{"id":1856,"date":"2013-03-02T08:57:31","date_gmt":"2013-03-02T11:57:31","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=1856"},"modified":"2022-07-26T15:29:55","modified_gmt":"2022-07-26T18:29:55","slug":"india-o-guru-e-o-liquido-sagrado","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/india-o-guru-e-o-liquido-sagrado\/","title":{"rendered":"\u00cdNDIA – O GURU E O L\u00cdQUIDO SAGRADO"},"content":{"rendered":"

Autoria de<\/strong> Lu Dias Carvalho<\/strong>
\n<\/b><\/p>\n

\"urind\"<\/a><\/p>\n

A \u00cdndia foi e continua sendo um campo f\u00e9rtil para nos revelar os mais engra\u00e7ados e incr\u00edveis relatos de figuras ocidentais que ali chegam, muitas delas com Ph.D. nisso ou naquilo, em busca da salva\u00e7\u00e3o da alma, depois de terem aproveitado de tudo a que tinham direito dentro do capitalismo selvagem.<\/p>\n

Segundo a escritora indiana Gita Mehta, para todo aquele que busca a ilumina\u00e7\u00e3o, na \u00cdndia encontra-se um \u201cs\u00e1bio\u201d. H\u00e1 artigos para todos os tipos de cliente. Are Baba! Ela conta em seu livro, Carma-Cola, um fato c\u00f4mico, para n\u00e3o dizer pat\u00e9tico, que ora passo a relatar:<\/p>\n

Um aristocrata ingl\u00eas encabulou-se ao tomar conhecimento de um guru que vivia numa aldeia remota do pa\u00eds indiano, possuidor de dons milagrosos, inclusive o de transformar sua urina em \u00e1gua perfumada de rosas, assim que vertida.<\/p>\n

O fidalgo encheu as malas Louis Vuitton com a mais inabal\u00e1vel f\u00e9 e partiu numa jornada dif\u00edcil em busca do conceituado religioso, cuja fama ultrapassara o Atl\u00e2ntico. L\u00e1 chegando, foi cortesmente direcionado para se assentar na primeira fila da medita\u00e7\u00e3o matinal, fora da tenda, momento em que o mentor tirava da bexiga, o l\u00edquido miraculoso. Havia ali muitas pessoas, todas em atitude da mais profunda piedade, E, coincid\u00eancia ou n\u00e3o, o requintado senhor foi escolhido para se dirigir \u00e0 tenda do mestre.<\/p>\n

N\u00e3o querendo parecer arrogante (atitude peculiar aos ingleses), o nobre dirigiu-se ao local, onde se encontrava o guru. Ao se adentrar na barraca, pelos sinais e gestos do mestre, entendeu que fora escolhido para levar seus fluidos aos devotos, que aguardavam ansiosos.<\/p>\n

O vaso quente com o l\u00edquido milagroso foi posto em suas m\u00e3os, quando resolveu testar o odor de seu conte\u00fado. O cheiro \u2013 pensou com seus bot\u00f5es \u2013 era de urina comum. No entanto, continuou carregando o precioso l\u00edquido para os devotos em estado de venera\u00e7\u00e3o profunda, sendo recebido com fortes aplausos.<\/p>\n

Assustado, viu que a intensidade da ova\u00e7\u00e3o tornara-se mais forte, \u00e0 medida que se aproximava, enquanto tentava decifrar os sinais ansiosos que lhe enviavam os assistentes do \u201chomem santo\u201d (todos os \u201cdivinos\u201d possuem assistentes). Foi quando, num vislumbre de racionalidade, conseguiu perceber que o vener\u00e1vel mestre \u2013 num gesto magn\u00e2nimo \u2013 permitira que ele bebesse todo o conte\u00fado, sem ter que dividir com os demais presentes.<\/p>\n

O leitor, em estado de estupor, deve estar aflito para saber se o aristocrata bebeu o man\u00e1 do guru ou se o recusou. Deixo a dedu\u00e7\u00e3o a seu crit\u00e9rio, depois de acrescentar o que ele dissera, na ocasi\u00e3o, aos amigos:<\/p>\n

– Tinha um gosto incrivelmente parecido com urina comum!<\/i><\/p>\n

Views: 0<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho A \u00cdndia foi e continua sendo um campo f\u00e9rtil para nos revelar os mais engra\u00e7ados e incr\u00edveis relatos de figuras ocidentais que ali chegam, muitas delas com Ph.D. nisso ou naquilo, em busca da salva\u00e7\u00e3o da alma, depois de terem aproveitado de tudo a que tinham direito dentro do capitalismo […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[18],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1856"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1856"}],"version-history":[{"count":7,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1856\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":45594,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1856\/revisions\/45594"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1856"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1856"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1856"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}