{"id":11282,"date":"2015-05-09T23:10:28","date_gmt":"2015-05-10T02:10:28","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=11282"},"modified":"2022-08-11T20:22:13","modified_gmt":"2022-08-11T23:22:13","slug":"a-mae-imigrante","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/a-mae-imigrante\/","title":{"rendered":"A M\u00c3E IMIGRANTE"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho<\/strong><\/b> \"giov123\"<\/a><\/p>\n

A M\u00e3e Imigrante<\/i> \u00e9 uma fotografia de Dorothea Lange, feita em 1936, que mostra a mis\u00e9ria estampada no rosto de uma m\u00e3e, Florence Thompson, uma camponesa da Calif\u00f3rnia, num acampamento de colhedores de ervilhas. Ela est\u00e1 rodeada por seus dois filhos, que escondem o rosto diante da m\u00e1quina da fot\u00f3grafa, e traz mais um beb\u00ea no colo. Esta \u00e9 uma das fotos mais conhecidas da d\u00e9cada de 1930, um \u00edcone da Grande Depress\u00e3o que abalou o mundo. \u00c0 \u00e9poca, Florence tinha 32 anos de idade e sete filhos. Ela foi fotografada quando se encontrava em Nipono, na Calif\u00f3rnia, EUA, \u00e0 procura de um emprego ou de ajuda social para que seus filhos n\u00e3o morressem de fome.<\/p>\n

A d\u00e9cada de 30 refere-se ao per\u00edodo da Grande Depress\u00e3o<\/em>, tido como o pior e o mais longo per\u00edodo de recess\u00e3o econ\u00f4mica do s\u00e9culo XX, muito penoso para a humanidade, pois trouxe um alto \u00edndice de desemprego, queda na produ\u00e7\u00e3o de todos os tipos de bens, queda das a\u00e7\u00f5es nas bolsas de valores, entre outras mazelas. Em suma, revirou a economia de muitos pa\u00edses de cabe\u00e7a para baixo. Como nas crises, quem mais sofre s\u00e3o os pobres, pois n\u00e3o possuem nada que lhes garanta a manuten\u00e7\u00e3o de suas fam\u00edlias, ap\u00f3s perderem seus empregos.<\/p>\n

Os Estados Unidos foram um dos pa\u00edses que mais sentiram os efeitos da Grande Depress\u00e3o<\/em>, ao lado do Canad\u00e1, Alemanha, Fran\u00e7a, It\u00e1lia, Reino Unido, etc. Florence e muitas outras fam\u00edlias viviam na mis\u00e9ria extrema. Foi um per\u00edodo de muitos suic\u00eddios, tanto do lado dos grandes empres\u00e1rios e fazendeiros, como por parte dos desempregados. A Grande Depress\u00e3o<\/em> foi respons\u00e1vel pela ascens\u00e3o de Adolf Hitler na Alemanha e de outros regimes totalit\u00e1rios, em outros pa\u00edses.<\/p>\n

Dorothea Lange<\/i> fazia parte do grupo de fot\u00f3grafos, empregados pelo governo de Franklin D. Roosevelt para registrar a vida dos trabalhadores migrantes. Ela encontrou, num acampamento, abrigadas por uma tenda provis\u00f3ria, Florence e suas crian\u00e7as, que h\u00e1 muitos dias n\u00e3o comiam, a n\u00e3o ser vegetais congelados, retirados dos campos. A fam\u00edlia j\u00e1 havia vendido at\u00e9 os pneus do carro para comprar comida.<\/p>\n

Florence, nos seus 32 anos, mostra-se envelhecida pelo sofrimento, pelo desespero e pela incerteza do que viria. Os sulcos em sua testa e ao redor dos olhos s\u00e3o profundos. O olhar parece perdido ao longe, enquanto a m\u00e3o direita segura o queixo. Florence morreu em 1983, 47 anos depois de ser fotografada, sendo enterrada ao lado do marido George. Em seu t\u00famulo l\u00ea-se:<\/p>\n

FLOREN\u00c7A LEONA THOMPSON M\u00e3e Migrante \u2013 A Lenda da For\u00e7a da Maternidade americana<\/i><\/i><\/p>\n

A fot\u00f3grafa Dorothea Lange<\/i> (1895-1965) era norte-americana, filha de imigrantes alem\u00e3es. Foi pioneira entre as mulheres na fotografia, assim como uma das mais brilhantes de todos os tempos.<\/p>\n

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