<\/a><\/p>\nOs tuaregues<\/i> s\u00e3o um grupo \u00e9tnico da regi\u00e3o do Saara. Trata-se de uma civiliza\u00e7\u00e3o bem exc\u00eantrica. A origem dessa gente parece perdida no tempo. Poderia ser eg\u00edpcia, iemenita ou de uma antiga tribo europeia. A maioria dos estudiosos acredita se tratar de um povo berbere<\/i>, os long\u00ednquos habitantes do Saara. Semi n\u00f4mades, percorrem o deserto em camelos ou cavalos. Foram eles um dos primeiros povos a habitar o Saara. Mas atualmente vivem dispersos, enfrentando a repress\u00e3o dos novos governantes, ap\u00f3s a sa\u00edda dos franceses.<\/p>\n
A palavra \u00e1rabe tuareg<\/i> significa abandonados pelos deuses <\/i>e lhes foi dada pelos europeus, para distingui-los de outros povos. Mas eles preferem chamar a si mesmos por Imouhar(en)<\/i>, Imashagen<\/i> (Os Livres). N\u00e3o se sabe ao certo quantos s\u00e3os os tuaregues<\/i>. Calcula-se que exista cerca de um milh\u00e3o deles, espalhados por N\u00edger, Mali, L\u00edbia, Burkina Fasso e Arg\u00e9lia.<\/p>\n
A religi\u00e3o desse povo \u00e9 uma mistura de islamismo e cren\u00e7as ancestrais, relacionadas com o juun<\/i>, o esp\u00edrito da natureza. A l\u00edngua falada pertence \u00e0 raiz berbere. A maioria somente tem cultura oral. Usa tamb\u00e9m uma linguagem muda<\/i>, para transmitir mensagens secretas. \u00a0No passado, s\u00f3 as mulheres tuaregues<\/i> sabiam escrever.<\/p>\n
Os homens n\u00e3o dispensam um v\u00e9u \u00edndigo, que usam mesmo entre os familiares, e que serve para proteg\u00ea-los contra o sol escaldante do deserto, das rajadas de areia e dos maus esp\u00edritos. Um turbante cobre-lhes todo o rosto, deixando apenas os olhos de fora. Diferentemente de outros povos berberes, os tuaregues<\/i> n\u00e3o usam tatuagens. Homens e mulheres pintam os olhos com o kohl, p\u00f3 negro de sulfato de antim\u00f4nio. Os rapazes raspam a cabe\u00e7a, deixando apenas uma esp\u00e9cie de crista no centro. O que servir\u00e1 para que Al\u00e1 os “arraste” ao para\u00edso, segundo a cren\u00e7a.<\/p>\n
As mulheres, ao contr\u00e1rio das outras mu\u00e7ulmanas, n\u00e3o usam v\u00e9us e possuem cabelos longos e tran\u00e7ados. S\u00e3o bem consideradas e pode ser delas a iniciativa do pedido de div\u00f3rcio, caso se considerem maltratadas pelo marido. Em certas ocasi\u00f5es, elas pintam o rosto de vermelho ou amarelo e os l\u00e1bios de azul, formando uma esp\u00e9cie de m\u00e1scara, que serve de enfeite e de s\u00edmbolo m\u00e1gico. Possuem autoridade no acampamento, pois os homens est\u00e3o frequentemente ausentes, cumprindo suas atividades como pastores comerciantes ou guerreiros. Geralmente sabem escrever e s\u00e3o mais instru\u00eddas do que os homens. Participam dos conselhos e assembleias da linhagem e s\u00e3o consultadas nos assuntos da tribo.<\/p>\n
A alimenta\u00e7\u00e3o dos tuaregues<\/i> tem sua base no leite e derivados. S\u00f3 abatem animais nas grandes festas. Por sua resist\u00eancia, o camelo \u00e9 o animal preferido nas viagens pelo deserto. Possuem tamb\u00e9m ovelhas e cavalos. Os asnos vivem em liberdade e n\u00e3o t\u00eam valor comercial. Em sua maioria, os tuaregues<\/i> vivem em tendas (imahan<\/i>). Praticam a monogamia, embora um homem que fa\u00e7a uma longa viagem possa ter concubinas de castas inferiores.<\/p>\n
Os tuaregues<\/i> possuem cativos, iklan<\/i>, compostos por descendentes dos antigos escravos. Embora, desde a domina\u00e7\u00e3o francesa, em finais do s\u00e9culo XIX, n\u00e3o seja mais permitida a escravid\u00e3o, eles continuam com seus escravos. Eventualmente, um homem livre pode se casar com uma mulher de sua servid\u00e3o e, nesse caso, os filhos nascer\u00e3o livres. \u00a0O amo possui poder de vida e morte sobre seus servos.<\/p>\n
Antigamente, quando n\u00e3o eram pac\u00edficos, os tuaregues<\/i> cobravam altos ped\u00e1gios dos viajantes que atravessavam o deserto. Assaltavam e massacravam aqueles que n\u00e3o pagassem. Dedicavam-se a saquear povos e a controlar as rotas do deserto. Eram chamados de Os Bandoleiros do Deserto<\/i>. \u00a0A organiza\u00e7\u00e3o social desse grupo \u00e9 t\u00edpica dos povos pastores e guerreiros, em que a nobreza de sangue \u00e9 muito importante.<\/p>\n
Em 1946, quando o deserto foi dividido entre pequenos pa\u00edses, os tuaregues<\/i> entraram em guerra por liberdade, quando cerca de quarenta mil foram mortos, incluindo mulheres e crian\u00e7as. A independ\u00eancia das antigas col\u00f4nias africanas deu origem a uma verdadeira trag\u00e9dia. Os novos governantes n\u00e3o chegaram ao poder atrav\u00e9s do triunfo guerreiro, conforme a tradi\u00e7\u00e3o desse grupo e, por isso, sua autoridade n\u00e3o foi aceita pelos tuaregues<\/i>. Muitos escravos passaram a ser senhores em seus novos dom\u00ednios, com as mudan\u00e7as efetuadas com a divis\u00e3o do deserto.<\/p>\n
Nos dias atuais, os tuaregues<\/i> dedicam-se \u00e0 m\u00fasica, ao artesanato e ao pastoreio de animais como o dromed\u00e1rio (mam\u00edfero ativo da regi\u00e3o nordeste da \u00c1frica e da por\u00e7\u00e3o oeste da \u00c1sia. Possui apenas uma corcova no dorso, e cujo pesco\u00e7o \u00e9 mais curto do que o do camelo), animal dom\u00e9stico usado como montaria e besta de carga.<\/p>\n
Atualmente, esses guerreiros valentes, antigos senhores dos desertos, n\u00e3o passam de uma minoria oprimida, sobretudo por carregarem um esp\u00edrito independente. Muitos vivem distantes de seu habitat, deslocados num mundo que n\u00e3o compreendem. Grande parte deles foi para as grandes cidades africanas da regi\u00e3o. Os ricos formaram uma nova classe: a burguesia urbana. Os pobres se viram obrigados a mendigar ou vender objetos de madeira e couro nas entradas dos hot\u00e9is. Alguns descobriram profiss\u00f5es mais modernas, como as de mec\u00e2nico ou guia de turismo. \u00a0Muitas jovens tuaregues ca\u00edram na prostitui\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
O povo Tuareg<\/i> recusa-se a aceitar as fronteiras de cinco estados – Arg\u00e9lia, Mali, L\u00edbia, N\u00edger e Burkina Fasso -, estabelecidas nos tempos coloniais, em territ\u00f3rios que sempre lhes pertenceram. Expulsos da Arg\u00e9lia em 1986, e obrigados a sair da L\u00edbia em 1990, \u00a0refugiaram-se no N\u00edger e no Mali, onde criaram v\u00e1rios problemas e passaram a\u00a0 sofrer a dura rea\u00e7\u00e3o dos governantes locais. Houve matan\u00e7as e verdadeiros genoc\u00eddios.<\/p>\n
Para os povos sedent\u00e1rios \u00e9 muito dif\u00edcil compreender a vida n\u00f4made da gente Tuareg<\/em>, que ainda n\u00e3o teve a oportunidade de encontrar um territ\u00f3rio para si e, que se sente lesada nos seus direitos, por ter sido expulsa de uma regi\u00e3o que lhes pertencia h\u00e1 s\u00e9culos. Eles precisam de um lugar onde possam viver, conservando o estilo de vida que lhes \u00e9 peculiar, desde os tempos mais remotos.<\/p>\nNota:<\/span> Imagem copiada de http:\/\/revistaplaneta.terra.com.br<\/a><\/i><\/p>\nFonte de Pesquisa:
\n<\/span>Background Tuareg
\nTuareg\/ Albeto V\u00e1zquez Figueroa<\/p>\nViews: 94<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho Os tuaregues s\u00e3o um grupo \u00e9tnico da regi\u00e3o do Saara. Trata-se de uma civiliza\u00e7\u00e3o bem exc\u00eantrica. A origem dessa gente parece perdida no tempo. Poderia ser eg\u00edpcia, iemenita ou de uma antiga tribo europeia. A maioria dos estudiosos acredita se tratar de um povo berbere, os long\u00ednquos habitantes do Saara. […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[18],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1574"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1574"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1574\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46251,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1574\/revisions\/46251"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1574"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1574"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1574"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}