{"id":18331,"date":"2015-06-26T22:48:48","date_gmt":"2015-06-27T01:48:48","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=18331"},"modified":"2022-08-12T19:30:36","modified_gmt":"2022-08-12T22:30:36","slug":"pintores-brasileiros-pedro-americo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/pintores-brasileiros-pedro-americo\/","title":{"rendered":"Pintores Brasileiros \u2013 PEDRO AM\u00c9RICO"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho
\n<\/strong><\/p>\n

\"Pedram\"<\/a><\/p>\n

Apesentou-se-nos um jovem brasileiro de 11 a 12 anos, Pedro Am\u00e9rico de Figueiredo Mello, que tem para o desenho as mais not\u00e1veis disposi\u00e7\u00f5es. Executa diante de n\u00f3s com grande rapidez desenhos que nos espantam. (Carta de Jacque Brunet ao governo provencial)<\/strong><\/em><\/p>\n

Tenho vontade de seguir a pintura hist\u00f3rica. N\u00e3o sei se fa\u00e7o bem. (Pedro Am\u00e9rico)<\/strong><\/em><\/p>\n

O pintor brasileiro Pedro Am\u00e9rico de Figueiredo e Mello<\/em> (1843-1906) nasceu na cidade de Areia, no estado da Para\u00edba, e morreu em Floren\u00e7a, na It\u00e1lia. Vinha de uma fam\u00edlia art\u00edstica, sendo o av\u00f4, Manoel Cristo Mello, m\u00fasico, assim como o filho Daniel Eduardo de Figueiredo Mello, pai do futuro pintor, que desde pequeno j\u00e1 mostrava seu talento no teatro, no canto e na m\u00fasica, \u00e9poca em que tamb\u00e9m produzia seus primeiros desenhos, com o objetivo de ornamentar as festas de igreja.<\/p>\n

O naturalista Louis Jacques Brunet, que estudava cientificamente o pa\u00eds, e o pintor Bindseil, companheiro de expedi\u00e7\u00e3o, ao conhecerem o trabalho do garoto, pediram ao governo da prov\u00edncia a sua participa\u00e7\u00e3o como desenhista, no projeto em execu\u00e7\u00e3o. Tamb\u00e9m instaram o governo a tomar para si a sua educa\u00e7\u00e3o, tamanho era o seu talento. E assim agiu o governo imperial, indo o garoto para o Rio de Janeiro, em 1854, aos 11 anos de idade, estudar na Academia Imperial de Belas Artes (Aniba). No ano seguinte, apesar de sua pouca idade, Pedro Am\u00e9rico<\/em> recebeu duas medalhas de prata e uma de ouro, reafirmando o seu talento.<\/p>\n

Depois de quatro anos no Rio de Janeiro, onde foi inclusive apelidado de “papa-medalhas”, pelo n\u00famero de honrarias obtidas, era tempo de o artista buscar a Europa para aperfei\u00e7oar seu talento. Encontrando-se suspenso temporariamente o Pr\u00eamio de Viagem ao Exterior, Pedro Am\u00e9rico<\/em> escreveu ao imperador, falando-lhe sobre sua vontade de viajar para o exterior, e pedindo ajuda financeira, sendo prontamente atendido. E assim, chegou \u00e0 Fran\u00e7a, em 1859, quando contava 16 anos, indo morar no pensionato de Victor Meireles<\/em>, que viria a ser tamb\u00e9m um grande pintor. Na cidade luz, ele recebeu li\u00e7\u00f5es de Jean-Hippolyte Flandrin, L\u00e9on Cogniet, Joseph-Nicolas, Robert-Fleury e S\u00e9bastien Cornu, entre outros mestres. \u00c1vido pelo saber, tamb\u00e9m estudou no Instituto de F\u00edsica do sr. Ganot e na Sorbonne, frequentando aulas de filosofia e ci\u00eancias naturais. Ao final do tempo de estudo ganho, esse foi prolongado por dom Pedro II, atendendo o pedido do artista. Enriquecido intelectual e artisticamente, Pedro Am\u00e9rico<\/em> retornou ao Brasil, em 1864.<\/p>\n

No Rio de Janeiro, o pintor passou no concurso para a cadeira de desenho figurado, na Academia. Mas pediu licen\u00e7a e retornou \u00e0 Europa pouco tempo depois, fato que aconteceu in\u00fameras vezes durante sua carreira acad\u00eamica. No continente europeu, ele aproveitou para conhecer in\u00fameros pa\u00edses, em busca de mais conhecimento. Na B\u00e9lgica, recebeu o t\u00edtulo de doutor em ci\u00eancias naturais da Universidade de Bruxelas, e, posteriormente, o de professor-adjunto.<\/p>\n

Pedro Am\u00e9rico<\/em> parecia ter predile\u00e7\u00e3o pela tem\u00e1tica hist\u00f3rica, sendo valorizado pelo governo brasileiro, que queria ter seus feitos lembrados atrav\u00e9s da pintura, principalmente ap\u00f3s sua vit\u00f3ria sobre o Paraguai. A Victor Meirelles<\/em> tamb\u00e9m eram encomendadas telas hist\u00f3ricas, sendo os dois artistas muitas vezes comparados. Mas tamb\u00e9m foi v\u00edtima de muitas cr\u00edticas e pol\u00eamicas, principalmente na execu\u00e7\u00e3o da tela Batalha do Hava\u00ed<\/em>, sendo criticado por pl\u00e1gio. Chateado, viajou para a It\u00e1lia.<\/p>\n

O consagrado pintor brasileiro passou a gostar muito dos temas religiosos, talvez pela influ\u00eancia de sua viagem \u00e0 It\u00e1lia, tendo feito diversos quadros com tal tem\u00e1tica. Tamb\u00e9m gostava do exerc\u00edcio liter\u00e1rio, tendo escrito cerca de quatro romances, v\u00e1rios deles escritos sobre o mundo das artes e das ci\u00eancias. Mas embora tenha ficado famoso atrav\u00e9s de suas pinturas hist\u00f3ricas, o pintora tamb\u00e9m comp\u00f4s v\u00e1rias alegorias, retratos e pinturas de tem\u00e1tica religiosa e liter\u00e1ria.<\/p>\n

Pedro Am\u00e9rico de Figueiredo e Mello<\/em>, ap\u00f3s a proclama\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica, tornou-se deputado pela prov\u00edncia da Parahyba do Norte, mas continuou viajando para o exterior. Ao t\u00e9rmino de seu mandato, voltou \u00e0 Floren\u00e7a, na It\u00e1lia, morrendo nessa cidade, aos 63 anos.<\/p>\n

Fonte de pesquisa:<\/span>
\nPedro Am\u00e9rico\/ Cole\u00e7\u00e3o Folha<\/p>\n

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