{"id":1576,"date":"2013-12-28T19:04:58","date_gmt":"2013-12-28T22:04:58","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=1576"},"modified":"2022-08-04T22:07:35","modified_gmt":"2022-08-05T01:07:35","slug":"asia-as-mulheres-girafa","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/asia-as-mulheres-girafa\/","title":{"rendered":"\u00c1SIA – AS MULHERES-GIRAFA"},"content":{"rendered":"

Autoria de<\/strong><\/b><\/b> Lu Dias Carvalho
\n<\/b><\/p>\n

\"mugir\"<\/a><\/i><\/b><\/p>\n

\u201cUso todos estes aros, assim como minha m\u00e3e, minha av\u00f3 e minha bisav\u00f3 usavam, simplesmente para ficar mais bonita\u201d.<\/i><\/b><\/p>\n

Quando os primeiros exploradores europeus chegaram \u00e0 \u00c1sia, eles se espantaram com alguns costumes ali encontrados. Por exemplo, ficaram horrorizados com as chinesas de p\u00e9s disformes e as mulheres-girafa<\/i>, exemplos das grandes anomalias encontradas na cultura asi\u00e1tica. Mas tais tradi\u00e7\u00f5es eram t\u00e3o comuns para aqueles povos, como usar cinto ou chap\u00e9u no ocidente. O governo chin\u00eas aboliu os p\u00e9s pequenos, mas algumas comunidades asi\u00e1ticas continuam a fazer uso dos pesco\u00e7os longos.<\/p>\n

As mulheres-girafa <\/i>recebem tal nome n\u00e3o s\u00f3 pelo tamanho do pesco\u00e7o, mas tamb\u00e9m pelo andar altivo, provocado pelo peso dos colares. Elas fazem parte do grupo dos Padaung, vivem em Mianm\u00e1 (antiga Birm\u00e2nia), pa\u00eds situado entre a China e a Tail\u00e2ndia. S\u00e3o criaturas de estatura baixa e parecem extremamente fr\u00e1geis, embora se mostrem muito alegres. Normalmente possuem muitos filhos.<\/p>\n

Essas mulheres come\u00e7am a fazer uso de argolas no pesco\u00e7o ap\u00f3s completarem cinco anos de idade, quando \u00e9 posto o primeiro aro, numa cerim\u00f4nia realizada durante a lua-cheia. \u00c0 medida que crescem, as meninas v\u00e3o tendo seus aros trocados por outros maiores, at\u00e9 atingirem 18 anos. Cada troca exige um ritual, quando uma curandeira massageia delicadamente o pesco\u00e7o da garota. Os colares s\u00e3o colocados at\u00e9 atingir o n\u00famero de vinte e cinco. Os aros n\u00e3o s\u00e3o tirados nem mesmo para dormir, tendo elas de dormir com travesseiros, para n\u00e3o machucarem o pesco\u00e7o.<\/p>\n

Os Padaung acham que a beleza da mulher \u00e9 proporcional ao comprimento de seu pesco\u00e7o. E, para que ele cres\u00e7a cada vez mais, aros s\u00e3o ali colocados ainda na inf\u00e2ncia, de modo que na idade matrimonial, as mulheres j\u00e1 possuam uma dist\u00e2ncia entre a cabe\u00e7a e os ombros entre 25 e 30 cent\u00edmetros. Elas tamb\u00e9m usam aros nos pulsos e tornozelos para que afinem. Incrivelmente, as mulheres-girafas usam mais de 10 quilos de aros no pesco\u00e7o. Sendo que o peso dos an\u00e9is e aros das outras partes do corpo pode chegar a 20 quilos. O que parece a n\u00f3s, ocidentais, uma grande tortura para se carregar ao longo da vida.<\/p>\n

Em muitas literaturas \u00e9 poss\u00edvel encontrar explica\u00e7\u00f5es, dizendo que o pesco\u00e7o \u00e9 sustentado por in\u00fameras gargantilhas que nunca podem ser retiradas, devido \u00e0 fragilidade dele, que passa a n\u00e3o mais aguentar a cabe\u00e7a. E, caso isso acontecesse, a cabe\u00e7a cairia ao lado e impediria a respira\u00e7\u00e3o. A mulher morreria por sufocamento. O que n\u00e3o \u00e9 verdade, pois as gargantilhas podem ser retiradas sem preju\u00edzo para a usu\u00e1ria. E, inclusive, s\u00e3o retiradas para a lavagem do pesco\u00e7o, que s\u00f3 quebraria se fosse virado bruscamente.<\/p>\n

\u00c9 bom saber que n\u00e3o \u00e9 o pesco\u00e7o que cresce como muitos pensam, mas s\u00e3o os ombros que descem, pois a clav\u00edcula cede com o peso dos aros. De modo que, quatro v\u00e9rtebras tor\u00e1cicas passam a fazer parte da estrutura do pesco\u00e7o. Existem algumas interpreta\u00e7\u00f5es para tal costume:<\/p>\n