{"id":14205,"date":"2014-09-22T12:09:17","date_gmt":"2014-09-22T15:09:17","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=14205"},"modified":"2022-08-10T20:44:56","modified_gmt":"2022-08-10T23:44:56","slug":"di-cavalcanti-cinco-mocas-de-guaratingueta","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/di-cavalcanti-cinco-mocas-de-guaratingueta\/","title":{"rendered":"Di Cavalcanti \u2013 CINCO MO\u00c7AS DE GUARATINGUET\u00c1"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho<\/b>
\n<\/strong><\/p>\n

\"di1234\"<\/a><\/p>\n

Em nenhum outro artista brasileiro, a mulata recebeu tratamento pict\u00f3rico t\u00e3o alto e t\u00e3o digno. Sem paternalismos, sem menosprezo. Di deu-lhe a dignidade da madona renascentista, madonizou a nossa mulata. (\u2026) Altaneiras, monumentais quase sempre, alegres ou sonhadoras, em devaneios – o gato no colo, a flor sobre o busto – apenas por alguns momentos o olhar parece triste ou vago. Porque, hedonista nato, amoroso da vida e das pessoas, Di n\u00e3o se deixa abater pelos problemas existenciais, pela inquieta\u00e7\u00e3o pol\u00edtica ou social. (Frederico Morais, cr\u00edtico).<\/strong><\/em><\/p>\n

A composi\u00e7\u00e3o Cinco Mo\u00e7as de Guaratinguet\u00e1<\/em> \u00e9 uma das mais conhecidas pinturas do artista brasileiro Di Cavalcanti, primando pela exuber\u00e2ncia crom\u00e1tica e pl\u00e1stica. Faz parte do acervo do MASP desde 1947, doada por Frederico Barata.<\/p>\n

As garotas ocupam quase toda a tela, em planos diferentes:<\/p>\n

\u2022 Em primeiro plano encontram-se duas delas. \u00c0 esquerda, est\u00e1 a mo\u00e7a de vestido azul e chap\u00e9u de cor id\u00eantica, de frente para o observador, enquanto sua companheira, \u00e0 direita, encontra-se de perfil, embora seu olhar pare\u00e7a voltado para fora do quadro. Ela parece carregar uma sombrinha fechada.<\/p>\n

\u2022 No meio da tela, outras duas mo\u00e7as encontram-se na mesma posi\u00e7\u00e3o das primeiras, com uma altera\u00e7\u00e3o: a da direita est\u00e1 de frente para o observador e a da esquerda de perfil. Uma delas carrega uma sombrinha aberta.<\/p>\n

\u2022 Ao fundo, no canto superior direito da tela, com a cabe\u00e7a apoiada no bra\u00e7o que se firma sobre a janela, est\u00e1 a quinta mo\u00e7a. Ela olha para fora da tela, com seu olhar distante e devaneador.<\/p>\n

Todas as garotas t\u00eam o mesmo tom de pele, excetuando a de vestido azul, que tem a pele mais clara e os tra\u00e7os mais finos. Todas as cinco mo\u00e7as usam chap\u00e9u.<\/p>\n

A presen\u00e7a de uma parede descascada mostra que o local, onde se encontram as personagens, \u00e9 muito simples, mas mesmo assim, provido de encanto. No quadro h\u00e1 fortes contrastes crom\u00e1ticos.<\/p>\n

Nota:<\/span> informa\u00e7\u00e3o recebida de Jos\u00e9 Ramos Neto sobre a obra:<\/p>\n

Jos\u00e9 Ramos Neto escreveu na cronologia de MASP \u2013 Museu de Arte de S\u00e3o Paulo Assis Chateaubriand. Uma hist\u00f3ria que poucos conhecem, da p\u00e1gina do Grupo \u201dFOTOS E FATOS DE GUAR\u00c1 ANTIGA\u201d.<\/p>\n

Ariel Garcia Sebasti\u00e3o Carvalho Filho:
\nEstou muito feliz por poder passar a voc\u00eas a hist\u00f3ria desse quadro. \u201dAs 5 Mo\u00e7as de Guaratinguet\u00e1\u201d Di Cavalcandi 1930.<\/p>\n

\u201cESSE QUADRO RETRATA MINHA AV\u00d3 E SUAS 4 FILHAS\u201d.
\nDi Cavalcanti era muito amigo do meu av\u00f4, pessoa muito conhecida e respeitada no meio art\u00edstico, de origem circense. \u201cPalha\u00e7o Piolin\u201d (Abelardo Pinto Piolin). Di Cavalcanti pintou quadro do meu av\u00f4, da minha m\u00e3e e da minha av\u00f3 junto das suas 4 filhas. Os Modernistas reuniam-se no Circo do meu av\u00f4 desde 1922. A esposa de Piolin era de Guaratinguet\u00e1, muito bonita, ficava na janela, se perceberem, no quadro existe uma mo\u00e7a na janela. Os rapazes ficavam passando na frente da casa, encantados com sua beleza. Piolin esteve em 1918 com o Circo em Guaratinguet\u00e1 e fugiu com essa mo\u00e7a, minha av\u00f3. Por isso a m\u00fasica \u201cE o palha\u00e7o o que \u00e9, \u00e9 ladr\u00e3o de mulher.\u201d<\/p>\n

Como somente minha m\u00e3e nasceu em Guaratinguet\u00e1, meu av\u00f4 relatou a Di Cavalcanti, onde fez o quadro \u201cA menina de Guaratinguet\u00e1\u201d Nomes das 5 mo\u00e7as de Guaratinguet\u00e1:<\/p>\n

Benedita Fran\u00e7a Pinto (av\u00f3).
\n\u00c1urea Pinto (tia).
\nAyola Garcia (m\u00e3e)
\nAlbertina Ribeiro de Barros (tia).
\nAriel Pinto (tia) (atriz Ana Ariel).<\/p>\n

Ficha t\u00e9cnica<\/span>
\nAno: 1930
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela
\nDimens\u00f5es: 92 x 70 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Museu de Arte de S\u00e3o Paulo, S. Paulo, Brasil<\/p>\n

Fonte de pesquisa<\/span>
\nDi Cavalcanti\/ Cole\u00e7\u00e3o Folha
\nEnciclop\u00e9dia dos Museus\/ Mirador<\/p>\n

Views: 37<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho Em nenhum outro artista brasileiro, a mulata recebeu tratamento pict\u00f3rico t\u00e3o alto e t\u00e3o digno. Sem paternalismos, sem menosprezo. Di deu-lhe a dignidade da madona renascentista, madonizou a nossa mulata. (\u2026) Altaneiras, monumentais quase sempre, alegres ou sonhadoras, em devaneios – o gato no colo, a flor sobre o busto […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[28],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14205"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=14205"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14205\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46389,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14205\/revisions\/46389"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=14205"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=14205"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=14205"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}