A Dan\u00e7a<\/em> adquirido em 1910.<\/p>\nInicialmente n\u00e3o gostou do fato de os dan\u00e7arinos estarem nus, exigindo que fossem vestidos, a que se op\u00f4s o pintor. Mas ao receber um esbo\u00e7o em aquarela, o comprador ficou satisfeito\u00a0 com o que viu. Quando esta pintura foi exibida no Sal\u00e3o de Outono de 1910, recebeu cr\u00edticas ferinas. Um cr\u00edtico chegou a mencionar que o artista era demente, o que fez com que a encomenda fosse cancelada, deixando Matisse arrasado, contudo, ao refletir por alguns dias, Shchukin resolveu ficar com a obra.<\/p>\n
Sup\u00f5e-se que a ideia do artista ao criar esta composi\u00e7\u00e3o tenha nascido ao observar pescadores e camponeses realizando uma dan\u00e7a de roda (sardana) numa praia do sul da Fran\u00e7a. O desenho \u00e9 muito simples e cont\u00e9m apenas tr\u00eas elementos b\u00e1sicos: dan\u00e7arinos, uma vastid\u00e3o vazia de verde e outra de azul. No quadro a cor \u00e9 o elemento principal da linguagem pl\u00e1stica. O azul representa o c\u00e9u, o verde as colinas e o vermelho os corpos, cujos bra\u00e7os d\u00e3o origem a um ritmo ondulado por toda a tela.<\/p>\n
N\u00e3o h\u00e1 limites tra\u00e7ados entre os campos de cores azul e verde, como comprova os p\u00e9s de alguns dos bailarinos que se encontram nos dois campos de cores. O artista tomou como inspira\u00e7\u00e3o, na escolha das cores desta obra, as miniaturas persas e as cer\u00e2micas do s\u00e9culo XIII em que verdes, vermelhos e azuis puros foram usados em suas superf\u00edcies ornamentais. Um campo verde e azul recebe as figuras pintadas em vermelho, cuja anatomia simplificada, pintada em marrom-avermelhado, amplifica o impacto da composi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
S\u00e3o cinco os personagens da composi\u00e7\u00e3o, de m\u00e3os dadas, dispostos em um c\u00edrculo oval inclinado para a direita e que n\u00e3o se fecha totalmente, pois alguns deles n\u00e3o possuem as m\u00e3os unidas, embora se mostrem bem encostadas umas nas outras. O grupo parece dan\u00e7ar num movimento fren\u00e9tico que sugere o sentido dos ponteiros de um rel\u00f3gio. Os corpos retorcidos repassam a sensa\u00e7\u00e3o de uma grande energia contida neles.<\/p>\n
O ritmo \u00e9 o respons\u00e1vel pela uni\u00e3o dos corpos, enquanto esses s\u00e3o transportados atrav\u00e9s dos movimentos da dan\u00e7a, como em \u00eaxtase, adquirindo cada figura uma postura diferente, mas una no conjunto. H\u00e1 um pequeno espa\u00e7o entre duas figuras, espa\u00e7o esse que \u00e9 fechado com a curvatura da personagem para a frente, na tentativa de alcan\u00e7ar a m\u00e3o do companheiro que, por sua vez, faz o mesmo ao inclinar o corpo para tr\u00e1s e esticar a m\u00e3o que se soltara. O pequeno espa\u00e7o que permanece entre os dois \u00e9 fechado pelo observador. Em raz\u00e3o da velocidade r\u00edtmica os rostos est\u00e3o ocultos, excetuando o de um dos bailarinos, o que vem a se transformar no rosto de todos eles, ou seja, como se todos tivessem o mesm\u00edssimo rosto.<\/p>\n
Os cr\u00edticos do Sal\u00e3o de Outono ridicularizaram a obra, denominando-a de “cacofonia demon\u00edaca”, mas se trata de uma das principais obras do cat\u00e1logo do pintor, vista hoje em in\u00fameras reprodu\u00e7\u00f5es, ornamentando casas e escrit\u00f3rios. Al\u00e9m de propagar for\u00e7a, dinamismo e movimento, esta composi\u00e7\u00e3o A Dan\u00e7a<\/em> coloca em evid\u00eancia a liberdade e a alegria de viver.<\/p>\nFicha t\u00e9cnica<\/span>
\nAno: 19091910
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela
\nDimens\u00f5es: 260 x 391 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Museu Hermitage, S\u00e3o Petersburgo, R\u00fassia<\/p>\nFontes de pesquisa<\/span>
\nMatisse\/ Taschen
\nMatisse\/ Abril Cole\u00e7\u00f5es
\nMatisse\/ Cole\u00e7\u00e3o Folha
\nTudo sobre arte\/ Editora Sextante<\/p>\nViews: 23<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho O primeiro elemento da constru\u00e7\u00e3o foi o ritmo. O segundo, a vasta superf\u00edcie azul (alus\u00e3o ao Mediterr\u00e2neo nos meses de agosto). O terceiro foi o verde-escuro (dos pinheiros conta o c\u00e9u azul). Partindo desses elementos, os personagens poderiam ser vermelhos, para obter uma concord\u00e2ncia luminosa. (Matisse) O que mais me […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/11789"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=11789"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/11789\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46118,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/11789\/revisions\/46118"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=11789"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=11789"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=11789"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}