do Mundo/ Girassol

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