{"id":16729,"date":"2014-12-29T01:05:55","date_gmt":"2014-12-29T03:05:55","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=16729"},"modified":"2022-08-27T20:19:27","modified_gmt":"2022-08-27T23:19:27","slug":"filme-antes-so-do-que-mal-acompanhado","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/filme-antes-so-do-que-mal-acompanhado\/","title":{"rendered":"Filme \u2013 ANTES S\u00d3 DO QUE MAL ACOMPANHADO"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho<\/strong>
\n<\/b><\/p>\n

\"ASQMA\"<\/a>– Voc\u00ea n\u00e3o \u00e9 santo. Arrumou t\u00e1xi de gra\u00e7a, quarto de gra\u00e7a e algu\u00e9m para ouvir suas hist\u00f3rias chatas. N\u00e3o percebeu que quando falava no avi\u00e3o eu come\u00e7ava a ler o saco de vomitar? Ser\u00e1 que n\u00e3o se tocou: “Acho que o cara n\u00e3o est\u00e1 interessado!” Nem tudo \u00e9 piada. Precisa saber discernir. Escolher o que \u00e9 engra\u00e7ado, meio divertido ou interessante. Voc\u00ea \u00e9 um milagre! Suas hist\u00f3rias n\u00e3o t\u00eam nada disso! N\u00e3o s\u00e3o divertidas nem por acidente. (Neal)<\/strong><\/em><\/p>\n

– Quer me magoar? Se voc\u00ea se sente melhor assim, continue. Sou o alvo f\u00e1cil. Tem raz\u00e3o. Eu falo demais. Tamb\u00e9m ou\u00e7o demais. Posso ser um c\u00ednico como voc\u00ea, mas n\u00e3o gosto de ferir os sentimentos dos outros. Pense o que quiser de mim. N\u00e3o vou mudar. Gosto de mim mesmo. Minha esposa gosta de mim. Meus clientes gostam de mim. Sou artigo genu\u00edno. O que v\u00ea \u00e9 o que sou. (Del)<\/strong><\/em><\/p>\n

O filme Antes S\u00f3 do que Mal Acompanhado<\/em> (1987), obra do cineasta estadunidense John Hughes, \u00e9 uma daquelas obras que sentimos prazer em rever, pois sua tem\u00e1tica \u00e9 sempre atual: a arte da conviv\u00eancia humana. Os atores Steve Martin e John Candy parecem interpretar a si mesmos, de t\u00e3o natural e perfeito que \u00e9 a interpreta\u00e7\u00e3o e sincronia dos dois, numa dire\u00e7\u00e3o apurada de Hughes.<\/p>\n

Neal Page (Steve Martin) \u00e9 um publicit\u00e1rio de Chicago, atraente e impecavelmente vestido, dono de uma situa\u00e7\u00e3o pr\u00f3spera, que expande autoconfian\u00e7a, mas que n\u00e3o se sente \u00e0 vontade perto de pessoas comuns e em meio a situa\u00e7\u00f5es que fogem ao seu controle. Possui uma mente extremamente organizada, mas n\u00e3o sabe viver com a simplicidade. Por sua vez, Del Griffith (John Candy) \u00e9 um caixeiro-viajante de Chicago, que tem como of\u00edcio vender argolas para cortinas de banheiro, que ele considera “as melhores do mundo”. Ao contr\u00e1rio de Neal, Del \u00e9 um sujeito alto, gordo, desengon\u00e7ado, desorganizado e que se esconde debaixo de um amontoado de agasalhos, e, que gosta muito de conversar com as pessoas que se encontram a seu lado.<\/p>\n

O filme narra a v\u00e9spera do Dia de A\u00e7\u00e3o de Gra\u00e7as (Thanksgiving Day) nos Estados Unidos, data que \u00e9 comemorada na \u00faltima quinta-feira de novembro. As pessoas est\u00e3o ansiosas para voltarem para casa, a fim de comemorar o feriado junto com a fam\u00edlia, como acontece com os dois protagonistas do filme. Eles se encontram em Nova York e querem retornar a Chicago. Neal ouve impacientemente o chefe, ansioso para que a reuni\u00e3o acabe, pois j\u00e1 tem passagem com hora marcada. Na rua, existe uma fren\u00e9tica batalha para se conseguir um t\u00e1xi. E foi nessa guerra de nervos, para n\u00e3o perderem o voo, que Neal e Del encontram-se pela primeira vez, com o segundo levando a melhor. E, como se n\u00e3o bastasse, ambos pegam o mesmo voo, e sentam-se pr\u00f3ximos.<\/p>\n

O inverno est\u00e1 rigoros\u00edssimo. Aeroportos est\u00e3o superlotados, alguns voos s\u00e3o cancelados e outros desviados. Juntos, Del e Neal passar\u00e3o pelas mais inusitadas aventuras, uma vez que o voo \u00e9 desviado, em raz\u00e3o do mau tempo. Contudo, o que fica em evid\u00eancia da\u00ed para frente \u00e9 o atrelamento dos dois, donos de temperamentos totalmente diferentes, mas sendo obrigados a conviver durante a inusitada viagem. Enquanto o primeiro faz tudo para agradar o seu novo “amigo”, o segundo s\u00f3 anseia por ficar livre dele, preferindo permanecer sozinho, numa clara hostilidade.<\/p>\n

Del \u00e9 uma pessoa alegre, emp\u00e1tica, que se preocupa com os problemas de Neal, fazendo tudo para ajud\u00e1-lo a ir para casa e chegar a tempo de passar o feriado com a fam\u00edlia. Seus sentimentos s\u00e3o vis\u00edveis. Sente-se triste ao saber que o t\u00e1xi que pegara seria de Neal. Quer ajud\u00e1-lo de todas as formas, enquanto o outro parece se fechar num casulo, sem mostrar nenhuma simpatia. O voo dos dois \u00e9 desviado para Wichita, onde n\u00e3o existem mais vagas em hot\u00e9is. Ali, fazendo uso de seu cart\u00e3o de cr\u00e9dito e de sua autoconfian\u00e7a, Neal consegue um quarto de motel, onde, em raz\u00e3o da desorganiza\u00e7\u00e3o e modos de Del, \u00e9 terrivelmente franco com ele, criticando seu jeito de ser e dizendo que quer se ver livre dele. Nesse momento h\u00e1 um di\u00e1logo tenso entre os dois. A tristeza e a m\u00e1goa de Del s\u00e3o vis\u00edveis. A partir desse momento, ele ganha totalmente a simpatia do espectador. E o filme, numa mudan\u00e7a fant\u00e1stica, passa a ser muito mais do que uma simples com\u00e9dia.<\/p>\n

Um dos momentos c\u00f4micos do filme \u00e9 quando Neal acorda entrela\u00e7ado com Del, na estreita cama do motel. Outro momento engra\u00e7ado \u00e9 quando Neal solta todos os palavr\u00f5es poss\u00edveis, quando descobre que foi enganado pelo dono da locadora de autom\u00f3veis, sendo obrigado a caminhar cinco quil\u00f4metros at\u00e9 o terminal rodovi\u00e1rio, em meio \u00e0 neve e \u00e0 lama. N\u00e3o se cont\u00e9m ao encontrar com a atendente da locadora, que se encontra num alegre bate-papo ao telefone. H\u00e1 tamb\u00e9m um momento c\u00f4mico dentro do \u00f4nibus, quando Neal puxa uma m\u00fasica que ningu\u00e9m sabe cantar e \u00e9 olhado com desd\u00e9m. Del salva a situa\u00e7\u00e3o puxando “We\u00b4re the Flinstones!”. O enorme ba\u00fa, que Del carrega a trancos e barrancos, \u00e9 hil\u00e1rio.<\/p>\n

O final do filme \u00e9 surpreendente, pois ficam claras as mudan\u00e7as operadas no sisudo Neal, em raz\u00e3o da conviv\u00eancia com Del, como se ele tivesse aprendido a julgar as pessoas pelo que elas s\u00e3o e n\u00e3o pelas apar\u00eancias, pois sempre tomava como par\u00e2metro a sua maneira ego\u00edstica de olhar a vida. A cena final, que mostra Neal voltando para buscar Del, que se encontra triste e solitariamente num banco da plataforma da esta\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria, \u00e9 tudo aquilo que o espectador esperava que acontecesse, atingindo diretamente seu cora\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Nota:<\/span> outros filmes do diretor: Clube dos Cinco, Mulher Nota Mil, Curtindo a Vida Adoidado.<\/p>\n

Fonte de pesquisa<\/span>
\nGrandes Filmes\/ Roger Ebert<\/p>\n

Views: 26<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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