Tintoretto – VULCANO SURPREENDE VÊNUS E MARTE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

vusuvem

A composição denominada Vulcano Surpreende Vênus e Marte é uma obra mitológica do pintor italiano Tintoretto que não deixou muitas obras baseadas na mitologia. O pintor mostra o momento em que Vênus — deusa da beleza e do amor — e seu amante Marte, deus da guerra, são surpreendidos por Vulcano — deus do fogo — marido da deusa. Esta mesma temática já foi representada por muitos outros artistas.

Vulcano, com seu corpo musculoso e alto, embora já idoso, tem os cabelos esbranquiçados e a barba branca. Usa uma faixa brilhante que lhe cobre os quadris. Ele se reclina sobre a cama, apoiando-se nela com o joelho direito e na perna esquerda estirada, tocando com a ponta do pé o chão e suspende o véu que cobre a genitália de Vênus, para ver se ali encontra algum vestígio de sua traição. Atrás dele, na parede, está um enorme espelho redondo que o mostra de costas, próximo à cama da esposa, reproduzindo a cena.

Vênus, com o corpo voltado para a lateral direita da tela e com as pernas abertas, tenta cobrir-se com o lençol. Ela não encara o marido. Com a mão esquerda levanta o lençol, procurando cobrir seu corpo nu, enquanto descansa o braço numa almofada dourada que se encontra à sua direita. O tecido escuro sobre sua cama lembra o manto de Marte — deus da guerra — que possivelmente não teve tempo de vesti-lo. Cupido, filho de Vênus com o amante, finge dormir tranquilamente num berço próximo à janela. Ele é o instigador da traição.

Marte esconde-se debaixo de uma mesa retangular postada atrás de Vulcano, forrada com uma toalha verde, trazendo em cima um manto vermelho, possivelmente o forro da cama de Vênus. Ele usa um capacete redondo e observa o cãozinho — tido muitas vezes como símbolo da fidelidade — aos pés da cama e voltado para ele e, ao que parece, prepara-se para latir, denunciando-o ao esposo traído.

A cena desenrola-se num luxuoso quarto de um palácio veneziano com belas janelas, cujos vidros possuem o formato de prismas. No peitoril da janela, próxima a Cupido, há um belo vaso de vidro de Murano. Os ladrilhos decorados levam a um segundo ambiente com escadas. Uma forte luz difusa banha a cena. As cores usadas pelo pintor são extremamente equilibradas.

Nota
Alguns veem no espelho, o próprio escudo de Marte. Também analisam que o deus da guerra encontra-se debaixo da cama de Vênus.

Ficha técnica
Ano: c. 1555
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 135x 198 cm
Localização: Alte Pinakothek, Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Renascimento/ Editora Taschen
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.wga.hu/html_m/t/tintoret/7/2vulcan.html

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *