<\/a><\/p>\nA minha amiga Gl\u00e1ucia Pinheiro tem na sua estante um presente que lhe foi trazido da R\u00fassia, que me prende os olhos assim como os das crian\u00e7as que se postam diante das tais belezuras, numa atitude de vis\u00edvel encantamento. Trata-se de um conjunto de mimosas bonequinhas, chamado Matryoshka<\/i>, Matrioska ou Mamushka<\/i>, feito de uma madeira parecida com o pinho, embora as bonequinhas possam ser confeccionadas com outros tipos de material. Tamb\u00e9m podem ser bonecos ou bonecas, ou seja, meninos ou meninas, sendo as \u00faltimas mais comuns. A prole da Matrioska<\/i> tamb\u00e9m pode ser mista, composta por bonecos e bonecas.<\/p>\n
A palavra Matryoshka<\/i> vem do diminutivo de Matryona<\/i>, nome pr\u00f3prio feminino muito comum entre as camponesas da R\u00fassia antiga. Normalmente o conjunto de bonecas \u00e9 composto de tr\u00eas a sete bonequinhas, que v\u00e3o se encaixando umas dentro das outras, at\u00e9 ficar somente a m\u00e3ezona, embora seja poss\u00edvel encontrar conjuntos at\u00e9 com 30 pe\u00e7as. A menorzinha delas n\u00e3o \u00e9 oca, o que deixou Gabi, a fofa filhotinha da minha amiga, intrigada, querendo abri-la de qualquer jeito para encontrar mais uma bonequinha dentro. Confesso que tamb\u00e9m fiquei curiosa.<\/p>\n
O mais interessante \u00e9 que as bonecas n\u00e3o possuem membros, o que permite o encaixe perfeito das pe\u00e7as. Tudo \u00e9 pintado no pr\u00f3prio corpo das menininhas, numa infinidade de varia\u00e7\u00f5es. Elas s\u00e3o mostradas em trajes t\u00edpicos do pa\u00eds e at\u00e9 mesmo vestidas de personagens de contos infantis. Ah! Tamb\u00e9m podem representar l\u00edderes pol\u00edticos. Que judia\u00e7\u00e3o!<\/p>\n
Tal conjunto de bonequinhas era dado, antigamente, \u00e0s mulheres como incentivo \u00e0 maternidade e \u00e0 fertilidade. Tamb\u00e9m simbolizavam sa\u00fade, beleza e sorte para quem as recebesse de presente. O fato \u00e9 que, presenteadas ou n\u00e3o, as bonecas s\u00e3o fof\u00edssimas e d\u00e3o um toque de exotismo a qualquer ambiente. Por favor, se voc\u00ea, meu caro leitor, for \u00e0 R\u00fassia, n\u00e3o deixe de me trazer um conjuntinho, ainda que seja com tr\u00eas bonequinhas.<\/p>\n
Existe uma lenda russa muito interessante, por sinal, que conta a origem da Matrioshka<\/i>, que \u00e9 mais ou menos assim:<\/p>\n
Serguei era um carpinteiro russo que trabalhava para se sustentar, fazendo pe\u00e7as de madeira. Havia \u00e9poca em que tinha que enfrentar o inverno rigoroso de seu pa\u00eds para procurar a mat\u00e9ria-prima de seu trabalho. Num certo dia, quando j\u00e1 estava desesperan\u00e7ado de encontrar madeira, deparou-se com um tronco exuberante, o mais belo que j\u00e1 havia visto. Depois de muito pensar sobre o que fazer com aquela maravilha, resolveu fazer uma boneca. Ao terminar a pe\u00e7a, maravilhou-se com a beleza de sua obra, e decidiu n\u00e3o a vender.<\/p>\n
O carpinteiro deu \u00e0 sua cria\u00e7\u00e3o o nome de Matrioska<\/i>. E, como era muito sozinho, passou a conversar com ela todos os dias. E n\u00e3o \u00e9 que uma manh\u00e3, ao dizer \u201cBom dia, Matrioska!<\/i>\u201d, surpreendeu-se ao ouvi-la responder: \u201cBom dia, Sergei!<\/i>\u201d. Que surpresa maravilhosa. Agora ele n\u00e3o mais se sentiria s\u00f3.<\/p>\n
Certo dia, por\u00e9m, o artista notou que a sua Matrioska<\/i> parecia muito triste. Ao indagar sobre o motivo de sua tristeza, ela lhe respondeu que desejava ter um beb\u00ea. Ao que ele lhe afirmou:<\/p>\n
– Terei que abri-la, querida, e isso ser\u00e1 muito doloroso.<\/i><\/p>\n
Matrioska<\/i>, por\u00e9m, disse-lhe com ares de quem j\u00e1 havia tomado a sua decis\u00e3o:<\/p>\n
– Na vida, as coisas importantes requerem um pequeno sacrif\u00edcio. <\/i><\/p>\n
E assim, Serguei talhou uma c\u00f3pia perfeita de Matrioska<\/i>, em tamanho menor, dando-lhe o nome de Trioska<\/i>, que ficou guardadinha no interior da m\u00e3e, que aceitou ser cerrada ao meio para abrigar sua filhinha.<\/p>\n
Mas Trioska, a filhinha, tamb\u00e9m quis um rebento, sendo prontamente atendida pelo carpinteiro que deu \u00e0 nova boneca o nome de Oska<\/i>.<\/p>\n
Serguei surpreendeu-se, quando Oska<\/i> repetiu o mesmo desejo das duas primeiras, mas se prontificou a atend\u00ea-la. S\u00f3 que dessa vez acrescentou uns fios de bigode em Ka<\/i>, nome que lhe dera. E, para evitar o mesmo pedido das outras duas, e por um fim na gera\u00e7\u00e3o de Matrioska<\/i>, colocou-a diante do espelho e lhe disse:<\/p>\n
– Voc\u00ea \u00e9 um homem e n\u00e3o pode ter filhos!<\/i><\/p>\n
Ka <\/i>foi colocado dentro de Oska<\/i>, que ficou dentro de Trioska<\/i>, que por sua vez ficou dentro de Matrioska<\/i>. E um dia, para desespero de Serguei, Matrioska<\/i> desapareceu levando toda a fam\u00edlia dentro de si.<\/p>\n
Coitadinho! Ser\u00e1 que ele fez outra Matrioska, depois de tamanha decep\u00e7\u00e3o?<\/p>\n
Curiosidades<\/span><\/p>\n\n- Presume-se que as Matryoskas surgiram nos anos 90 do s\u00e9culo XIX.<\/li>\n
- Artistas modernos est\u00e3o criando novos estilos de Matryoshkas com animais, retratos e caricatura de pol\u00edticos famosos, m\u00fasicos e estrelas de cinema, etc.<\/li>\n
- Existe tamb\u00e9m a conjectura de que a Matryoshka foi inspirada num jogo de bonecas de madeira de origem japonesa, que representava \u201cShichi-fuku-jin\u201d, os Sete Deuses da Fortuna. Na verdade, elas possuem o formato bem parecido.<\/li>\n<\/ul>\n
Fonte de pesquisa
\n<\/span>http:\/\/aprender-russo-online.blogspot.com.br<\/a><\/p>\nNota:<\/span> imagem copiada de http:\/\/www.muambeiradigital.com.br<\/em><\/p>\nViews: 149<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
\u00a0Autoria de Lu Dias Carvalho A minha amiga Gl\u00e1ucia Pinheiro tem na sua estante um presente que lhe foi trazido da R\u00fassia, que me prende os olhos assim como os das crian\u00e7as que se postam diante das tais belezuras, numa atitude de vis\u00edvel encantamento. Trata-se de um conjunto de mimosas bonequinhas, chamado Matryoshka, Matrioska ou […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[18],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10468"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=10468"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10468\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46083,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10468\/revisions\/46083"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=10468"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=10468"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=10468"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}