Tintoretto – SUZANA E OS VELHOS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Suzana e os Velhos é uma obra do pintor italiano Jacopo Tintoretto (1518 – 1594), cujo nome de batismo era Jacopo Robusti. Também era conhecido como Tintoretto, o Furioso, pela energia e “fúria” com que pintava tanto assuntos sagrados como profanos num período conhecido como o “século de ouro” veneziano. Embora não haja clareza em relação aos seus mestres, presume-se que entre eles estejam Ticiano, Andrea Schiavone e Paris Bardone. Além de ser tido como o mais importante pintor do estilo maneirista, encontra-se entre os melhores retratistas de sua época.

Suzana encontra-se prestes a tomar banho na piscina de seu suntuoso jardim, onde são vistos árvores, flores, animais e estátuas. Ela usa os cabelos presos em tranças à moda veneziana e traz ricas pulseiras em ouro, pedras preciosas e pérolas nos antebraços. Na orelha usa um brinco de ouro e pérola. Curva-se sobre o pé direito, enquanto o outro permanece dentro da água da piscina. À sua frente encontram-se seus artigos de toalete: um espelho (escorado na treliça de rosas), um pente, um colar de pérolas, um enfeite de cabelo, dois anéis e um jarro de prata com óleo perfumado, formando uma natureza-morta dentro da pintura. A seus pés está seu xale de seda branco e à sua direita seu luxuoso manto vermelho.

A bela Suzana está sendo vigiada por dois velhos libidinosos, juízes e membros respeitados da comunidade, conhecidos de seu rico esposo Joaquim. Eles se encontram escondidos atrás da sebe de rosas, aguardando o momento propício para agirem, ou seja, quando as escravas da bela mulher não estiverem ao seu lado, como mostra a cena. Suzana nada percebe, pois traz os olhos no espelho, aguardando a chegada das servas.

A grande figura de Suzana sentada e nua, escorada numa frondosa árvore, é destacada em razão da sebe de rosas que projeta uma área de sombra fresca em seu corpo. A luz reflete em sua pele dourada e nos objetos a seus pés, contrastando com as ricas sombras. A jovem senhora é retratada sensualmente, mas sem se dar conta da presença de terceiros, embora o observador deles se aperceba, como se aguardasse o desenrolar dos acontecimentos. Os corpos das três figuras formam um triângulo.

Esta pintura religiosa (livro bíblico de Daniel), tema muito retratada na história da arte e cheia de simbologia, faz parte do primeiro período do pintor barroco, sendo considerada uma de suas obras-primas. Ela mostra o gosto que o artista nutria pela paisagem que viria a ser apresentada em muitas de suas obras, sendo um dos seus aspectos mais conhecidos e admirados.

A paisagem ao fundo mostra um frescor primaveril, vista em claro e escuro. Fazem parte da simbologia da obra: o cervo (ao fundo, à esquerda) simbolizando a luxúria; a gralha (no galho acima da mulher) simbolizando as fofocas maldosas impingidas pelos juízes maledicentes; os patos (ao fundo, à direita) representando a fidelidade. As perspectivas distorcidas da pintura, seus fortes contrastes de luz e o recuo dinâmico nas profundezas do vasto pomar são características do estilo maneirista.

Ficha técnica
Ano: c.1555
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 146,5 x 193,5 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://artsandculture.google.com/asset/susanna-and-the-elders/oQElxVov8NZf2g

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