<\/a><\/p>\nMuito se tem falado sobre a capacidade de a\u00e7\u00e3o e a sensibilidade de homens e mulheres, como se essas fossem determinadas apenas pelo g\u00eanero (masculino e feminino). Tal divis\u00e3o acaba fornecendo justificativas para que as mulheres tenham menos oportunidades e recebam sal\u00e1rios bem mais baixos do que os pagos aos homens, em quaisquer que sejam as \u00e1reas em que atuem.\u00a0 Mas a ci\u00eancia entrou em campo para afirmar que o sexo n\u00e3o determina, obrigatoriamente, o tipo de c\u00e9rebro que cada corpo carrega, seja ele masculino ou feminino.<\/p>\n
No passado, estudiosos do c\u00e9rebro humano, ao estudarem homens e mulheres, definiram o comportamento dos mesmos avaliando apenas as dimens\u00f5es da massa cerebral. Definiram que a linguagem era predominante no sexo feminino e a habilidade espacial no masculino. \u00a0Deixaram de lado a empatia<\/i> e sistematiza\u00e7\u00e3o<\/i>. E por isso erraram feio, pois a verdade \u00e9 que os progressos cient\u00edficos mostram cada vez mais que o estudo do c\u00e9rebro \u00e9 bem mais complexo do que se imaginava, n\u00e3o sendo poss\u00edvel limit\u00e1-lo unicamente ao \u00e2mbito do sexo, abrangendo v\u00e1rias classifica\u00e7\u00f5es. Para que possamos entender melhor tais abrang\u00eancias, faz-se necess\u00e1rio definir as palavras empatia<\/i> e sistematiza\u00e7\u00e3o<\/i>, conforme nos explica Simon Baron-Cohen, em seu livro Diferen\u00e7a Essencial<\/span>, da Editora Objetiva.<\/p>\nEmpatia<\/i> \u2013 \u00e9 a capacidade que certos indiv\u00edduos possuem em identificar as emo\u00e7\u00f5es e os pensamentos de outra pessoa, respondendo a eles com um comportamento apropriado. Ou seja, a pessoa coloca-se no lugar da outra e com ela interage, ganhando-lhe a simpatia. A rea\u00e7\u00e3o emocional de uma \u00e9 apropriada ao momento emocional da outra. E tem como objetivo compreend\u00ea-la, estabelecendo com ela uma conex\u00e3o emocional.<\/p>\n
Sistematiza\u00e7\u00e3o<\/i> \u2013 \u00e9 a capacidade anal\u00edtica que certos indiv\u00edduos possuem para explorar e construir um sistema. Elas s\u00e3o capazes de compreender, intuitivamente, como funcionam as regras que governam um determinado sistema.<\/p>\n
Se a empatia<\/i> \u00e9 importante para lidar com um rol de emo\u00e7\u00f5es existentes, a sistematiza\u00e7\u00e3o<\/i> \u00e9 um processo que, por sua vez, habilita a pessoa a trabalhar com um n\u00famero ilimitado de sistemas.<\/p>\n
A princ\u00edpio, vamos dividir o c\u00e9rebro humano em tr\u00eas tipos:<\/p>\n
\n- C\u00e9rebro feminino ou c\u00e9rebro tipo E<\/i> \u2013 quem o possui, carrega um forte grau de empatia, ou seja, possui grande facilidade em interagir com as pessoas. A empatia predomina sobre a sistematiza\u00e7\u00e3o. Logo, o c\u00e9rebro feminino<\/i> \u00e9 predominantemente projetado para a empatia (lembrem-se de que c\u00e9rebro feminino<\/i> n\u00e3o se refere necessariamente ao sexo feminino).<\/li>\n<\/ul>\n
\n- C\u00e9rebro masculino ou c\u00e9rebro tipo S<\/i> \u2013 quem o possui tem uma capacidade sistem\u00e1tica bem maior do que a emp\u00e1tica, ou seja, \u00e9 capaz de lidar com extrema facilidade com os processos de sistematiza\u00e7\u00e3o. A sistematiza\u00e7\u00e3o predomina sobre a empatia. Logo, o c\u00e9rebro masculino<\/i> \u00e9 predominantemente projetado para sistemas de constru\u00e7\u00e3o e compreens\u00e3o (lembrem-se de que c\u00e9rebro masculino<\/i> n\u00e3o se refere necessariamente ao sexo masculino).<\/li>\n<\/ul>\n
\n- C\u00e9rebro balanceado ou c\u00e9rebro do tipo B<\/i> <\/i><\/b>\u2013 quem o possui \u00e9 emp\u00e1tico e sist\u00eamico no mesmo peso, ou seja, \u00e9 capaz de lidar com a empatia e com a sistematiza\u00e7\u00e3o na mesma medida, no grau bem equilibrado.<\/li>\n<\/ul>\n
Existem evid\u00eancias de que, em m\u00e9dia<\/i>, as mulheres possuem mais empatia<\/em> do que os homens, assim como, em m\u00e9dia<\/i>, os homens sistematizam<\/em> espontaneamente mais do que as mulheres. Observem que n\u00e3o h\u00e1 generaliza\u00e7\u00e3o no que foi explanado, tomando o g\u00eanero masculino ou feminino como base.<\/p>\nPara compreender as divis\u00f5es expostas acima \u00e9 preciso que nos afastemos de qualquer forma de generaliza\u00e7\u00e3o, para que n\u00e3o nos debandemos para a tradicional e arcaica defini\u00e7\u00e3o dos sexos. Aliado a isso \u00e9 preciso compreender que cada pessoa possui um n\u00edvel de empatia<\/em>, assim como a sistematiza\u00e7\u00e3o<\/em> obedece a diferen\u00e7as individuais. Por isso, a maioria das pessoas, qualquer que seja o seu tipo de c\u00e9rebro, \u00e9 mediana. Apenas as excepcionais ultrapassam tais limites, para mais ou para menos.<\/p>\nMais uma vez, quero lembrar aos leitores que c\u00e9rebro feminino<\/i> n\u00e3o significa, necessariamente, c\u00e9rebro de mulher, e c\u00e9rebro masculino<\/i> n\u00e3o quer dizer, necessariamente, c\u00e9rebro de homem. Os tr\u00eas tipos de c\u00e9rebro apresentados independem do sexo. Embora, em m\u00e9dia<\/i>, os homens sejam mais sistem\u00e1ticos<\/em> espontaneamente do que as mulheres. E que, em m\u00e9dia<\/i>, as mulheres sejam mais dotadas de empatia<\/em> do que os homens.<\/p>\nSe comparada \u00e0 empatia<\/i>, a sistematiza\u00e7\u00e3o<\/i> \u00e9 falha quando se trata de intera\u00e7\u00e3o social no dia a dia, pois o comportamento e as emo\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o afeitos a regras. As mudan\u00e7as comportamentais n\u00e3o obedecem a padr\u00f5es definidos. Por isso, a sistematiza\u00e7\u00e3o <\/i>\u00e9 nula nas situa\u00e7\u00f5es em que est\u00e1 em jogo a varia\u00e7\u00e3o dos sentimentos de um indiv\u00edduo. Assim sendo, a empatia<\/i> \u00e9 o meio natural para se compreender uma pessoa, enquanto a sistematiza\u00e7\u00e3o<\/i> \u00e9 o meio natural para compreender e prever a natureza de tudo que possa ser sistematizado (natureza de eventos e objetos).<\/p>\n
Como podemos ver, a empatia<\/i> e a sistematiza\u00e7\u00e3o<\/i> s\u00e3o processos distintos. Enquanto o primeiro funciona para ajudar a tirar conclus\u00f5es sobre o comportamento de uma pessoa, o segundo serve para fazer uma previs\u00e3o de quase tudo o mais. A sistematiza\u00e7\u00e3o<\/i> exige distanciamento do objeto de estudo, de modo a monitorar a informa\u00e7\u00e3o e prever o melhor poss\u00edvel os fatores respons\u00e1veis por sua varia\u00e7\u00e3o. A empatia<\/i>, ao contr\u00e1rio, exige alguma proximidade com a pessoa, cujos sentimentos afetam os seus. Empatia<\/i> e sistematiza\u00e7\u00e3o<\/i> est\u00e3o vinculadas em regi\u00f5es diferentes do c\u00e9rebro e s\u00e3o fundamentadas pela neuropsicologia. Todos n\u00f3s temos capacidade para uma e para outra. A determinante para definir o tipo de c\u00e9rebro da pessoa \u00e9 saber a extens\u00e3o de cada uma.<\/p>\n
Espero ter deixado claro que a defini\u00e7\u00e3o do sexo de um indiv\u00edduo n\u00e3o \u00e9 capaz de dizer que tipo de c\u00e9rebro ele possui, pois nem todos os homens possuem c\u00e9rebro masculino<\/i> e nem todas as mulheres possuem c\u00e9rebro feminino<\/i>. Embora mais homens possuam c\u00e9rebro do tipo<\/em> S <\/i>e mais mulheres possuam c\u00e9rebros do tipo E<\/em>. Se assim n\u00e3o fosse, as entrevistas para emprego seriam totalmente desnecess\u00e1rias.<\/p>\nNota:<\/span> Imagem copiada de http:\/\/vanessinhafigueiredo.com\/2011\/<\/a><\/i><\/p>\nFonte de Pesquisa
\n<\/span>Diferen\u00e7a Essencial\/ Simon Baron-Cohen\/ Editora Objetiva<\/p>\nViews: 2<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho Muito se tem falado sobre a capacidade de a\u00e7\u00e3o e a sensibilidade de homens e mulheres, como se essas fossem determinadas apenas pelo g\u00eanero (masculino e feminino). Tal divis\u00e3o acaba fornecendo justificativas para que as mulheres tenham menos oportunidades e recebam sal\u00e1rios bem mais baixos do que os pagos aos […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[3],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1213"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1213"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1213\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46225,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1213\/revisions\/46225"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1213"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1213"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1213"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}