<\/a><\/p>\nSegundo o dicion\u00e1rio Aur\u00e9lio, <\/i><\/b>\u201critual\u201d significa \u201cConjunto de pr\u00e1ticas consagradas pelo uso e\/ou por normas, e que se deve observar de forma invari\u00e1vel em ocasi\u00f5es determinadas\u201d. <\/i><\/p>\n
A sociedade hindu \u00e9 uma das mais ricas em rituais, sendo que a hena<\/i>, tinta castanho-avermelhada feita com a casca e folhas secas do arbusto do mesmo nome, \u00e9 muito empregada. \u00c9 o elemento principal em quase todos os rituais hindus. \u00c9 tamb\u00e9m usada para tingir cabelos, ou em xampus e outros cosm\u00e9ticos, sendo muito apreciada no Ocidente. Tal produto tamb\u00e9m est\u00e1 presente na vida da mulher hindu, nos momentos mais significativos de sua vida, desde o nascimento, casamento e gravidez, assim como nos cuidados com o corpo e os cabelos.<\/p>\n
Antes do casamento, a noiva hindu \u00e9 rodeada por amigas e pela ala feminina da fam\u00edlia, recebendo maravilhosos desenhos de hena<\/em> no corpo, cuja confec\u00e7\u00e3o pode durar dias. \u00c9 a chamada cerim\u00f4nia do Mehandi Rat<\/i>. Enquanto a cerim\u00f4nia acontece, a noiva vai recebendo conselhos que lhe ensinam a ser uma boa esposa. Tudo voltado para agradar o futuro marido, pois ela est\u00e1 deixando de ser uma mo\u00e7a solteira e se transformando numa mulher adulta, ou seja, numa esposa dedicada e servil a seu homem.<\/p>\n\u00c9 comum, ao mudar para a casa do marido, a esposa s\u00f3 fazer servi\u00e7os dom\u00e9sticos quando os desenhos de hena<\/em> desaparecem de seu corpo, tempo que lhe \u00e9 dado para se familiarizar com a nova casa e seus membros. Quando o marido morre, a vi\u00fava s\u00f3 poder\u00e1 usar tal ornamento, se decidir ser cremada junto com ele. Caso contr\u00e1rio, nunca mais poder\u00e1 voltar a us\u00e1-lo.<\/p>\nDurante e ap\u00f3s a gravidez, a hena<\/em> \u00e9 muito usada pela mulher, pois a tradi\u00e7\u00e3o reza que os seus desenhos evitam o mau-olhado e det\u00e9m os maus esp\u00edritos, livrando a mulher de sintomas comuns, ligados \u00e0 espera e ao nascimento da crian\u00e7a (depress\u00e3o p\u00f3s-parto, etc), assim como fortalece e protege o beb\u00ea ap\u00f3s o nascimento, contra os maus esp\u00edritos.<\/p>\nAthavans, <\/b><\/i>que inclui tamb\u00e9m o ritual <\/em>chamado de God-Bharaia <\/b><\/i>(ou Godh Bharna, que celebra a primeira gravidez) \u00e9 a cerim\u00f4nia feita no oitavo m\u00eas de gesta\u00e7\u00e3o (algumas pesquisas dizem que \u00e9 no s\u00e9timo). A fam\u00edlia, primeiro faz um belo desenho no ch\u00e3o da entrada da casa com farinhas e areia coloridas. A gr\u00e1vida \u00e9 lambuzada com \u00f3leos e ess\u00eancias e banhada em \u00e1gua perfumada, vestida com roupas e ornamentos novos, e decorada com bel\u00edssimos desenhos de hena<\/em> nos p\u00e9s e nas m\u00e3os. Ela \u00e9 colocada em um acento especial, e suas amigas e parentas femininas cobrem o seu ventre com doces, flores e frutas. Depois h\u00e1 uma grande festa. A gr\u00e1vida permanece em descanso, s\u00f3 podendo voltar aos afazeres, depois que a tatuagem for apagada normalmente.<\/p>\nO parto \u00e9 outro ritual \u00e0 parte. A parturiente, antes de entrar na sala de parto, traz no corpo, pintado com hena<\/em>, v\u00e1rios s\u00edmbolos de prote\u00e7\u00e3o. Ap\u00f3s o nascimento do beb\u00ea, as pontas dos p\u00e9s e as m\u00e3os s\u00e3o pintadas com hena<\/em>, numa cerim\u00f4nia chamada de Jalva Pujani<\/i>.<\/p>\nAp\u00f3s os nove dias que precedem o parto, a mulher \u00e9 mantida isolada com seu beb\u00ea, sob os cuidados de parentas,\u00a0 para que o isolamento ajude na sua recupera\u00e7\u00e3o e lhe d\u00ea for\u00e7a f\u00edsica e equil\u00edbrio emocional, durante o estabelecimento dos la\u00e7os maternos e da lacta\u00e7\u00e3o. M\u00e3e e beb\u00ea deixam seu ref\u00fagio no d\u00e9cimo dia ap\u00f3s o parto. Ocasi\u00e3o em que participam da cerim\u00f4nia Suray<\/i>, onde a crian\u00e7a \u00e9 mostrada ao sol e \u00e0 comunidade pela primeira vez.<\/p>\n
O Namakarana Samskar<\/i> \u00e9 o ritual do batismo, realizado 12 dias ap\u00f3s o nascimento da crian\u00e7a. O pai pronuncia o nome dela em seu ouvido direito. Em algumas regi\u00f5es, \u00e9 permitido \u00e0 m\u00e3e acompanhar o ritual. As palavras \u201cHari Sri Ganapataye Namah Avignamastu<\/i>\u201d s\u00e3o escritas com um peda\u00e7o de ouro, na l\u00edngua do beb\u00ea (simbolicamente, penso eu), assim que ele completa 3 ou 5 anos. Cabe \u00e0 crian\u00e7a escrev\u00ea-las (guiada por outrem, com certeza), com seu dedo indicador, passando por gr\u00e3os de arroz cru, colocados em um pote de metal. Esse ritual celebra a apresenta\u00e7\u00e3o da crian\u00e7a \u00e0 escrita. Geralmente realiza-se nos templos dedicados a Saraswati,<\/b><\/i> divindade da sabedoria e do conhecimento.<\/p>\n
Segundo explica\u00e7\u00f5es encontradas, a hena<\/em> \u00e9 considerada um agente purificador das impurezas provindas do processo do parto, e suas propriedades antiss\u00e9pticas naturais podem ter rela\u00e7\u00e3o com este costume, uma vez que em regi\u00f5es des\u00e9rticas mais carentes do Rajast\u00e3o, onde \u00e1gua limpa \u00e9 um artigo raro, a hena<\/em> era usada na purifica\u00e7\u00e3o do beb\u00ea e da m\u00e3e.<\/p>\n(*)<\/b> Imagem copiada de http:\/\/vaisnavisanga.blogspot.com.br<\/a><\/i><\/p>\nFontes de pesquisa<\/span>:
\nTextos de Rosana Ara\u00fajo (rosanaraujo.arteblog.com.br)
\nRefer\u00eancia:<\/span> Catherine Cartwright-Jones ”The Functions of Childbirth and Postpartum Henna Traditions”<\/p>\nViews: 11<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de\u00a0Lu Dias Carvalho Segundo o dicion\u00e1rio Aur\u00e9lio, \u201critual\u201d significa \u201cConjunto de pr\u00e1ticas consagradas pelo uso e\/ou por normas, e que se deve observar de forma invari\u00e1vel em ocasi\u00f5es determinadas\u201d. A sociedade hindu \u00e9 uma das mais ricas em rituais, sendo que a hena, tinta castanho-avermelhada feita com a casca e folhas secas do arbusto […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[18],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1677"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1677"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1677\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":45604,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1677\/revisions\/45604"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1677"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1677"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1677"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}