O Homem Amarelo<\/em>, segunda vers\u00e3o,\u00a0 da pintora brasileira Anita Malfatti \u00e9 a sua obra mais conhecida. E foi tamb\u00e9m o cerne da controv\u00e9rsia da exposi\u00e7\u00e3o de 1917. Ao ser apresentada na Semana de Arte Moderna, em 1922, a tela tamb\u00e9m foi motivo de pol\u00eamica. A primeira vers\u00e3o,\u00a0 foi feita nos EE. UU., em carv\u00e3o e pastel, com o mesmo t\u00edtulo e quase com as mesmas medidas.<\/p>\nAo voltar dos Estados Unidos, em 1916, Anita, incentivada por Di Cavalcanti e Menotti del Picchia, fez uma exposi\u00e7\u00e3o no ano seguinte, 1917, com obras que havia produzido naquele pa\u00eds. Dentre as cr\u00edticas negativas recebidas, a de Monteiro Lobato foi a mais pertinaz. Foi nessa exposi\u00e7\u00e3o que ela ficou conhecendo M\u00e1rio de Andrade, que viria a ser seu grande amigo, e, posteriormente, inimigo.<\/p>\n
O retratado, segundo Anita,\u00a0\u00a0era um homem pobre, exclu\u00eddo e desconhecido, um imigrante italiano que lhe pediu para posar para ela, com uma “express\u00e3o desesperada”. Ele traz uma aguda melancolia no seu olhar vago e distante. Ainda que se apresente de gravata, seu palet\u00f3 encontra-se visivelmente degastado e mal ajeitado no corpo contorcido, transpondo os limites da tela, caracter\u00edstica comum aos trabalhos da pintora. Seus olhos escuros s\u00e3o delimitados por contornos pretos, com espessas sobrancelhas em forma de acento circunflexo.<\/p>\n
O modelo pintado encontra-se desajeitadamente na tela, que n\u00e3o o acomoda por inteiro, como se ali n\u00e3o o coubesse. No seu espa\u00e7o limitado, ele tem as duas m\u00e3os eliminadas pelo enquadramento. Seu torso est\u00e1 inclinado para a sua direita, enquanto a cabe\u00e7a reclina-se levemente para a esquerda. Seus bra\u00e7os mostram-se arqueados. A postura de seu corpo deixa \u00e0 vista sua tens\u00e3o. Ele se mostra oprimido.<\/p>\n
A ansiedade do homem pode ser sentida atrav\u00e9s de sua express\u00e3o tensa e de seus olhos que perscrutam acima do ombro direito. Seu rosto, voltado para a direita, deixa \u00e0 vista apenas uma pequenina parte da orelha do mesmo lado.<\/p>\n
As vestes do homem amarelo tamb\u00e9m revelam a sua apreens\u00e3o. Seu palet\u00f3 est\u00e1 desalinhado, com a lapela direita quase ro\u00e7ando sua bochecha. A gravata faz uma ligeira curva para a direita, sobre sua camisa branca manchada.<\/p>\n
Para o historiador da arte Rafael Cardoso, em sua obra,\u00a0 “[…] Anita fala de indiv\u00edduos que n\u00e3o se encaixam direito no mundo, de uma humanidade exilada em sua condi\u00e7\u00e3o humana.”.<\/p>\n
O quadro acima foi comprado por M\u00e1rio de Andrade, conforme prometera \u00e0 artista.<\/p>\n
Ficha t\u00e9cnica<\/span>
\nAno: c. 1915-1916
\nDimens\u00f5es: 61 X 51 cm
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Acervo do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de S\u00e3o Paulo, Brasil<\/p>\nFonte de pesquisa<\/span>
\nAnita Malfatti\/ Cole\u00e7\u00e3o Folha
\nA arte brasileira em 25 quadros\/ Rafael Cardoso<\/p>\nViews: 122<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho Estou impressionado com este quadro, que j\u00e1 \u00e9 meu, mas um dia eu virei busc\u00e1-lo. (M\u00e1rio de Andrade) O personagem foge de qualquer compromisso com a retrat\u00edstica e assume uma dimens\u00e3o mais ampla e gen\u00e9rica, como figura aleg\u00f3rica. (Rafael Cardoso) A composi\u00e7\u00e3o O Homem Amarelo, segunda vers\u00e3o,\u00a0 da pintora brasileira […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[28],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18027"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=18027"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18027\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":45798,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18027\/revisions\/45798"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=18027"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=18027"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=18027"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}