<\/a><\/p>\n\u00c9 a pintura mais bonita do mundo. (Renoir)<\/i><\/b><\/p>\n
Poema do interior, cheio de quietude e sil\u00eancio, saturado de tecidos preciosos e de acess\u00f3rios de toilette e de onde se pode sentir o cheiro acre que nos transporta para\u00a0 o de tristeza insond\u00e1vel. (Baudalaire)<\/i><\/b><\/p>\n
Essas rosas p\u00e1lidas, essas almofadas vagamente em destaque e toda essa transpar\u00eancia fluem no olho como o vinho desce na garganta, e o efeito \u00e9 igualmente embriagador. (Paul C\u00e9zanne)<\/i><\/b><\/p>\n
Ao visitar o Oriente, regi\u00e3o do mundo que o impressionara profundamente, Delacroix demonstrou o interesse de conhecer uma casa mu\u00e7ulmana por dentro, ou seja, o pintor queria saber como era a vida dom\u00e9stica e \u00edntima das pessoas que ali viviam. E foi assim que acabou conhecendo, em segredo, o har\u00e9m de certo mu\u00e7ulmano, colaborador franc\u00eas, segundo contam os historiadores de arte.<\/p>\n
Os esbo\u00e7os e aquarelas feitos do local pelo pintor, em sigilo, vieram a\u00a0 transformar-se num enorme quadro, Mulheres de Argel<\/em>, quando de sua volta a Paris, tornando-se um grande sucesso. Trata-se de uma obra-prima, uma das mais famosas do s\u00e9culo XIX. \u00c9 de se julgar que nem tudo \u00e9 igual \u00e0quilo que foi visto pelo pintor, em raz\u00e3o das dificuldades encontradas para fazer seus esbo\u00e7os, pois quanto maior for o perfeccionismo, maior ser\u00e1 a dificuldade em guardar todos os detalhes.<\/p>\nAs tr\u00eas mulheres, cheias de joias, s\u00e3o robustas. Elas possuem um aspecto muito natural, mantendo-se em atitude de relaxamento, embora a que est\u00e1 \u00e0 direita pare\u00e7a se encontrar numa pose bem inc\u00f4moda, assentada sobre a perna direita, tendo a esquerda erguida, apoiando parte do peso do corpo no p\u00e9. Segundo descri\u00e7\u00e3o encontrada no livro “Los Secretos de las Obras de Arte”, Taschen, \u201cA posi\u00e7\u00e3o da mulher sentada \u00e0 direita vem de um dos livros de esbo\u00e7os do pintor, mas seu perfil impressionante pertence a um modelo parisiense e pode ser encontrado em outras pinturas de Delacroix, como em A Liberdade Guiando ao Povo.\u201d.<\/i><\/p>\n
A criada negra abre as grossas cortinas. Uma luz, vindo de fora do ambiente, destaca os azulejos bem trabalhados. A criada \u00e9 a \u00fanica a fazer alguma atividade, pois as mulheres sentadas no ch\u00e3o mostram-se ociosas e indolentes. O lugar \u00e9 luxuoso e calmo, distante da vida agitada que jaz fora daquelas paredes. A sombra cobre os olhos da figura \u00e0 esquerda; a do meio tem o rosto sombreado e a da direita, apesar de estar toda iluminada, traz os olhos fechados.<\/p>\n
H\u00e1 na composi\u00e7\u00e3o uma grande quantidade de estampas, texturas, padr\u00f5es e intensidade crom\u00e1tica. Mesmo considerando o desenho sem precis\u00e3o, a cr\u00edtica gostou da originalidade das cores. O quadro, que se tornou uma das obras mais influentes da pintura europeia, foi comprado, \u00e0 \u00e9poca, pelo rei Felipe. Dentre os in\u00fameros artistas, que fizeram c\u00f3pias e varia\u00e7\u00f5es da composi\u00e7\u00e3o, est\u00e1 Pablo Picasso com 14 obras.<\/p>\n
Delacroix \u00e9 preciso nos detalhes, ao mostrar os diferentes azulejos das paredes e do piso, as trabalhadas capas das almofadas e vestimentas, as joias, os desenhos coloridos dos tapetes, a decora\u00e7\u00e3o do interior do recinto, as portas trabalhadas e as diferentes posi\u00e7\u00f5es do corpo das personagens, o que confere ao quadro grande autenticidade. O artista explica a atmosfera encontrada em sua obra: “Aqui a fama \u00e9 uma palavra sem significado: tudo se transforma numa doce pregui\u00e7a e n\u00e3o se pode dizer que esta n\u00e3o seja a mais desej\u00e1vel condi\u00e7\u00e3o neste mundo.”<\/em>.<\/p>\nCuriosidade:
\n<\/span>Era dif\u00edcil para Delacroix realizar seus desenhos em territ\u00f3rio mu\u00e7ulmano, pois o Isl\u00e3 pro\u00edbe a representa\u00e7\u00e3o de imagens. Al\u00e9m disso, as mulheres andavam cobertas com\u00a0 v\u00e9u, sempre que saiam de casa. Mesmo quando tentava desenhar as mulheres \u00e1rabes de longe, enquanto estendiam roupas na varanda, essas chamavam o marido. Por isso, o pintor, na maioria das vezes,\u00a0 teve que trabalhar em segredo, conforme mostra seus livros de esbo\u00e7os, onde\u00a0 aparecem mais rostos de homens que de mulheres. Somente na casa de uma fam\u00edlia judia ele pode observar tudo livremente, o que o inspirou depois a pintar um casamento judaico.<\/p>\nFicha t\u00e9cnica
\n<\/span>Ano: 1834
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre madeira
\nDimens\u00f5es: 180 x 229 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Museu do Louvre, Paris, Fran\u00e7a<\/p>\nFontes de pesquisa
\n<\/span>Delacroix\/ Cole\u00e7\u00e3o Folha
\nDelacroix\/ Abril Cole\u00e7\u00f5es
\nOs segredos das obras de arte\/ Taschen<\/p>\nViews: 17<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho \u00c9 a pintura mais bonita do mundo. (Renoir) Poema do interior, cheio de quietude e sil\u00eancio, saturado de tecidos preciosos e de acess\u00f3rios de toilette e de onde se pode sentir o cheiro acre que nos transporta para\u00a0 o de tristeza insond\u00e1vel. (Baudalaire) Essas rosas p\u00e1lidas, essas almofadas vagamente em […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11,42],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10083"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=10083"}],"version-history":[{"count":9,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10083\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46058,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10083\/revisions\/46058"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=10083"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=10083"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=10083"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}