<\/a><\/p>\nGrafite: grande canal de comunica\u00e7\u00e3o, sem conex\u00e3o com fibra \u00f3tica ou cabo el\u00e9trico, mas conectado diretamente com a cidade, com o p\u00fablico, com o aqui e agora. O grafite est\u00e1 na cidade, no espa\u00e7o p\u00fablico, n\u00e3o tem propriet\u00e1rio nem vigia. Na carona dos grafites h\u00e1 sempre os rabiscos aleat\u00f3rios, as mensagens de amor, as picha\u00e7\u00f5es pol\u00edticas e os an\u00fancios publicit\u00e1rios. Os grafites criados nos \u201cudigr\u00fadi\u201d das cidades levaram o ocidente a presenciar p\u00fablica e anonimamente o questionamento de muitos de seus valores estabelecidos, entre eles o da ocupa\u00e7\u00e3o dos espa\u00e7os da cidade e o da apresenta\u00e7\u00e3o e valora\u00e7\u00e3o da arte. Se uma nova forma de pol\u00edtica emerge desse contexto com ela uma nova forma comunica\u00e7\u00e3o e de arte. (Celia Maria Antonacci Ramos – doutora em Comunica\u00e7\u00e3o e Semi\u00f3tica)<\/strong><\/em><\/p>\nN\u00e3o \u00e9 mais imposs\u00edvel ignorar a arte do grafite<\/em>, que j\u00e1 se encontra espalhada nos mais diversos pontos do planeta. As letras, dominantes a princ\u00edpio, cederam lugar a personagens, s\u00edmbolos e abstra\u00e7\u00f5es, numa constante evolu\u00e7\u00e3o. E as latas de spray, companheiras dos primeiros tempos, dividem o espa\u00e7o com uma vasta gama de tintas. O grafiteiro possui plena liberdade para criar, sem obedecer a nenhuma regra. Com um campo mais amplo de express\u00e3o, resultante dos mais variados e inovadores estilos e t\u00e9cnicas, alguns acreditam num movimento de p\u00f3s-grafite, tamb\u00e9m chamado de arte de rua<\/em>.<\/p>\nO termo grafite<\/em> \u00e9 derivado da palavra italiana sgraffito<\/em>, que significa rabisco, ranhura. E, embora possamos achar que o grafite<\/em> fa\u00e7a parte apenas do mundo atual, a verdade \u00e9 bem outra, pois ele j\u00e1 existe desde priscas eras, sendo encontrado nas paredes das cavernas, com suas figuras gravadas com ossos ou pedras, nas escava\u00e7\u00f5es em Pompeia, onde se inclu\u00edam slogans eleitorais, desenhos e cenas obscenas, etc.<\/p>\nA revista Anthropophyteria<\/em>, editada em 1904, foi a primeira a mencionar o grafite<\/em> de banheiro. Anos depois, por ocasi\u00e3o da Segunda Guerra Mundial, os nazistas fizeram uso de inscri\u00e7\u00f5es em muros, com o objetivo de propagar o \u00f3dio contra os judeus e os contr\u00e1rios ao regime nazista. Por sua vez, o grafite<\/em> tamb\u00e9m foi usado por aqueles que protestavam contra Adolf Hitler e seus comandados. Os estudantes, nas d\u00e9cadas de 1960 e 1970, em suas manifesta\u00e7\u00f5es, tamb\u00e9m usavam p\u00f4steres e palavras pintadas para externarem suas ideias.<\/p>\nO grafite<\/em>, como n\u00f3s conhecemos hoje, come\u00e7ou a aparecer em Nova York e na Filad\u00e9lfia (EUA). Por oferecer um cen\u00e1rio bem contrastante, como as ruas imundas do Harlem e o ambiente suntuoso da Broadway, Nova York foi um campo prop\u00edcio para os primeiros artistas do grafite<\/em>, pois naquele espa\u00e7o encontravam-se diferentes culturas e diferentes classes sociais.<\/p>\nO grafiteiro Combread<\/em>, da Filad\u00e9lfia, ao grafitar sua teg<\/em> (assinatura caracter\u00edstica do grafiteiro) num elefante, que se encontrava dentro de um zool\u00f3gico, p\u00f4s o grafite<\/em> em evid\u00eancia, ganhando fama em todo o mundo, e incentivando outros grafiteiros nos mais diferentes lugares do planeta. E foi atrav\u00e9s de pioneiros como ele que nasceu a arte do grafite<\/em>, espalhada hoje por todo o globo.<\/p>\nOs artistas grafiteiros, para personalizarem sua arte, costumavam usar seus nomes verdadeiros ou apelidos, mas logo depois passaram a optar pelo uso de pseud\u00f4nimos. Com a forte concorr\u00eancia, eles sentiram necessidade de buscar formas diferentes para evidenciar e diferenciar suas obras. E as tags<\/em>, que se tornavam gigantescas, passaram a dar lugar \u00e0s pieces<\/em> (abrevia\u00e7\u00e3o de “masterpiece<\/em>“, que significa \u201cobra-prima\u201d) nos trens da cidade de Nova York.<\/p>\nOs trens, a princ\u00edpio, eram o alvo principal dos grafiteiros, porque passavam por muitas partes da cidade, sendo observados por um n\u00famero incalcul\u00e1vel de pessoas, colocando as obras em maior destaque. Mas em 1986, as autoridades, no intuito de proteger tais meios de transporte contra esses artistas, al\u00e9m de gradear os p\u00e1tios ferrovi\u00e1rios, passaram a limp\u00e1-los regularmente, acabando com t\u00e3o importante vitrine. Os grafiteiros nova-yorquinos passaram a visitar outros lugares e pa\u00edses, expandindo a arte para todo o mundo. E os trens tornaram-se alvos em toda a Europa, num efeito imediato.<\/p>\n
As cidades de Amsterdam, na Holanda, e Antu\u00e9rpia, na B\u00e9lgica, foram as respons\u00e1veis por abrir espa\u00e7o para as primeiras exposi\u00e7\u00f5es de grafite<\/em>, arte presente hoje em quase todos os pa\u00edses ocidentais e em muitos orientais, principalmente naqueles que sofrem a influ\u00eancia do Ocidente. Embora o grafite<\/em> tenha chegado mais atrasado \u00e0 \u00c1sia e \u00e0 Am\u00e9rica do Sul, esses dois continentes v\u00eam alcan\u00e7ando um alto padr\u00e3o na arte de rua, sobretudo a Am\u00e9rica do Sul.<\/p>\nFonte de pesquisa:<\/span>
\nO Mundo do Grafite\/Nicholas Ganz<\/p>\nNota:<\/span> imagem copiada de artruadf.blogspot.com<\/em><\/p>\nViews: 2<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho Grafite: grande canal de comunica\u00e7\u00e3o, sem conex\u00e3o com fibra \u00f3tica ou cabo el\u00e9trico, mas conectado diretamente com a cidade, com o p\u00fablico, com o aqui e agora. O grafite est\u00e1 na cidade, no espa\u00e7o p\u00fablico, n\u00e3o tem propriet\u00e1rio nem vigia. Na carona dos grafites h\u00e1 sempre os rabiscos aleat\u00f3rios, as […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[31],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/15101"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=15101"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/15101\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46405,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/15101\/revisions\/46405"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=15101"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=15101"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=15101"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}