<\/a><\/p>\nNo caso da minha morte, ou da minha mulher Sonia em acidente, dentro ou fora da \u00cdndia, nossos corpos devem ser repatriados a Delhi e queimados juntos, segundo o ritual hindu, em um lugar a c\u00e9u aberto. Sob nenhuma circunst\u00e2ncia nossos corpos ser\u00e3o queimados em um cremat\u00f3rio el\u00e9trico. Segundo nosso costume, nosso filho Rahul dever\u00e1 acender a pira… \u00c9 meu desejo que nossas cinzas sejam jogadas no Ganges, em Allahabade, onde foram jogadas as cinzas dos meus antepassados. (Instru\u00e7\u00e3o deixada por<\/i><\/b> Rajiv)<\/i>
\n<\/b><\/p>\n
A pol\u00edtica \u00e9 sempre a mesma em qualquer lugar do mundo: o poder n\u00e3o respeita sentimentos. E foi assim que Rajiv, que jamais tivera ambi\u00e7\u00e3o pelo poder pol\u00edtico, deixou de ser piloto da Indian Airlines, para substituir sua m\u00e3e, Indira Gandhi. E, durante uma visita que fazia pelo pa\u00eds, quando focava um de seus temas prediletos, a separa\u00e7\u00e3o completa entre religi\u00e3o e pol\u00edtica<\/em>, que Rajiv recebeu uma guirlanda de madeira de s\u00e2ndalo em seu pesco\u00e7o, colocada por Dhanu, durante um com\u00edcio. Ela fingiu ajoelhar-se, para lhe tocar os p\u00e9s numa sauda\u00e7\u00e3o, quando puxou uma corda, que ativou o detonador. Junto com Rajiv morreram 17 pessoas. Dhanu carregava junto a seu corpo uma bateria de nove volts, um detonador e seis granadas envolvidas em um material explosivo pl\u00e1stico.<\/p>\nSegundo a tradi\u00e7\u00e3o hindu, o filho mais velho \u00e9 o respons\u00e1vel por acender a pira funer\u00e1ria do pai, responsabilidade que coube a Rahul. Antes de o corpo de Rajiv ser \u00a0cremado, houve o ritual purificador da alma:<\/p>\n
\n- Rahul traz nas m\u00e3os uma jarra de \u00e1gua sagrada do Ganges. Descal\u00e7o, d\u00e1 tr\u00eas voltas em torno da pira, enquanto vai espargindo gotas daquela \u00e1gua sobre seu pai.<\/li>\n
- Depois, ajoelha-se diante dos restos mortais de Rajiv e chora por dentro.<\/li>\n
- Membros da fam\u00edlia dirigem-se \u00e0 pira, onde colocam, com muito cuidado e acerto, \u00a0\u00a0\u00a0\u00a0troncos de madeira de s\u00e2ndalo e contas de ros\u00e1rio sobre o corpo.<\/li>\n
- A esposa Sonia usando um s\u00e1ri branco imaculado, marca das vi\u00favas, deposita sobre o corpo do marido, \u00e0 altura do cora\u00e7\u00e3o, uma oferenda que \u00e9 feita de c\u00e2nfora, \u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 cardamomo, cravo e a\u00e7\u00facar, com a finalidade de ajudar a erradicar as imperfei\u00e7\u00f5es da alma, segundo a cren\u00e7a hindu\u00edsta. Logo a seguir, toca os p\u00e9s do marido, em sinal de venera\u00e7\u00e3o, ajunta suas m\u00e3os \u00e0 altura do peito e inclina-se, pela \u00faltima vez diante de Rajiv, retirando-se depois.<\/li>\n<\/ul>\n
N\u00e3o faz parte do costume hindu que a vi\u00fava participe da cerim\u00f4nia de crema\u00e7\u00e3o, principalmente se for de outra religi\u00e3o (Sonia era cat\u00f3lica). Os sacerdotes negam-se a lhe dar tal permiss\u00e3o. Contudo, ela n\u00e3o se deixa vencer pelos preconceitos e pelos costumes retr\u00f3grados. Permanece perto da pira funer\u00e1ria durante toda a cerim\u00f4nia, sem desmaiar ou mostrar qualquer tipo de fraqueza.<\/p>\n
\n- Rahul, com uma tocha acesa na m\u00e3o, d\u00e1 tr\u00eas voltas em torno da pira, antes de \u00a0deposit\u00e1-la entre os troncos de madeira e s\u00e2ndalo.<\/li>\n
- Cabe a ele, como filho mais velho, ajudar a alma de seu pai a se libertar do envolt\u00f3rio terreno e alcan\u00e7ar o c\u00e9u.<\/li>\n
- Milhares e milhares de pessoas cantam c\u00e2nticos v\u00e9dicos.<\/li>\n
- Tendo \u00e0s m\u00e3os um pau de bambu de tr\u00eas metros, Rahul d\u00e1 um golpe na cabe\u00e7a de seu pai, cuja simbologia representa a subida da alma ao c\u00e9u, \u00e0 espera de sua pr\u00f3xima reencarna\u00e7\u00e3o.<\/li>\n
- Ouve-se um estouro seco. \u00c9 a cabe\u00e7a que estoura sob o efeito da press\u00e3o do calor. \u00a0\u00a0\u00a0 Ap\u00f3s tal som, o ritual acaba, pois a alma do falecido j\u00e1 se encontra livre.<\/li>\n
- As pessoas jogam p\u00e9talas de flores \u00e0s chamas.<\/li>\n
- As m\u00e3os de Rajiv ficam expostas e mostram os dedos pretos, que se mexem como se fizessem a sua \u00faltima despedida.<\/li>\n
- As cinzas de Rajiv s\u00e3o jogadas no Ganges, tendo o mesmo destino que as de seu bisav\u00f4 Motilal, as do av\u00f4 Nehuru e as de seu irm\u00e3o Sanjay.<\/li>\n<\/ul>\n
Filho mais novo de Indira Gandhi, a quem sucedeu no governo indiano ap\u00f3s seu assassinato por seus guarda-costas sikhs, Rajiv, por sua vez, tal como a m\u00e3e, foi assassinado, s\u00f3 que por extremistas tamils, durante a campanha eleitoral de 1991.<\/p>\n
Nota:<\/span> Imagem copiada de http:\/\/pt.electionsmeter.com<\/a><\/i><\/p>\nFonte de pesquisa<\/span>:
\nO S\u00e1ri Vermelho\/ Javier Moro<\/p>\nViews: 3<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de\u00a0LuDiasBH No caso da minha morte, ou da minha mulher Sonia em acidente, dentro ou fora da \u00cdndia, nossos corpos devem ser repatriados a Delhi e queimados juntos, segundo o ritual hindu, em um lugar a c\u00e9u aberto. Sob nenhuma circunst\u00e2ncia nossos corpos ser\u00e3o queimados em um cremat\u00f3rio el\u00e9trico. Segundo nosso costume, nosso filho […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[18],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1715"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1715"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1715\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":23006,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1715\/revisions\/23006"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1715"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1715"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1715"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}