VÉRTICE 

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Amanda D. Lopes

Sempre há aquele ponto mais longínquo pra buscar.
Sinto-me como se fosse o vértice oposto de um triângulo, 
ao tentar alcançar aquele ponto mais extremo, mais penoso. 

Nas poucas vezes que nele consigo tangenciar,
com um ínfimo toque, sinto que ali preciso permanecer.
Preciso entregar os meus órgãos, o peso da minha pele com
suas frequências e oscilações a esta superfície. 

Preciso tirar o peso, soltar o ar, deixar ir, ficar ali
o tempo suficiente para conseguir sair, pois tem que sair,
tem que seguir, tem que fazer, tem que ser,
tem que, tem, tem, tem…

Sinto cansaço, não sei a razão, sinto-me pesada, sinto falta de mim.
Este vértice do estranho me clama, olha pra mim, como se precisasse  
do meu tato…

Preciso ir pra lá!
Preciso explodir para alcançar!
Preciso organizar
Preciso, preciso, preciso…

Ilustração: Jovem Mulher na Praia, 1896, Edvard Munch

2 comentaram em “VÉRTICE 

  1. Adevaldo R de Souza

    Amanda

    Muito bonito seu poema e seu grito de busca. Uma maneira de curar algumas feridas é escrever… escrever… escrever.

    Responder
  2. LuDiasBH Autor do post

    Amanda

    O seu poema é maravilhoso. Nele você se coloca por inteira. Seu grito de socorro ecoa por todas as fibras de seu ser e atinge o leitor com ímpeto. Ele também traz este grito preso na garganta, mas através de sua voz (palavras), ele o expele e também se sente melhor.

    Não mate a escritora que há em você. Ponha-a para fora. Compartilhe o seu talento. O mundo necessita dos artistas.

    Abraços,

    Lu

    Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *