{"id":1169,"date":"2017-11-28T12:03:05","date_gmt":"2017-11-28T14:03:05","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=1169"},"modified":"2022-08-29T22:14:59","modified_gmt":"2022-08-30T01:14:59","slug":"tudo-vale-a-pena-quando","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/tudo-vale-a-pena-quando\/","title":{"rendered":"TUDO VALE A PENA QUANDO…"},"content":{"rendered":"

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Autoria de Lu Dias Carvalho<\/b>
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\"perga\"<\/a><\/p>\n

\u00a0\u201cTudo vale a pena, quando a alma n\u00e3o \u00e9 pequena.\u201d (Fernando Pessoa)<\/span><\/em><\/strong><\/p>\n

Apenas alguns poucos botam para fora os sentimentos atrav\u00e9s das palavras, enquanto outros os guardam em compartimentos estanques, trancados a sete chaves. O que \u00e9 a poesia sen\u00e3o a nossa outra voz que se insurge contra as injusti\u00e7as do mundo, e bota a boca no trombone, ainda que poeticamente? Ou que se encanta com as coisas belas da vida e as espalha aos quatro ventos? A poesia \u00e9 a chave com que abrimos a caixa de nossos sentimentos.<\/span><\/p>\n

\u00c9 triste constatar que neste nosso mundo globalizado, onde se canta louvores ao capital financeiro, temos nos tornado cada vez mais servil ao consumismo, de modo que o lirismo vem se tornando cada vez mais d\u00e9mod\u00e9. Ao perdermos contato com a express\u00e3o po\u00e9tica, acabamos nos desumanizando, embora, paradoxalmente, orgulhemo-nos de viver numa sociedade tecnicamente avan\u00e7ada, em que se tecem loas \u00e0 ind\u00fastria cultural, para n\u00e3o dizer ao entretenimento meramente rent\u00e1vel. A continuar assim, apesar de nossa sofisticada tecnologia, logo estaremos subindo de novo nas \u00e1rvores, s\u00f3 que dessa vez, em elevadores panor\u00e2micos, em vez de usarmos p\u00e9s e m\u00e3os.<\/span><\/p>\n

A palavra po\u00e9tica \u00e9 tamb\u00e9m hist\u00f3rica, pois o poeta \u00e9 um retratista do seu tempo, quer para se contrapor a ele, louv\u00e1-lo ou transform\u00e1-lo. \u00c9 o porta-voz de uma \u00e9poca, o espelho de um tempo. Projetando-se e fazendo a sua hist\u00f3ria e a da humanidade. No s\u00e9culo XIX (1885), Victor Hugo, o maior poeta l\u00edrico franc\u00eas, levou mais de um milh\u00e3o de pessoas a seu cortejo f\u00fanebre, em Paris, enquanto em outras terras, grande parte da humanidade chorava a sua perda. A prosa e o verso sentiram-se como se fosse “Os Miser\u00e1veis”, obra do autor.<\/span><\/p>\n

\u00c9 preciso que os mestres do Ensino Fundamental recuperem o amor \u00e0 literatura, atrav\u00e9s das crian\u00e7as, levando-as a tomarem gosto pela prosa e pela poesia, quer na leitura dessas, quer na sua cria\u00e7\u00e3o, de modo a formar, para o futuro, a cabe\u00e7a e o cora\u00e7\u00e3o de cidad\u00e3os humanizados, capazes de dar sentido \u00e0 pr\u00f3pria exist\u00eancia e, em consequ\u00eancia, humanizar o planeta em que vivem. \u00c9 preciso mirar\u00a0na figura do poeta portugu\u00eas, Fernando Pessoa, que com um \u00fanico livro, “Mensagens, e com a publica\u00e7\u00e3o de alguns poemas esparsos, em revistas liter\u00e1rias, levou gera\u00e7\u00f5es e gera\u00e7\u00f5es a ler e a criar poemas, revigorando a l\u00edngua portuguesa.<\/span><\/p>\n

Nota:<\/span> Imagem retirada de http:\/\/iaef.com.br\/?p=1819<\/i><\/span><\/p>\n

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