{"id":17256,"date":"2015-02-03T23:48:10","date_gmt":"2015-02-04T01:48:10","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=17256"},"modified":"2022-08-11T18:19:10","modified_gmt":"2022-08-11T21:19:10","slug":"golpes-como-esta-dificil-ser-gentil","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/golpes-como-esta-dificil-ser-gentil\/","title":{"rendered":"GOLPES – COMO EST\u00c1 DIF\u00cdCIL SER GENTIL!"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho
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\"peli23\"<\/a><\/p>\n

Em tempos idos, uma das boas qualidades a serem ditas sobre algu\u00e9m \u00e9 que a pessoa era “gentil”. Esta palavrinha t\u00e3o modesta no n\u00famero de letras e de apenas duas s\u00edlabas encerrava um mundar\u00e9u de preciosidades: nobreza, afabilidade, generosidade, cavalheirismo, delicadeza, graciosidade, cortesia, amabilidade, boa educa\u00e7\u00e3o, civilidade, aten\u00e7\u00e3o, cortesia, sensibilidade, defer\u00eancia, discri\u00e7\u00e3o, polidez, sociabilidade, e por a\u00ed vai. Mas longe est\u00e3o os tempos em que se primava por ser “gentil”. Os tempos de hoje s\u00e3o outros, de modo que “gentileza” passou a significar tamb\u00e9m “ingenuidade”.<\/p>\n

O leitor deve estar achando que eu me levantei de ovo virado e que briguei com o mundo. Nada disso. Sou uma pessoa otimista por natureza, mas sempre movida pela raz\u00e3o. N\u00e3o h\u00e1 mais como negar que uma parte da humanidade tornou-se t\u00e3o astuta, ardilosa e dissimulada que obrigou a outra a botar a “gentileza” em fuga, de modo que, mais uma vez na hist\u00f3ria humana, o mal faz um grande estrago, impedindo a evolu\u00e7\u00e3o espiritual de nossa esp\u00e9cie. O meu desabafo tem raz\u00e3o de ser. Vou exp\u00f4-lo.<\/p>\n

N\u00f3s, brasileiros, somos vistos em todo o mundo como um povo hospitaleiro, alegre e “gentil”. Alegram-me muito tais qualidades, pois isso significa que prezamos a vida e dividimos com os outros a nossa sede por um mundo melhor, centrado na comunh\u00e3o com todos os povos, uma vez que somos parte de um todo. E dentro de nosso pa\u00eds, n\u00f3s, mineiros, carregamos com grande honra o elogio de sermos um povo “gentil”. Sem nenhum apego ao bairrismo, digo que \u00e9 verdade. Se nos pedem uma orienta\u00e7\u00e3o para um determinado endere\u00e7o, por pouco n\u00e3o levamos a pessoa ao local de destino. S\u00f3 para ilustrar o que digo, num dia chuvoso, um meu amigo de outro Estado ficou encabulado ao dar sinal para um t\u00e1xi, esse parar, e o motorista explicar que n\u00e3o poderia lev\u00e1-lo, pois j\u00e1 fora chamado pelo telefone. O taxista perguntou-lhe ent\u00e3o qual era o seu destino e lhe deu uma carona at\u00e9 onde os caminhos de ambos divergiam. Mesmo o meu amigo querendo dar ao cavalheiro taxista uma gorjeta, pois o cron\u00f4metro estava parado, esse n\u00e3o aceitou. Mas, por que n\u00e3o podemos continuar sendo assim, generosos?<\/p>\n

Hoje, recebi de uma amiga o alerta sobre um novo golpe no pa\u00eds. Espertalh\u00f5es est\u00e3o colocando uma crian\u00e7a chorando, na rua, carregando um papel com um endere\u00e7o, como se estivesse perdida, pedindo que a leve ao endere\u00e7o indicado. Est\u00e3o tamb\u00e9m usando idosos como isca. No endere\u00e7o mostrado est\u00e3o eles, os bandidos, \u00e0 espera da alma que fez aquela boa a\u00e7\u00e3o. E, como “pr\u00eamio” ela \u00e9 roubada ou sequestrada. Adverte-me a minha boa amiga Esther: “N\u00e3o ofere\u00e7a ajuda \u00e0 crian\u00e7a ou ao idoso, ainda que seja at\u00e9 \u00e0 esquina seguinte, mas chame a pol\u00edcia (190), que ir\u00e1 ao encontro dos meliantes.”.<\/p>\n

Not\u00edcias d\u00e3o conta de que tal modalidade de assalto tem sua origem na cidade de S\u00e3o Paulo ou na do Rio de Janeiro, e, que vem se espalhando como praga por todo o pa\u00eds. Mas isso n\u00e3o vem ao caso, pois malfeitores est\u00e3o espalhados por todos os cantos do pa\u00eds e do mundo. O melhor mesmo \u00e9 se prevenir. Mas, por que fazem isso com a generosidade que h\u00e1 em n\u00f3s? Por que coagem crian\u00e7as e idosos, seres t\u00e3o indefesos? At\u00e9 quando?<\/p>\n

Obrigada, Ester, pelo alerta!<\/p>\n

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