<\/a><\/p>\nOs idealizadores do C\u00f3digo de Manu<\/em> julgavam que a coa\u00e7\u00e3o e o castigo eram essenciais para se evitar o caos produzido na sociedade, advindo da decad\u00eancia moral humana. Havia nele uma estreita correla\u00e7\u00e3o entre o direito e os dispositivos sacerdotais, os problemas de culto e as conveni\u00eancias de castas. Trocando em mi\u00fados, a aplica\u00e7\u00e3o do direito dizia respeito \u00e0 casta do sujeito e \u00e0 sua condi\u00e7\u00e3o social. E, como n\u00e3o poderia deixar de ser, a mulher encontrava-se em extrema desvantagem, numa condi\u00e7\u00e3o de completa passividade e submiss\u00e3o dentro de tal c\u00f3digo, sendo tratada como objeto a ser manobrado e julgado pelo homem.<\/p>\nAtrav\u00e9s do conhecimento de alguns artigos do C\u00f3digo de Manu<\/em>, poderemos deduzir como a mulher era tratada naquela \u00e9poca, levando em conta o adult\u00e9rio. Vejamos:<\/p>\n\u2022 Os homens, que gostam de seduzir as mulheres de outros, devem ser banidos pelo rei, depois de serem punidos com severas mutila\u00e7\u00f5es.
\n\u2022 A mistura de classes tem origem no adult\u00e9rio, assim como a viola\u00e7\u00e3o dos deveres que destr\u00f3i a ra\u00e7a humana, causando a perda do universo.
\n\u2022 O homem que, em segredo, seduz a mulher de outro, e j\u00e1 sendo conhecido por ter maus costumes, deve receber a primeira multa.
\n\u2022 No entanto, aquele homem sobre o qual nunca houve uma acusa\u00e7\u00e3o semelhante, e se entret\u00e9m com uma mulher por motivo leg\u00edtimo, n\u00e3o deve ser punido, porque n\u00e3o \u00e9 o culpado do erro.
\n\u2022 Incorre em pena de adult\u00e9rio o homem que conversa com a mulher de outro em um lugar afastado.
\n\u2022 Tamb\u00e9m s\u00e3o provas de um amor ad\u00faltero: mandar flores e perfumes para uma mulher, brincar com ela, tocar nos seus enfeites ou vestes e se sentar no mesmo leito.
\n\u2022 Tocar no seio da mulher casada ou em outras partes de seu corpo de uma maneira indecorosa, ou se permitir ser tocado por ela, em consentimento m\u00fatuo, tamb\u00e9m \u00e9 prova de adult\u00e9rio.
\n\u2022 A mulher deve ser vigiada em todas as classes; se um “sudra” violar a mulher de um br\u00e2mane, ele deve levar a pena capital.
\n\u2022 Homem algum pode se dirigir a uma mulher estranha, se seus donos assim o desejam; se descumprirem a lei, dever\u00e1 pagar multa.
\n\u2022 N\u00e3o est\u00e3o sujeitas a tais regulamentos, as mulheres de dan\u00e7arinos e cantores, nem a dos homens que vivem da desonra de suas mulheres, porque eles as usam para entreter outros homens.
\n\u2022 Contudo, aquele que tiver rela\u00e7\u00f5es particulares com essas mulheres, ou com servas de um amo, ou com religiosas de uma seita her\u00e9tica, deve pagar uma leve multa.
\n\u2022 O homem, que violentar uma jovem, sofrer\u00e1 uma pena corporal, mas se ele goza dela porque houve consentimento, e, se pertencem \u00e0 mesma classe, n\u00e3o h\u00e1 castigo algum.
\n\u2022 Se uma jovem apaixona-se por um homem de classe superior \u00e0 sua, n\u00e3o deve ser penalizada pelo rei, mas se ele tiver nascimento inferior, ela deve ficar presa em casa, sob forte vigil\u00e2ncia.
\n\u2022 Um homem de baixa origem receber\u00e1 pena corporal, se cortejar uma jovem de origem superior; por\u00e9m, se ela for da mesma classe n\u00e3o haver\u00e1 penalidade.
\n\u2022 Aquele que macular violentamente uma jovem pelo contato de seu dedo, n\u00e3o apenas ter\u00e1 dois dedos cortados, como pagar\u00e1 uma multa.
\n\u2022 Mas se a jovem consente nisso e \u00e9 da mesma classe do poluidor, ele n\u00e3o deve ter os dedos cortados, deve apenas pagar uma multa para n\u00e3o reincidir no erro.
\n\u2022 Se uma jovem macula outra pelo contato de seu dedo, dever\u00e1 ser condenada a pagar uma multa, e a pagar ao pai da jovem maculada duas vezes o valor do presente de n\u00fapcias, al\u00e9m de receber dez chicotadas.
\n\u2022 Mas se for uma mulher (adulta) a macular uma jovem, ela deve ter os dedos cortados e a cabe\u00e7a raspada; al\u00e9m disso, deve ser conduzida pelas ruas montada num burro.
\n\u2022 Se uma mulher, por orgulho de sua fam\u00edlia e de suas qualidades, torna-se infiel a seu esposo, deve ser devorada por c\u00e3es, num lugar p\u00fablico.
\n\u2022 E o seu c\u00famplice deve ser queimado sobre leito de ferro aquecido ao rubro, at\u00e9 ser carbonizado.
\n\u2022 Um homem ad\u00faltero, que j\u00e1 foi infiel uma primeira vez, e que, ao prazo de um ano volta a ser acusado, deve pagar uma multa.
\n\u2022 O “sudra” que mant\u00e9m contato com uma mulher das tr\u00eas principais classes, ter\u00e1 o seu membro extirpado e perder\u00e1 seus bens; no caso de que ela era tamb\u00e9m guardada, ele perder\u00e1 a vida.
\n\u2022 Mesmo que um br\u00e2mane cometa qualquer tipo de crime, inclusive o adult\u00e9rio, ele jamais poder\u00e1 ser assassinado; o rei poder\u00e1 expuls\u00e1-lo do reino, mas lhe deixando todos os bens.<\/p>\n
Fonte de pesquisa<\/span>
\nC\u00f3digo de Manu\/ Editora Edipro<\/p>\nViews: 13<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho Os idealizadores do C\u00f3digo de Manu julgavam que a coa\u00e7\u00e3o e o castigo eram essenciais para se evitar o caos produzido na sociedade, advindo da decad\u00eancia moral humana. Havia nele uma estreita correla\u00e7\u00e3o entre o direito e os dispositivos sacerdotais, os problemas de culto e as conveni\u00eancias de castas. Trocando […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[18],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14919"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=14919"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14919\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46381,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14919\/revisions\/46381"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=14919"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=14919"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=14919"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}