![\"gauguin\"](\"http:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2014\/02\/gauguin-247x300.png\")
<\/p>\nAutoria de Lu Dias Carvalho
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Muitas pessoas encontram prote\u00e7\u00e3o porque se mostram fr\u00e1geis e sabem como pedir ajuda. Ningu\u00e9m me protegeu, porque me consideravam forte e porque fui demasiado orgulhoso. (Gauguin)<\/i><\/b><\/p>\n
\u00a0Devo lembrar que existem duas naturezas em mim: a \u00edndia e a sens\u00edvel. A sens\u00edvel desaparece de forma que a \u00edndia passa a proceder com firmeza. (Carta de Gauguin a Matte)<\/i><\/b><\/p>\n
\u00a0<\/i><\/b>O pintor franc\u00eas Eug\u00e8ne Henri Paul Gauguin<\/i> (1848-1903) era filho do jornalista e cronista pol\u00edtico Clovis Gauguin e de Aline-Marie Chazal, cuja fam\u00edlia pertencia \u00e0 nobreza espanhola que se mudou para o Peru na \u00e9poca da conquista daquele pa\u00eds. Tinha uma \u00fanica irm\u00e3, Marie, dois anos mais velha do que ele. Sua origem era mesti\u00e7a (francesa, espanhola e peruana). Sua av\u00f3, que militava na defesa dos ind\u00edgenas, era filha de um nobre peruano.<\/p>\n
\u00a0Clovis e Aline, com medo de que Lu\u00eds Napole\u00e3o, a quem se opuseram politicamente, chegasse ao poder, embarcaram para o Peru levando os filhos ainda beb\u00eas (Gauguin<\/i> tinha pouco mais de um ano). Mas Clovis n\u00e3o aguentou a dureza da viagem, morrendo no navio em consequ\u00eancia de um aneurisma. Ainda assim, sua mulher seguiu para Lima com os dois filhos e ali foi morar com o tio-av\u00f4 das crian\u00e7as. Depois de permanecer 4 anos no Peru, onde colecionava cer\u00e2micas, Aline retornou a Paris com os dois filhos, ap\u00f3s a morte do sogro, para receber a heran\u00e7a que lhe cabia.<\/p>\n
\u00a0Gauguin <\/i>que vivera sua primeira inf\u00e2ncia numa terra ex\u00f3tica, com tra\u00e7os do mundo pr\u00e9-colombiano, ao se mudar para Orleans viu-se num mundo totalmente diferente, local em que permaneceria at\u00e9 os 7 anos de idade. Dali mudou-se para Paris com sua m\u00e3e e irm\u00e3, onde frequentou o curso preparat\u00f3rio para a Escola Naval. E j\u00e1 como aprendiz de oficial fez uma viagem de 13 meses ao redor do mundo. Sua m\u00e3e morreu, enquanto ele viajava, ficando ele e sua irm\u00e3 sob a tutela de Paul Gustave Arosa, que al\u00e9m de fot\u00f3grafo era tamb\u00e9m colecionador de pintura moderna.<\/p>\n
\u00a0Ap\u00f3a abandonar a Marinha, o tutor de Gauguin <\/i>aconselhou-o a trabalhar como corretor da Bolsa de Valores. Aos 25 anos de idade, o futuro artista casou-se com a dinamarquesa Mette Sophie Gade que lhe fora apresentada por Arosa, e com quem teve cinco filhos. Mas, apesar do sucesso como corretor, Gauguin<\/i> apaixonou-se cada vez mais pela pintura. E como tivesse uma boa situa\u00e7\u00e3o financeira, passou a colecionar arte moderna e aprendeu t\u00e9cnicas art\u00edsticas com o escultor Jules Bouillot. Comprou obras de C\u00e8zanne, Sisley, Monet, Manet, Pissarro, Renoir e de outros impressionistas. Amigo dos pintores Camille Pissarro e Edgar Degas, foi convidado por eles para participar da quarta exposi\u00e7\u00e3o do Impressionismo. Tal contato incentivou-o a pintar com mais frequ\u00eancia, al\u00e9m de adquirir obras impressionistas para a sua cole\u00e7\u00e3o. Foi iniciado por Pissarro na t\u00e9cnica do paisagismo.<\/p>\n
Quando ocorreu a quebra da Bolsa de Paris em 1883, Gauguin<\/i> viu-se desempregado e da\u00ed para a frente dedicou-se inteiramente \u00e0 pintura. Com as dificuldades batendo \u00e0 porta, mudou-se para Rouen com sua fam\u00edlia, mas a situa\u00e7\u00e3o continuou dif\u00edcil. Meses depois foi para a Dinamarca, terra natal de sua esposa, com a fam\u00edlia, onde tamb\u00e9m n\u00e3o obteve sucesso. No ano seguinte voltou a Paris, depois da separa\u00e7\u00e3o definitiva da mulher, levando consigo o filho Clovis, de seis anos. Mette ali permaneceu com os filhos, dando aula de l\u00edngua francesa para sobreviver. Mas, embora separados, o casal manteve correspond\u00eancia, na qual ela expunha sua m\u00e1goa em raz\u00e3o do ego\u00edsmo do pintor que punha sua fam\u00edlia de lado, para se dedicar \u00e0 pintura, levando uma vida errante em busca de culturas primitivas e selvagens. Era visto pela fam\u00edlia como uma ovelha errante. Gauguin<\/i> era incapaz de exercer uma profiss\u00e3o burguesa, assim como tomar conta de uma fam\u00edlia. Mesmo quando herdou de um tio certa quantia, preferiu investi-la na sua carreira art\u00edstica a ajudar sua fam\u00edlia.<\/p>\n
\u00a0Gauguin<\/i> desejou conhecer outras terras para recuperar o primitivismo de antes. Foi assim que, depois de visitar sua esposa e filhos em Copenhague, partiu para a Polin\u00e9sia Francesa, onde se encantou com a paz, a beleza e o sossego do lugar, mas os problemas de sa\u00fade (\u00falcera, s\u00edfilis, infec\u00e7\u00e3o nos olhos, al\u00e9m do abuso do \u00e1lcool e da morfina) assim como os financeiros fizeram-no retornar \u00e0 Fran\u00e7a, depois de conseguir uma passagem de terceira classe com o Minist\u00e9rio do Interior franc\u00eas, levando na bagagem significativa produ\u00e7\u00e3o pict\u00f3rica. Assim, aos 45 anos de idade, Gauguin<\/i> voltava a restabelecer-se na Fran\u00e7a. Dois anos depois voltaria definitivamente para a Oceania, pois sua natureza mesti\u00e7a preferia o primitivismo \u00e0 arte ocidental.<\/p>\n
\u00a0Gauguin<\/i> teve que trabalhar em Paris afixando cartazes para sobreviver. Retomou contato com os impressionistas e participou da \u00faltima exposi\u00e7\u00e3o do grupo. Dois meses depois deixou o filho Clovis, doente, com sua irm\u00e3 Marie, sendo depois apanhado pela m\u00e3e. Rumou para a regi\u00e3o da Bretanha, na costa atl\u00e2ntica francesa, decis\u00e3o que muito influiu na sua vida art\u00edstica. Ao retornar a Paris, acabou rompendo rela\u00e7\u00f5es com alguns nomes do Impressionismo, distanciando-se da corrente, enquanto acompanhava o surgimento do Simbolismo. A seguir, viajou para o Panam\u00e1, onde as dificuldades obrigaram-no a trabalhar como oper\u00e1rio no Canal do Panam\u00e1. Dali foi para a Martinica, col\u00f4nia francesa na Am\u00e9rica Central, onde reviveu sua inf\u00e2ncia no Peru e as viagens de sua juventude, imbuindo-se de muitos est\u00edmulos criativos. Mas, ap\u00f3s contrair disenteria e mal\u00e1ria, viu-se obrigado a voltar para a Fran\u00e7a, per\u00edodo em que se tornou amigo dos irm\u00e3os Van Gogh, quando Theo tornou-se seu marchand e Vincent seu amigo.<\/p>\n
\u00a0Ao receber a not\u00edcia de que sua filha Aline morrera, Gauguin<\/i> ficou profundamente abalado, chegando a culpar Mette pelo acontecimento, sem levar em conta a sua aus\u00eancia na vida dos filhos, sendo um pai praticamente inexistente. Tamb\u00e9m chegou a pensar no suic\u00eddio em raz\u00e3o de suas dificuldades financeiras e do pouco apre\u00e7o da cr\u00edtica e do p\u00fablico por sua arte. Escreveu numa carta a um amigo: \u201cSem um comerciante de arte, sem algu\u00e9m que se encarregue de me assegurar a subsist\u00eancia, o que pode me acontecer? N\u00e3o vejo outro caminho sen\u00e3o a morte: ela me liberta de tudo\u201d<\/i>.<\/p>\n
\u00a0Gauguin<\/i> tamb\u00e9m se envolveu com suas modelos nativas, tendo dois filhos fora do casamento com Mette. Tamb\u00e9m n\u00e3o lhes deu import\u00e2ncia, abandonando-os, pois, para ele, a arte esteve sempre acima da fam\u00edlia. No final da vida \u00e9 poss\u00edvel notar o press\u00e1gio da morte na obra de Paul Gaugin\u00a0 <\/i>que morreu aos 55 anos de idade, nas Ilhas Marquesas, depois de ter sofrido dois ataques card\u00edacos. Dizem que os nativos lamentaram muito a sua morte.<\/p>\n
\u00a0Filmes sobre Gauguin \u00a0Fontes de pesquisa Nota:<\/span> autorretrato de Gauguin<\/p>\n <\/p>\n Views: 2<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Autoria de Lu Dias Carvalho Muitas pessoas encontram prote\u00e7\u00e3o porque se mostram fr\u00e1geis e sabem como pedir ajuda. Ningu\u00e9m me protegeu, porque me consideravam forte e porque fui demasiado orgulhoso. (Gauguin) \u00a0Devo lembrar que existem duas naturezas em mim: a \u00edndia e a sens\u00edvel. A sens\u00edvel desaparece de forma que a \u00edndia passa a proceder […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10522"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=10522"}],"version-history":[{"count":14,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10522\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46081,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10522\/revisions\/46081"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=10522"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=10522"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=10522"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
\n<\/span>A lua e seis c\u00eantimos\/ Albert Lewin
\n\u00c2nsia de viver\/ Vincent Minnelli
\nA vida de Gauguin\/ Henning Carlsen<\/p>\n
\n<\/span>Gauguin\/ Cole\u00e7\u00e3o Folha
\nGauguin\/ Abril Cole\u00e7\u00f5es
\nGauguin\/ Art Book
\nGauguin\/ Taschen<\/p>\n