<\/a><\/b><\/p>\nDurante muito tempo, o imagin\u00e1rio popular mundial debru\u00e7ou sobre uma \u00cdndia “espiritualizada”, sem levar muito em conta a pobreza extrema da imensa maioria de sua popula\u00e7\u00e3o, erguida sobre um pa\u00eds de solo riqu\u00edssimo. Os sadhus<\/i>, os chamados “homens santos”, eram buscados (e ainda s\u00e3o) por pessoas das mais diversas partes do planeta, que se dirigiam para aquele pa\u00eds, embevecidos com tanta “santidade”. Mas aconteceu um contratempo na vida desses homens: a mesma tecnologia que faz ascender a \u00cdndia, deu-lhes um xeque-mate, desmistificando a maioria deles.<\/p>\n
A exist\u00eancia dos sadhus<\/i> antecede a alguns s\u00e9culos antes de Cristo, quando eram vistos pelos gregos, que os visitavam em seus pa\u00eds, como “fil\u00f3sofos nus”. Mas, atualmente, eles n\u00e3o andam filosofando tanto assim, e n\u00e3o abrem m\u00e3o do conforto tecnol\u00f3gico advindo do uso de celulares, rel\u00f3gios, r\u00e1dios e outras coisinhas mais, n\u00e3o rezando conforme a cartilha da “espiritualidade hindu”, que diz que o sadhu <\/i>afasta-se dos prazeres do mundo, levando uma vida de ascetismo, em busca da ilumina\u00e7\u00e3o espiritual. Talvez tenha sido sempre assim, ou n\u00e3o, mas \u00e9 comum encontrar, nos dias de hoje, “homens santos” que de santo s\u00f3 possuem o nome. Muitos deles s\u00e3o farsantes, outros fugitivos da pol\u00edcia at\u00e9 mesmo por assassinatos, e alguns outros s\u00e3o pessoas desajustadas que foram postas para fora de casa por suas fam\u00edlias. Poucos s\u00e3o verdadeiros. Portanto, ao contat\u00e1-los, todo cuidado \u00e9 pouco por parte do turista desavisado, em busca de ilumina\u00e7\u00e3o. Melhor seria que se assentasse no quintal de sua casa e falasse com a natureza em derredor, refletindo sobre seu comportamento em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 M\u00e3e Terra e seus bichinhos.<\/p>\n
Embora possa parecer inadmiss\u00edvel para os mais cr\u00e9dulos, mesmo sabendo que os sadhus<\/em> s\u00e3o uma fonte de turismo para o pa\u00eds, governantes s\u00e9rios conclamam o povo indiano a olh\u00e1-los com mais reserva, n\u00e3o se deixando levar por uma cren\u00e7a fan\u00e1tica e cega. Outra coisa dif\u00edcil de acreditar \u00e9 que existe uma grande rivalidade entre tais “homens santos”, dependendo de qual deus cada grupo representa. No fundo, l\u00e1 est\u00e1 a mis\u00e9ria da esp\u00e9cie humana: o poder e a pec\u00fania, encontrados na tentativa de controlar os lugares sagrados do hindu\u00edsmo, onde os fins lucrativos s\u00e3o imediatos e mais prof\u00edcuos. Dentre os sadhus<\/i> existem pessoas bem simpl\u00f3rias, enquanto outras s\u00e3o bem articuladas sobre o que acontece na \u00cdndia e no mundo. Como todos n\u00f3s j\u00e1 sabemos, a crema\u00e7\u00e3o faz parte da cultura hindu, mas, no caso de sadhus<\/i> e crian\u00e7as, ela n\u00e3o acontece, pois s\u00e3o enterrados sob a alega\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o possuem apego ao mundo terreno, ou seja, s\u00e3o seres puros.<\/p>\nOutros que v\u00eam sendo desmistificados s\u00e3o os gurus. Tem sido comum encontrar alguns deles nas p\u00e1ginas policias dos jornais di\u00e1rios da \u00cdndia, sob v\u00e1rios tipos de acusa\u00e7\u00e3o, inclusive a de dirigir neg\u00f3cios relacionados com a prostitui\u00e7\u00e3o de devotos em seu “ashram” (termo usado para designar uma comunidade formada intencionalmente com o intuito de promover a evolu\u00e7\u00e3o espiritual dos seus membros). Muitos t\u00eam se transformado em megaempres\u00e1rios, fazendo parte da elite indiana. H\u00e1 tamb\u00e9m os “gurus da yoga”. Um deles chegou a comprar uma ilha na Esc\u00f3cia. Os astr\u00f3logos tamb\u00e9m possuem uma grande for\u00e7a entre os indianos. Eles s\u00e3o os respons\u00e1veis pelos hor\u00f3scopos de um povo extremamente supersticioso, onde os astros governam a vida das pessoas muito mais do que as leis. Tudo precisa ser “auspicioso”. Nada \u00e9 feito sem que o astr\u00f3logo d\u00ea a sua posi\u00e7\u00e3o favor\u00e1vel. Coitados dos astros, que responsabilidade enorme, gerir o segundo pa\u00eds mais populoso do mundo.<\/p>\n
E assim caminha a humanidade!<\/p>\n
Fonte de pesquisa:
\n<\/span>Os Indianos\/ Editora Contexto<\/p>\nViews: 73<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho Durante muito tempo, o imagin\u00e1rio popular mundial debru\u00e7ou sobre uma \u00cdndia “espiritualizada”, sem levar muito em conta a pobreza extrema da imensa maioria de sua popula\u00e7\u00e3o, erguida sobre um pa\u00eds de solo riqu\u00edssimo. Os sadhus, os chamados “homens santos”, eram buscados (e ainda s\u00e3o) por pessoas das mais diversas partes […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[18],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/11916"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=11916"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/11916\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46120,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/11916\/revisions\/46120"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=11916"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=11916"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=11916"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}