Kama Sutras<\/em> da vida.<\/p>\nNo hindu\u00edsmo, os prazeres da carne s\u00e3o enaltecidos, quando usufru\u00eddos pela nobreza, sem, contudo, deixar de mostrar a primazia do macho. Em contrapartida, o cristianismo tomou um caminho inverso, em que o sexo passou a ser tabu, sendo visto como \u201cpecado\u201d tudo aquilo que se relaciona ao corpo material. E, como sabemos, os extremos s\u00e3o sempre muito perigosos, quaisquer que sejam eles.<\/p>\n
Em qualquer tempo ou em qualquer cren\u00e7a, os sarcof\u00f3bicos (aqueles que temem a carne) s\u00e3o muito mais perigosos que os sarcof\u00edlicos (aqueles que s\u00e3o amantes da carne), pois \u00e9 da intoler\u00e2ncia que nascem todas as mazelas do esp\u00edrito. Sabiamente disse Tom\u00e1s de Aquino: \u201cOs pecados do esp\u00edrito s\u00e3o muito mais graves do que os pecados da carne\u201d<\/i>, contrapondo-se ao credo crist\u00e3o, que usou a nega\u00e7\u00e3o do sexo como poder de salva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
O sexo demanda muito mais que um amontoado de regras para se tornar prazeroso. Bem mais que um n\u00famero elevado de piruetas. Sem falar que a teoria nem sempre corresponde \u00e0 pr\u00e1tica. Existem erros abissais entre ambas. Bem mais importante do que dominar \u201cn\u201d posi\u00e7\u00f5es, \u00e9 saber qual \u00e9 a posi\u00e7\u00e3o real que um e outro ocupam dentro do cora\u00e7\u00e3o, em admira\u00e7\u00e3o, respeito e carinho, sem fugir do contexto de um mundo t\u00e3o plural\u00edstico em que vivemos.<\/p>\n
Essencial \u00e9 o conhecimento que se tem do pr\u00f3prio corpo, assim como a sensibilidade em perceber os pr\u00f3prios limites e compreender e respeitar os limites do outro. Somente nessa posi\u00e7\u00e3o se \u00e9 capaz de viver o prazer da qu\u00edmica corporal, sem se preocupar em ser malabarista. A pr\u00f3pria natureza se incumbe de ensinar o resto, pois um beijo de quem nos completa vale mais do que uma noite, em que os nossos sentidos navegam por mares desconhecidos, mas sem florescer, na companhia de quem n\u00e3o nos acrescenta um d\u00e9cimo de c\u00f4vado. Pois, junto com aquele que nos \u00e9 especial, n\u00e3o temos a necessidade de recorrer a qualquer tipo de manual. O corpo tem a sua pr\u00f3pria linguagem. E fiquem certos de que ela \u00e9 bastante s\u00e1bia para nos guiar, bastando para isso que tenhamos sensibilidade.<\/p>\n
Pode-se, ser um \u201cexpert\u201d na arte do amor sem, contudo, ser amado. O amor carnal e espiritual entre duas pessoas ultrapassam os limites do natural. Muitas vezes, nem mesmo sabemos o porqu\u00ea de amarmos uma pessoa em vez de outra. S\u00e3o mist\u00e9rios! O grande poeta indiano, Rabindranath Tagore, mostra-nos, em um de seus poemas, a magia do amor rom\u00e2ntico:<\/p>\n
\u201cDiz-me se isto \u00e9 verdade, minha amada, diz-me se \u00e9 verdade.
\nQuando estes olhos fulguram, as negras nuvens em teu peito d\u00e3o tempestuosa resposta.
\n\u00c9 verdade que os meus l\u00e1bios s\u00e3o doces como o bot\u00e3o do primeiro amor consciente?
\nPermanecem em mim recorda\u00e7\u00f5es dos passados meses de maio?
\nEstremece a terra em cantos ao toque de meus p\u00e9s, como se harpa fora?
\n\u00c9 ent\u00e3o verdade que gotas de orvalho vem dos olhos da noite quando sou visto, e luz a da manh\u00e3 se alegra quando envolve meu corpo?
\nQue quando afinal me encontrasse o teu longo desejo achou paz em minha fala, em meus l\u00e1bios, em meus olhos, em meus cabelos?
\n\u00c9 ent\u00e3o verdade que o mist\u00e9rio do Infinito se estampa no pequenino espa\u00e7o da minha fronte?
\nDiz-me, amor, \u00e9 verdade tudo isto?\u201d<\/i><\/p>\n
Nota:<\/span> Imagem copiada de http:\/\/portalaltos.com.br<\/em><\/p>\nViews: 12<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho Muitos ensinamentos t\u00eam existido ao longo dos tempos, com o objetivo de levar ao gozo supremo do sexo. O Kama Sutra, ou Kamassutra, \u00e9 o mais antigo e conhecido deles. Mas n\u00f3s, que vivemos numa \u00e9poca bem distante de seu aparecimento, e em um pa\u00eds onde temos muitas informa\u00e7\u00f5es sobre […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[46],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1260"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1260"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1260\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46281,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1260\/revisions\/46281"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1260"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1260"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1260"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}