{"id":1151,"date":"2014-06-06T00:01:06","date_gmt":"2014-06-06T03:01:06","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=1151"},"modified":"2022-08-06T18:49:54","modified_gmt":"2022-08-06T21:49:54","slug":"globalizacao-e-servidao-humana","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/globalizacao-e-servidao-humana\/","title":{"rendered":"GLOBALIZA\u00c7\u00c3O E SERVID\u00c3O HUMANA"},"content":{"rendered":"<p style=\"text-align: justify;\"><b>Autoria de <strong>Lu Dias Carvalho<\/strong><br \/>\n<\/b><\/p>\n<p style=\"text-align: justify; padding-left: 150px;\"><a href=\"http:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2013\/02\/trador.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"alignnone wp-image-1444\" src=\"http:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2013\/02\/trador.jpg\" alt=\"trador\" width=\"200\" height=\"200\" srcset=\"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2013\/02\/trador.jpg 300w, https:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2013\/02\/trador-150x150.jpg 150w\" sizes=\"(max-width: 200px) 100vw, 200px\" \/><\/a><\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">Comemorar o fim da escravid\u00e3o humana n\u00e3o \u00e9 tarefa para muitos povos, uma vez que, em pleno s\u00e9culo XXI, ela ainda se encontra a todo vapor em v\u00e1rias partes do planeta. A diferen\u00e7a \u00e9 que os negros n\u00e3o s\u00e3o mais acorrentados na \u00c1frica e levados para terras estranhas como escravos, mas pessoas desesperadas ou fragilizadas, de v\u00e1rias etnias, em todo o mundo, s\u00e3o feitas escravas diariamente. Esta \u00e9 a\u00a0 \u00fanica diferen\u00e7a.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">Estat\u00edsticas mostram que quase 30 milh\u00f5es de pessoas vivem na condi\u00e7\u00e3o de escravas, sem distin\u00e7\u00e3o de sexo ou idade. S\u00e3o compradas e vendidas, exploradas e agredidas e mantidas em cativeiro. S\u00f3 para se ter uma ideia do que vai pelo mundo, no que diz respeito \u00e0 servid\u00e3o humana:<\/p>\n<ul>\n<li style=\"text-align: justify;\">Na \u00cdndia, crian\u00e7as s\u00e3o vendidas pelos pr\u00f3prios pais, para as mais variadas frentes de trabalho, dentre essas est\u00e1 a confec\u00e7\u00e3o de bijuterias, trabalhando mais de 10 horas por dia, sem direito \u00e0 escola.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">No Paquist\u00e3o, crian\u00e7as de 5 e 6 anos s\u00e3o vendidas para o Golfo P\u00e9rsico para trabalharem como j\u00f3queis e condutores de camelos de corrida. Mas, assim que completam certa idade, s\u00e3o jogadas na rua.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">A Am\u00e9rica Central possui um grande n\u00famero de crian\u00e7as sem teto, um prato cheio para os aliciadores.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">Brasileiros s\u00e3o escravizados na regi\u00e3o Norte do pr\u00f3prio pa\u00eds, para trabalharem com suas fam\u00edlias na produ\u00e7\u00e3o de carv\u00e3o para a ind\u00fastria sider\u00fargica, ou para trabalharem na planta\u00e7\u00e3o e colheita de cana na regi\u00e3o nordestina.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">Propriet\u00e1rios rurais indianos possuem fam\u00edlias inteiras de pequenos agricultores na escravid\u00e3o, muitas delas pagando por d\u00edvidas dos pais j\u00e1 mortos.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">Calcula-se que quase 20 milh\u00f5es de pessoas s\u00e3o escravas por d\u00edvida na \u00cdndia, no Paquist\u00e3o, em Bangladesh e no Nepal.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">No Miamar, os escravos s\u00e3o respons\u00e1veis pela colheita de cana-de-a\u00e7\u00facar e de outros produtos agr\u00edcolas.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">Crian\u00e7as escravas na China confeccionam fogos de artif\u00edcio. Homens e mulheres trabalham nas f\u00e1bricas por sal\u00e1rios miser\u00e1veis, sem direitos trabalhistas.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">A minera\u00e7\u00e3o de diamantes \u00e9 feita por escravos em Serra Leoa.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">No Egito e Benin, crian\u00e7as s\u00e3o usadas no setor de algod\u00e3o.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">Na Costa do Marfim, escravos infantis colhem os gr\u00e3os de cacau que s\u00e3o exportados para produzir o \u201cgostoso\u201d chocolate.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">\u00a0A venda e revenda de mulheres para prost\u00edbulos \u00e9 um neg\u00f3cio que vem deslanchando com a maior desenvoltura. No in\u00edcio, o produto humano provinha de pa\u00edses latinos, africanos, asi\u00e1ticos, mas, atualmente, j\u00e1 \u00e9 bastante forte o contingente vindo do leste europeu.<\/li>\n<li style=\"text-align: justify;\">Redes de mafiosos t\u00eam como produto o aliciamento de crian\u00e7as para suprir o mercado de ped\u00f3filos, em v\u00e1rias partes do mundo.<\/li>\n<\/ul>\n<p style=\"text-align: justify;\">A grande maioria das mulheres escravizadas \u00e9 ludibriada com a proposta de trabalhar como modelos, em restaurantes, f\u00e1bricas e hot\u00e9is. Na maioria das vezes, elas s\u00e3o estupradas, antes de serem repassadas a seu destino final. Cabe-lhes a tarefa de ficarem seminuas, dan\u00e7ar, beber muito com o cliente e ir para o quarto com qualquer um. Se n\u00e3o cumprem tais \u201cdeveres\u201d, s\u00e3o espancadas. E o sistema da d\u00edvida contra\u00edda \u00e9 t\u00e3o cruel quanto nos outros casos. Elas dificilmente conseguem pagar o que \u201cdevem\u201d. E, caso isso aconte\u00e7a, sem dinheiro, voltam a cair nas m\u00e3os de outra m\u00e1fia.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">O mais estarrecedor na compra de mulheres e crian\u00e7as para a prostitui\u00e7\u00e3o, assim como para outros tipos de servi\u00e7os escravos, \u00e9 que s\u00e3o vendidas para pa\u00edses considerados \u201cguardi\u00f5es\u201d dos Direitos Humanos e de forte cunho religioso, como Israel, Fran\u00e7a, It\u00e1lia, Alemanha, Su\u00ed\u00e7a, Jap\u00e3o, Espanha, Portugal, \u00c1ustria, Su\u00ed\u00e7a, EUA, etc. O que abala a f\u00e9 na humanidade e mostra a hipocrisia das leis e cren\u00e7as. Contudo, os EUA ainda s\u00e3o o pa\u00eds que aplica penas severas, quando descobrem casos de escravid\u00e3o dentro de seu territ\u00f3rio. O Brasil ainda navega no \u201cfaz de conta que pune\u201d.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">Segundo estudiosos no assunto, a globaliza\u00e7\u00e3o tem sido respons\u00e1vel pelo crescimento do neg\u00f3cio escravo no mundo. Embora ela tenha facilitado o deslocamento de bens e divisas de um lugar para outro, as restri\u00e7\u00f5es para a imigra\u00e7\u00e3o legal de pessoas em busca de trabalho tem sido severamente dificultada. E, com isso, a m\u00e1fia do tr\u00e1fico humano deita e rola na clandestinidade com o uso da internet e de contas banc\u00e1rias. N\u00e3o podemos negar que a globaliza\u00e7\u00e3o trouxe ao mundo muitos pontos positivos, assim como muitas mazelas vieram com ela. O objetivo primordial do mundo globalizado \u00e9 o lucro, muitas vezes a qualquer pre\u00e7o, quando tr\u00eas bilh\u00f5es de pessoas, quase a metade dos habitantes da Terra, tentam viver com 2 d\u00f3lares por dia.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">As desigualdades na distribui\u00e7\u00e3o da riqueza do planeta \u00e9 outro fator preponderante no aumento da escravid\u00e3o humana, assim como o esfacelamento de antigos pa\u00edses como a Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica, Iugosl\u00e1via, as guerras civis, o desabamento dos pre\u00e7os dos produtos de exporta\u00e7\u00e3o dos pa\u00edses mais pobres, tendo que concorrer com os de pa\u00edses mais ricos (como exemplo podemos citar a venda de milho barato dos EUA para o M\u00e9xico, desempregando os pequenos cultivadores de milho mexicanos), as cat\u00e1strofes naturais (seca, terremotos\u2026), etc. O M\u00e9xico \u00e9 hoje \u00e9 um entreposto de entrada para a mercadoria humana, que anseia por encontrar trabalho nos EUA. Os migrantes t\u00eam se transformado em presa f\u00e1cil para as numerosas gangs mexicanas que apreendem os documentos das pessoas e as for\u00e7am a trabalhar como escravas em fazendas distantes, levando as garotas para os prost\u00edbulos, dentre eles o de Tapachula.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">A escravid\u00e3o por d\u00edvidas contra\u00eddas, feitas normalmente para pagar servi\u00e7os m\u00e9dicos ou para arranjar trabalho em outros pa\u00edses, nunca tem fim, pois \u00e0 d\u00edvida principal s\u00e3o acrescidos juros exorbitantes e c\u00e1lculos desonestos.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\"><span style=\"text-decoration: underline;\">Nota:<\/span> <i>Cer\u00e2mica do Vale do Jequitinhonha<\/i><\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\"><span style=\"text-decoration: underline;\">Fontes de Pesquisa:<br \/>\n<\/span>\u00a0National Geographic\/ n\u00ba 41<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\"><span style=\"text-decoration: underline;\">Site para den\u00fancia:<br \/>\n<\/span>www.nationalgeographicBR.com.br\/o3o9<\/p>\n<p>Views: 0<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>Autoria de Lu Dias Carvalho Comemorar o fim da escravid\u00e3o humana n\u00e3o \u00e9 tarefa para muitos povos, uma vez que, em pleno s\u00e9culo XXI, ela ainda se encontra a todo vapor em v\u00e1rias partes do planeta. 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