{"id":16625,"date":"2019-12-24T15:00:57","date_gmt":"2019-12-24T18:00:57","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=16625"},"modified":"2019-12-24T15:35:25","modified_gmt":"2019-12-24T18:35:25","slug":"frutas-do-natal-e-simpatia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/frutas-do-natal-e-simpatia\/","title":{"rendered":"FRUTAS DO NATAL E SIMPATIA"},"content":{"rendered":"

Autoria de Luiz Cruz<\/strong><\/p>\n

\"natal123\"<\/a>   \"natal1234\"<\/a><\/p>\n

Ao iniciar dezembro, \u00e9 \u00e9poca para se programar para o Natal. Os preparativos para a montagem do pres\u00e9pio mobilizam a fam\u00edlia toda, cada um d\u00e1 a sua contribui\u00e7\u00e3o. O pres\u00e9pio \u00e9 uma tradi\u00e7\u00e3o natalina e n\u00e3o pode faltar, mesmo que seja simples e pequenino.<\/p>\n

Uma das lembran\u00e7as de minha inf\u00e2ncia \u00e9 a figura de uma senhora que circulava por Tiradentes no per\u00edodo natalino. Era conhecida popularmente como “Veia-do-barro-branco”. Uma anci\u00e3 de porte baixo, tez clara, mas ligeiramente dourada pelo sol. O cabelo branco, bem comprido, sempre enrolado em um grande tot\u00f3. Seu rosto era de aspecto inesquec\u00edvel, para sempre! Era arredondado, cheio de linhas vincadas que moviam ao gesticular e ao conversar, em tom altivo, eloquente e comunicativo. Faltava-lhe um olho e o outro era de um azul forte, brilhante e muito expressivo. Por onde passava, inundava o ambiente com sua presen\u00e7a e alma iluminada.<\/p>\n

A “Veia-do-barro-branco” andava pelas ruas da cidade com um balaio sobre a cabe\u00e7a, cheio de gabiroba (C. pubescens, da fam\u00edlia Myrtaceae), que era vendida a litro. Era a fruta da \u00e9poca, a qual nos remessava ao clima natalino. Fruta saborosa, nativa do Brasil e conhecida por uma varia\u00e7\u00e3o de nomes: guavirova, guabiraba, guariramba e outros. Planta t\u00edpica de \u00e1reas de campo, podendo ser apreciada na Serra de S\u00e3o Jos\u00e9. Bom mesmo \u00e9 sabore\u00e1-la no p\u00e9, mas dela se pode fazer deliciosos licor, geleia, sorvete, suco, batida e at\u00e9 pudim.<\/p>\n

A gabiroba \u00e9 rica em prote\u00ednas, carboidratos e vitaminas do complexo B. Al\u00e9m do fruto, as folhas da planta s\u00e3o usadas em infus\u00e3o para aliviar dores musculares, atrav\u00e9s de banhos de imers\u00e3o. Naqueles tempos, al\u00e9m da gabiroba, a “Veia-do-barro-branco” ca\u00e7ava e vendia tatus (mam\u00edferos pertencente \u00e0 ordem Cingulata e \u00e0 fam\u00edlia Dasypodidae), que trazia presos em outro balaio. Coisa que hoje em dia n\u00e3o pode ocorrer de forma alguma.<\/p>\n

Outra fruta do per\u00edodo natalino \u00e9 a rom\u00e3, uma infrutesc\u00eancia da rom\u00e3zeira (Punica granatum), que \u00e9 origin\u00e1ria da Gr\u00e9cia, mas bem aclimatada no Brasil. A fruta \u00e9 coletada para integrar os arranjos decorativos de Natal. No dia de Reis ela \u00e9 aberta e saboreada. \u00c9 rica em prote\u00edna, c\u00e1lcio e vitaminas do complexo B. \u00c9 usada para sucos e medicinalmente ajuda a reduzir a press\u00e3o arterial e para a preven\u00e7\u00e3o de alguns problemas cardiovasculares. Da parte amarela que envolve a polpa pode-se fazer um ch\u00e1 para inflama\u00e7\u00f5es da garganta, que \u00e9 usado na forma de gargarejo.<\/p>\n

Com a rom\u00e3 se faz uma das simpatias de Reis: retirar de uma rom\u00e3 nove sementes, pedindo aos tr\u00eas Reis Magos, Baltasar, Belchior e Gaspar que lhe traga sa\u00fade, amor, paz e dinheiro. Depois, pegar tr\u00eas das nove sementes e guardar dentro da sua carteira, para nunca lhe faltar dinheiro. Das restantes, engolir tr\u00eas sementinha e jogar para tr\u00e1s as \u00faltimas tr\u00eas que sobraram, fazendo seus pedidos.<\/p>\n

A gabiroba e a rom\u00e3 s\u00e3o frutas que d\u00e3o sabor especial ao per\u00edodo natalino e n\u00e3o podem faltar no final do ano.<\/p>\n

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