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\nConceitualmente, corrup\u00e7\u00e3o \u00e9 o ato de oferecer algo para obter vantagem em negociata, onde se favorece uma pessoa e se prejudica outra. Corrup\u00e7\u00e3o vem do latim “corruptus”, que significa \u201cquebrado em peda\u00e7os\u201d, e do verbo corromper, que significa \u201ctornar-se podre\u201d. Veja que fica bem distante do significado de \u201cmalfeito\u201d (muito utilizado nos dias atuais), que remete a algo defeituoso ou imperfeito, feito sem cuidado. S\u00e3o completamente diferentes! Todos n\u00f3s temos no\u00e7\u00e3o do significado de corrup\u00e7\u00e3o. Entretanto, poderia a mesma ser considerada uma doen\u00e7a?<\/p>\nPara alguns profissionais da \u00e1rea de sa\u00fade mental, os corruptos sofrem de transtornos de personalidade, onde o \u201cdoente\u201d se encaixaria em uma das tr\u00eas subclassifica\u00e7\u00f5es deste transtorno, que s\u00e3o:<\/p>\n
\u2022 transtorno de personalidade antissocial,
\n\u2022 transtorno narc\u00edsico e o
\n\u2022 transtorno borderline de personalidade.<\/p>\n
O “corrupto antissocial” \u00e9 aquele que transgride a lei sem se importar com o preju\u00edzo que est\u00e1 causando ao outro, e sem culpa alguma (mais conhecido por sociopata). Ele quer levar vantagem em tudo. \u00c9 o indiv\u00edduo que fura fila, para em fila dupla, suborna o guarda, etc.<\/p>\n
O “corrupto borderline” \u00e9 impulsivo e facilmente se descontrola. \u00c9 inst\u00e1vel. Passa do amor ao \u00f3dio em segundos.<\/p>\n
E, finalmente, o “corrupto narc\u00edsico” tem mania de grandeza e uma enorme necessidade de ser admirado o tempo todo. \u00c9 facilmente encontrado na pol\u00edtica e na religi\u00e3o. Fala aos quatro cantos que tem uma miss\u00e3o salvadora.<\/p>\n
Entretanto, outros (e eu estou inserido nesta classe) acreditam que a corrup\u00e7\u00e3o \u00e9 uma \u201cdoen\u00e7a cultural\u201d. A corrup\u00e7\u00e3o na pol\u00edtica brasileira, por exemplo, \u00e9 o reflexo de uma cultura j\u00e1 enraizada de pequenos e permissivos deslizes. No Brasil, para a maioria das pessoas seria normal dar propina ao guarda que te para na estrada. Mas para um finland\u00eas, por exemplo, \u00e9 impens\u00e1vel tal atitude. Os corruptos<\/em> e corruptores<\/em> n\u00e3o s\u00e3o doentes. S\u00e3o pessoas que percebem o mal que causam e n\u00e3o se importam com as consequ\u00eancias. Os grandes crimes de corrup\u00e7\u00e3o s\u00e3o feitos, na sua maioria, por pessoas saud\u00e1veis, com compra de votos e\/ou desvios de verba.<\/p>\nO tratamento da corrup\u00e7\u00e3o deve ser muito mais amplo do que medidas jur\u00eddicas punitivas. Claro que acabar com a eterna impunidade que reina no Brasil deve fazer parte do protocolo terap\u00eautico. Mas, por ser uma \u201cdoen\u00e7a\u201d epid\u00eamica em nosso pa\u00eds, v\u00e1rias medidas devem ser tomadas no m\u00e9dio e longo prazo.<\/p>\n
O combate \u00e0 corrup\u00e7\u00e3o passa por uma melhora da educa\u00e7\u00e3o dos jovens (que apura os valores); melhora no campo social com intuito de reduzir o analfabetismo, o desemprego, melhorar as condi\u00e7\u00f5es de sa\u00fade e moradia, al\u00e9m de uma maior participa\u00e7\u00e3o da sociedade civil organizada.<\/p>\n
Na medicina, queremos exterminar a doen\u00e7a, sem matar o doente. De forma semelhante, temos o dever de debelar a corrup\u00e7\u00e3o sem matar a democracia.<\/p>\n
Nota:<\/span> imagem copiada de blogs.diariodepernambuco.com.br<\/em><\/p>\nViews: 40<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria do Dr. Telmo Diniz Conceitualmente, corrup\u00e7\u00e3o \u00e9 o ato de oferecer algo para obter vantagem em negociata, onde se favorece uma pessoa e se prejudica outra. Corrup\u00e7\u00e3o vem do latim “corruptus”, que significa \u201cquebrado em peda\u00e7os\u201d, e do verbo corromper, que significa \u201ctornar-se podre\u201d. Veja que fica bem distante do significado de \u201cmalfeito\u201d (muito […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[37],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/17814"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=17814"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/17814\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":23998,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/17814\/revisions\/23998"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=17814"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=17814"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=17814"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}